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Loki - Episódio 1

  • Foto do escritor: Angers Moorse
    Angers Moorse
  • 11 de jun. de 2021
  • 10 min de leitura


Salve salve, galera! Se você já surtou e teve seus neurônios queimados com a série WandaVision, tenho uma má notícia: Loki chegou para queimar de vez o que sobrou deles! A série já chegou dando voadora com os dois pés e prometendo virar de cabeça para baixo tudo o que você sabe sobre o UCM.


O primeiro episódio debutou na última quarta-feira (09 de junho) e mostrou uma nova face do personagem, focando na perspectiva dele sobre os acontecimentos passados. Além disso, já deu pra perceber que ele vai tocar o terror no Multiverso e quem vai pagar o pato para consertar tudo é o Doutor Estranho… esse vai ter trabalho!


Antes de viajarmos pelas teorias, suposições, easter-eggs e referências do primeiro episódio, preciso focar em alguns aspectos técnicos. Ficam explícitas as referências visuais de filmes como Seven, O Silêncio dos Inocentes e O Quinto Elemento, principalmente em relação a cenários, ambientações e figurinos.


Os cenários são espetaculares, dando uma perspectiva bem futurista e abusando dos tons de dourado e vermelho. Aliás, a TVA (Time Variance Authority, ou Autoridade de Variação no Tempo) lembrou muito aquela cidade escondida no Reino Quântico em Homem-Formiga e A Vespa… falaremos sobre isso mais tarde. Ah, guardem a sigla TVA na cabeça, pois a usaremos muito neste e nos próximos reviews dos episódios.


Outro ponto que merece total destaque são os efeitos especiais, lembrando um pouco Matrix por conta dos efeitos de slow-motion… Zack Snyder curtiu! Destaque para a primeira cena envolvendo Loki e a TVA… a cena da captura dele já entrou para meu Top5 das cenas mais icônicas do UCM!



Agora, o principal destaque do episódio (e, provavelmente, da série inteira) é a atuação impecável de Owen Wilson no papel de Mobius, o agente almofadinha e engravatado da TVA. A sinergia entre os dois é surreal e o timing entre as falas, piadas e diálogos mais sérios é perfeito.


Ao ver outras críticas sobre a série, concordei com todas elas no sentido de que seria estranho ver Owen em algum papel dentro do UCM. Famoso por seus papéis cômicos, ele impressiona ao entrar na pele do agente e incorporar muito bem o espírito da TVA… queimou bonito nossa língua!


Sobre a TVA, achei muito bacana a forma como eles a trouxeram, representando-a como uma agência extremamente burocrática e cheia de papeladas e protocolos. Já imaginou ter de assinar um documento para cada fala que você já deu na vida? Pois foi bem isso que pedira para Loki fazer na chegada.


Além disso, deixaram Tom Hiddleston peladão (para delírio do público feminino) antes de se apresentar à juíza Ravonna Renslayer (Gugu Mbatha-Raw), responsável direta pelos julgamentos das chamadas “variantes”, como são chamadas as pessoas que causam distúrbios nas linhas temporais.


Curti muito a atuação dela na personagem, trazendo um tom bem imponente e marcante nos diálogos frente a Loki. Além disso, a interação dela com Mobius também é excelente e nos deixa com algumas pulgas atrás da orelha, ainda mais sabendo que ela já teve relações nos quadrinhos com uma variante... outro tópico para a parte das teorias.


Agora, falaremos sobre o astro da série: Tom Hiddleston. Para quem não sabe, ele estava cotado para fazer o papel de Thor no UCM e estava até no shape para o interpretar. Porém, Kevin Feige decidiu mudar os planos e escalar Chris Hemsworth para o papel, deixando Tom com o papel do deus asgardiano da trapaça… decisão mais que acertada do diretor, e isso falamos desde o primeiro filme no qual ele apareceu.


A alternância do ator entre a comédia e a tragédia é de deixar qualquer ator de queixo no chão, arrancando sorrisos, ódio, lágrimas e tensão dos espectadores. Nas cenas em que ele vê seu trágico futuro e ri da própria desgraça aos momentos em que vê sua mãe, seu pai e a briga com seu irmão, além da própria morte, ele coloca a carga emotiva correta no momento correto. Aliás, é impossível não se emocionar em algumas cenas!



Em linhas gerais, foi um episódio mais explicativo e introdutório do que virá a seguir. Ainda, serviu como desconstrução do próprio Loki, fazendo com que ele percebesse sua total e completa insignificância frente a todo o poder da TVA e do que existe além dela. Basta ver as tecnologias da agência em relação a desintegração e controle do tempo... são insanas!


Lembra dos conceitos de Multiverso e linhas temporais apresentados pela Anciã, pelo próprio Doutor Estranho e nas conversas envolvendo Hank Pym e Scott Lang? Conseguiu entender os conceitos básicos? Se não, este primeiro episódio vai ajudar (e muito) a entender tudo de forma simples e prática.


A forma como os produtores e roteiristas encontraram para trazer isso de forma lúdica foi genial. Em formato de desenho no estilo Os Jetsons, eles conseguiram apresentar o passo-a-passo de como funciona. A explicação sobre a guerra dos multiversos e a loucura causada quando alguém sai da linha temporal normal e cria uma nova linha é bem objetiva.


A treta toda do episódio tratou de mudar a perspectiva de Loki para que, no final das contas, ele pudesse ajudar Mobius a capturar uma variante extremamente perigosa e que está matando vários grupos de “agentes-minuto”, que são os agentes da TVA responsáveis de eliminar esses meliantes e apagar completamente as linhas temporais inapropriadas.


