Falcão e o Soldado Invernal - Episódio 3
- Angers Moorse
- 7 de abr. de 2021
- 9 min de leitura

Salve, salve, galera! Depois do segundo episódio, no qual já sentimos que a relação entre Sam e Buck e o novo Capitão América não seria lá aquelas coisas, no episódio 3 tivemos praticamente essa certeza. Além disso, rolaram referências pra lá de hypadoras.
Antes de iniciarmos a análise, preciso dizer que esse episódio foi belíssimo na parte visual. Cenários mais escuros e oscilando entre tons de azul-escuro em vários momentos. Remeteu-me à trilogia do Batman de Christopher Nolan, com uma pegada bem sombria e sinistra. Destaques para a cena em que nossos heróis andam em uma passarela em Madripoor… visual simplesmente animal!
Outra coisa bacana foi a trilha sonora do episódio, que trouxe aquela atmosfera densa e contagiante, além de trazer uma ou duas partes com músicas russas ou soviéticas (não consegui identificar quais eram). Achei que combinaram muito com as respectivas cenas, principalmente na que aparece Sam disfarçado de cafetão (falaremos sobre isso mais tarde).
Para começar, precisamos entrar na chamada GRC (Global Repatriation Council, ou Conselho de Repatriação Global). Destinada a ajudar as pessoas que retornaram após desaparecerem por conta do estalo de Thanos em Vingadores: Guerra Infinita e que, cinco anos mais tarde, retornaram à vida em Vingadores: Ultimato, o conselho tem por principal função reinserir essas pessoas dentro do mundo pós blip.
Muitas dessas pessoas perderam famílias, parentes, amigos e empregos. Após retornarem, perceberam que muita coisa havia mudado, regras foram extintas e criadas e uma nova forma de sociedade acabou surgindo. E isso as fez se sentirem desorientadas e deslocadas, precisando de alguém que as apoiasse nessa fase de readaptação para que suas vidas pudessem voltar à “normalidade”.
Na teoria, tudo muito bonito. Mas, a simples presença de John Walker já me levantou sérias suspeitas sobre as reais intenções e motivações dessa instituição. Mesmo porque o novo Capitão América não é lá daqueles que tentam resolver as coisas na paz, ainda mais agora que está desesperado por pistas para desmantelar a organização Apátridas.
Penso que ele já percebeu que Sam e Bucky seriam grandes aliados e grandes fontes de informação. Após não conseguir nada com mais um dos muitos interrogados, já pensa em tentar outros meios… e um deles é o próprio Barão Zemo. Por sorte nossa, chegou tarde.

Falando no retorno do nosso amado Barão Zemo, ele deu as caras por aqui… e com direito a destaque mais que especial no episódio inteiro! Aliás, todo o episódio 3 girou em torno dele e de sua relação com Sam e Bucky. Obviamente, Sam não curtiu nada a ideia, mas foi obrigado a aceitar a nova parceria.
Após a fuga da prisão, Zemo informa o nome de seu contato em Madripoor, de nome “Selby”. Nas HQs, o personagem é um membro da Frente de Libertação Mutante, grupo que lutou contra os X-Men em algumas ocasiões. Contudo, Selby na série é uma mulher… mas fica uma coincidência estranha em relação ao nome, concordam?
Vamos falar agora sobre Daniel Brühl… o cara é um baita ator e isso já foi provado em filmes como Rush - No Limite da Emoção, O Quinto Poder e Bastardos Inglórios, por exemplo. Em Capitão América: Guerra Civil, o personagem acabou não sendo bem aproveitado e teve uma despedida melancólica, o que gerou certa desaprovação entre os fãs.
Parece que a Marvel está disposta a corrigir essa falha na série, dando ao ator um papel fundamental na trama. E isso é ótimo não somente pela história do Barão Zemo nos quadrinhos, mas também pela sinergia entre ele, Sam e Bucky.
Nos quadrinhos, a família Zemo tem fortíssima ligação com o regime nazista e com várias confusões com Steve Rogers e Bucky Barnes. Aliás, foi Heinrich Zemo, o Barão Zemo “original”, o responsável por causar o desaparecimento de Bucky e, posteriormente, todos os anos de lavagem cerebral, traumas e a transformação de Bucky no Soldado Invernal.
Anos mais tarde, com a morte de Heinrich, Helmut assume o título de Barão Zemo e parte em sua vingança pessoal contra o Capitão América. Aliás, Sam ficou meio estarrecido ao saber que Zemo era rico e ele conta que é um Barão e que toda a família e riquezas foram arrebatadas dele até que seu país foi destruído pelos norte-americanos.
Uma citação dele no episódio merece destaque aqui: em uma conversa com Bucky e Sam dentro do avião rumo a Madripoor, ele diz que que o grande perigo de pessoas como o Capitão América é que as colocamos em pedestais e os tornamos ícones, lendas, símbolos. A partir daí, esquecemos de seus defeitos e, com isso, cidades voam e pessoas inocentes morrem.
A frase dele tem forte impacto e muita relevância. Podemos até fazer um comparativo com a Wanda Maximoff (Feiticeira Escarlate). No intuito de capturar um vilão, ela acaba explodindo um prédio com várias pessoas dentro. Muitos inocentes morrem e ela se torna, aos olhos de quem presenciou a cena, uma pessoa perigosa.
Podemos puxar esse comparativo para nosso momento atual. Quanto mais criamos ídolos e quanto mais os colocamos em pedestais, mais violência, discussões acaloradas e rivalidades acabam surgindo, o que pode até levar à ocorrência de crimes por motivos fúteis. Ou seja, endeusar pessoas pode ter um efeito devastador.

Reflexões à parte, preciso falar sobre Karli Morgenthau, a líder dos Apátridas. Confesso que senti muita pena dela no episódio ao se despedir de uma senhora (suponho que seja sua mãe ou alguma seguidora mais devota dos Apátridas). A própria construção dela e o tempo dedicado a ela no episódio me trouxeram um sentimento: ela tem alguma forte motivação para fazer o que está fazendo.
Contudo, ao mesmo tempo em que a vejo como uma garotinha assustada e uma pessoa que gosta de viver (ela joga bola com algumas crianças e, mais tarde, confessa a um dos parceiros que gostaria de ser professora quando tudo acabasse), não posso esquecer que ela é uma super-soldada.
Uma das cenas que me trouxe essa realidade foi quando ela explode um prédio da GRC após retirar toneladas de suprimentos estocados e mofando lá dentro. A justificativa é que ela luta pela sobrevivência de sua família, mas, ao mesmo tempo, causa a explosão com pessoas dentro do prédio. Estou amando essa construção dela na trama e, sinceramente, torço para que ela tenha uma redenção na série e que não morra… mas acho que as coisas não serão assim.
Antes de nos aprofundarmos no trio de ferro do episódio, pausa para uma referência: o nome de cafetão de Sam em Madripoor é Tigre Sorridente. Nos quadrinhos, Tigre Sorridente (ou Conrad Mack) é um vilão apresentado na história dos Novos Guerreiros, uma super-equipe comandada por Nova (aquele mesmo lá da Tropa Nova, que está para chegar em breve ao UCM). Tome referência da Marvel na testa, cambada!
Sobre a trinca principal do episódio, fica nítido o desconforto de Sam em relação às atitudes de Bucky e em sua idéia maluca de tirar Zemo da prisão. Na cena em que ele precisa se disfarçar de cafetão para obter provas, ele se sente preocupado em fingir ser alguém que não é. E mais, ainda recebe a ligação da irmã Sarah e se preocupa com ela… e isso quase custou sua vida na cena.
Durante o voo para Madripoor, Zemo dá uma alfinetada sobre o caderninho encontrado com Steve quando foi descongelado (o mesmo que apareceu nos episódios anteriores). E nem preciso dizer que Bucky não gostou nem um pouco ao ouvir o nome de Nakajima, que é o japonês que ele matou enquanto Soldado Invernal (ah, olho nos nomes Holbein e Whitaker, pois acredito que ainda ouviremos falar neles em breve). E a manipulação cerebral já começou cedo por parte de Zemo (eita)!
Ao mesmo tempo, ele sabe que Zemo é um baita manipulador e, por conta de toda a história dele na HYDRA e por tudo o que aconteceu com Bucky enquanto Soldado Invernal, teme que Bucky possa voltar a ser aquele mesmo animal de antigamente por conta das manipulações de Zemo. Inclusive, na mesma cena de Sam como cafetão, Bucky precisa fingir ser o Soldado Invernal e ficar sob o controle de Zemo para conseguirem progredir nas investigações.
Nem preciso dizer que deu merda e a pancadaria rolou solta… e o cara não pegou leve não! No meio da treta toda, surge uma aliada inesperada: Sharon Carter (interpretada pela gatíssima Emily VanCamp). Estava doido para ver ela em ação… e confesso que amei ver ela descendo a porrada nos caçadores de recompensas que estavam à caça do trio. A mina chegou irada e cheia de atitude!

Descobrimos que a vida dela andou bem complicada após os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil, Sharon foi considerada como uma fugitiva e não contou com o apoio dos Vingadores para reorganizar sua vida. Resultado, achou em Madripoor um local adequado para recomeçar longe dos holofotes. Só que o sossego dela durou pouco.
Com a chegada de Sam, Bucky e Zemo, ela teve de fazer meio que uma parceria improvável com eles em troca de ter seu nome limpo nos EUA. Rolou até um discreto flerte dela pra cima de Sam (quem pode, pode). Resta saber se ela continuará ajudando o trio nos próximos episódios… acredito que sim.
O “momento tesão” do episódio foi, sem sombra de dúvidas, a sequência de cenas nos containers, quando Zemo, Sam e Bucky interrogam o Dr. Wilfred Nigel, responsável pela construção do soro de supersoldado. Inclusive, Nigel relata que fez experiências com soldados americanos e, sem muito esforço, já ligamos os pontos e descobrimos que Isaiah Bradley (olhem nossa resenha do episódio 2) foi uma das vítimas… e a mais sofrida delas, com certeza.
Enquanto o clima fica tenso do lado de dentro, Sharon desce a porrada na galera do lado de fora… foi animal a pancadaria (obviamente, não apoiamos nenhum tipo de violência no mundo real, apenas no mundo fictício… fica feito o registro). Ao visto, os anos de treinamento valeram muito à pena, pois ela mostrou que está em forma e pronta para qualquer parada.
Teve até direito a explosão, lança no peito, porta batendo na cara, estrangulamento e tudo o mais. Quando começou o fogo dentro do laboratório, eu já pensei “vai dar merda isso aí”... não deu outra! Os caras capricharam na explosão e não pouparam recursos na cena.
Agora, a melhor parte foi ver o Barão Zemo com sua máscara original dos quadrinhos… chegou a arrepiar quando ele coloca a máscara roxa e chega na pancadaria e tiroteio em alto estilo. Nem artista de cinema ou jogador de futebol chega pra festa com tanto estilo assim!
Minhas três incógnitas do episódio foram: os mistérios envolvendo Madripoor, como Ayo (Florence Kasumba), parte da guarda real das Dora Milaje de Wakanda, descobre sobre a soltura do Barão Zemo e por que diabos eles foram para Latvia (essa referência levantou meu hype de vez!).
Sobre Madripoor, já mencionamos nas resenhas anteriores que a cidade tem forte ligação com os X-Men, principalmente com Wolverine, que já se envolveu em várias tretas por ali. Inclusive, vemos no episódio o Princess Bar, local que Wolverine frequentava constantemente. Além disso, vimos um destaque do Brass Monkey Saloon, famoso bar nas HQs do Capitão América. Já pensou se ele resolve aparecer na série e tretar com os heróis? Seria insano!

Em relação a Ayo, sabemos que o Barão Zemo foi responsável pela morte do Rei T’Chaka, pai de T’Chala e Rei de Wakanda. Isso é algo que ainda ressoa por lá e, levando-se em conta que Bucky ficou exilado no local por algum tempo e tem grande carinho pelo lugar, entendo o estranhamento de Ayo ao saber (se é que ela já sabe) que Bucky ajudou Zemo a escapar da prisão. Se ela já sabe ou não do fato e como ela soube da fuga de Zemo não faço a mínima idéia… pode até ter algum dedo da Shuri nisso.
Agora, em relação a Latvia, meu coração deu umas cem cambalhotas com a mudança repentina de vôo de Zemo & Cia. Afinal, o que os três estariam procurando justamente lá? Quando vi o nome da cidade, automaticamente minha mente gritou “Doutor Destino”, pela similaridade do nome Latvia com Latvéria, cidade natal de Victor Von Doom.
Achou viagem minha? Então, tanto Latvia quanto Latvéria ficam na Europa, têm fortes ligações com os nazistas e alguma relação até mesmo com o Barão Von Strucker (lembrou de algo em WandaVision?). Pode ser viagem minha, mas parece que é mais uma referência à chegada do Quarteto Fantástico ao UCM… anotem aí e me cobrem depois sobre essa teoria. Já pensou se for isso mesmo?
Ainda acha que eu tô viajando? Pois bem… nos quadrinhos, Curtiss Jackson era o líder da divisão oeste da Corporação. A organização apoiava diversos criminosos ao redor do mundo, incluindo o próprio Jonathan Walker (aham!), doidinho para assumir o manto de Capitão América.
Só que Jackson foi assassinado pelo Justiceiro (olha aí mais um chegando ao UCM!) e seu cargo foi assumido por um empresário misterioso, adotando o codinome Mercador do Poder e conquistando poderes para si mesmo, incluindo manipulação de energia e capacidade de voar. Te lembra algum vilão casca grossa do Quarteto Fantástico? Quem sabe, um tal de Doutor Destino? Vai ligando os pontos aí.
Começo a apostar que o tal Mercador do Poder seja o próprio Victor Von Doom, e aí o bicho vai pegar legal. Se isso realmente for verdade, certamente Sam, Bucky e Zemo não darão conta sozinhos do vilão e pode até mesmo ser um gancho para o surgimento de novos heróis.
Final da análise: se essa série ainda não tinha me fisgado, isso aconteceu justamente nesse episódio 3, cheinho de ação, tiro e pancadaria, altas tretas e perseguições e várias possibilidades altamente empolgantes surgindo diante de nossos olhos. Agora, fiquei hypado de vez com a série!
Só lembrando que a Disney optou, assim como em WandaVision, a liberar e exibir episódios semanais da série. Assim, teremos resenhas semanais de Falcão e o Soldado Invernal aqui no site. Fiquem ligados nas novidades,e nos vemos na próxima resenha!
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