O detalhe é que a variante em questão é, ninguém mais ninguém menos, que o próprio Loki! Ou seja, ele terá de ajudar a matar uma versão sua… será que ele vai topar a parada ou vai aproveitar para tirar algum proveito da situação? Fica essa questão a ser respondida até o final da série.


Agora, vamos ao que interessa, porque o que importa é fogo no parquinho… ou, teorias na cabeça! A primeira coisa é que nenhum poder que não seja da mesma realidade funciona dentro da TVA. E, como a agência é algo independente, significa que nenhum dos poderes de Loki funciona ali. Nem o Tesseract, nem os próprios poderes do asgardiano e, nem mesmo, as Joias do Infinito.



Aliás, Loki fica de cara quando um dos recepcionistas abre uma gaveta e, dentro dela, uma porrada de joias espalhadas ali. E, pasmem, as joias são usadas como peso para papel pela galera da agência! Agora fica claro o que foi falado no trailer de Os Eternos, quando diz que há uma ameaça ainda maior chegando ao UCM. A questão é: se Thanos com as Joias do Infinito não é nada perto do poder que existe dentro da TVA, quem será essa ameaça super-poderosa que está a caminho? Seria o Kang, O Conquistador, já confirmado em Homem-Formiga e A Vespa: Quantumania?


Lembrando que, nas HQs o personagem Immortus, uma versão futura de Kang, tem um envolvimento amoroso com a juíza Renslayer. Os dois chegaram a ser namorados e ela facilitou algumas incursões não permitidas dele dentro do Multiverso, o que pode vir a ser explorado na série e, quem sabe, até deixar uma brecha para uma segunda temporada. Ao encontro disso, temos a suspeita de que essas linhas temporais não serão resolvidas até o final da temporada e que o Multiverso vire uma zona de vez.


Quem faz as apresentações de como tudo funciona é a Miss Minuto, personagem inédito e símbolo e mascote da TVA. O relógio animado é responsável por explicar aos visitantes um pouco sobre o conceito da Linha Sagrada do Tempo, as linhas temporais, Multiverso e os chamados “Nexus”. Quando eu ouvi essa palavrinha, já me arrepiei inteiro… conexão direta com WandaVision!


Se você acompanhou nossas resenhas sobre a série, sabe que a Feiticeira Escarlate é um ser Nexus e que o próprio Darkhold a menciona como um ser Nexus. E a Miss Minuto explica que um Nexus é um exato ponto em que uma pessoa sai da linha temporal pré-definida pelos Guardiões do Tempo (os três lagartos gigantes cujas estátuas aparecem na TVA) e cria uma nova linha, bagunçando o fluxo de espaço-tempo.


E é aí que entram em ação os Agentes-Minuto, para que capturem as variantes (ou seres Nexus) e apaguem da existência as linhas temporais, deslocando o invasor para o exato ponto no tempo em que houve a ruptura para, com isso, restabelecer o fluxo determinado originariamente.



Ligando os pontos, se a Feiticeira Escarlate é um ser Nexus, significa que ela, em algum momento, ou criou um ponto Nexus na relação espaço-tempo ou ainda vai criar. Com isso, é possível que a TVA vá à caça dela em breve, o que pode até ser eventualmente explorado em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura… essa é uma forte aposta nossa.


Seguindo a loucura, o diálogo entre Loki e Morbius é bem interessante, principalmente quando o asgardiano é confrontado com acontecimentos futuros de sua própria existência e que ele, obviamente, ainda não viveu. E isso pode até ter sido um baita tiro no pé para instaurar a loucura no multiverso, uma vez que Loki saberia de antemão tudo o que iria acontecer e, caso conseguisse voltar no tempo, fatalmente interferiria nos próximos acontecimentos e bagunçaria todo o planejamento dos Guardiões do Tempo.


É mais ou menos aquela coisa do tipo: se, agora, você pudesse ver seu futuro e voltar ao passado, certamente mudaria muita coisa. Jogaria na Mega-sena nos sorteios de prêmios acumulados e ganharia sozinho uma grana gigantesca, saberia quando, como e onde investir em aplicações e Bolsa de Valores, petróleo, criptomoedas e afins.


Entretanto, agindo dessa forma você alteraria fatos e acontecimentos futuros que acabariam por criar outras linhas temporais. Com isso, quem sabe você não se casaria com a mesma pessoa com quem casou, não tivesse filhos, não se envolvesse em tretas ou brigas que trariam motivações para você voltar ao passado. Ou seja, você teria criado outras linhas temporais totalmente diferentes e que, em algum momento, acabariam se cruzando e afetando todo o Multiverso.


Mais uma referência que foi uma tacada de mestre da Marvel: aproveitar a característica metamorfa de Loki para o trazer como um personagem da vida real. Estou falando de D. B. Cooper, que tomou um voo de Portland para Seattle em 24 de novembro de 1971 sob a ameaça de uma bomba. Cooper pediu um resgate de US$ 200 mil em dinheiro e quatro paraquedas.


Ao pousar em Seattle, ele recebeu o pedido e liberou os passageiros, ordenando que o avião voasse para o México. Durante o voo, ele saltou do avião e nunca mais foi visto. Até hoje, é o único caso de sequestro de avião sem resolução na história dos EUA. Eles até hoje não descobriram, mas a Marvel confirmou nossa suspeita: Cooper era, na realidade, um dos disfarces do Loki! Cara não é fraco não!


Outra referência do episódio foi para o Homem de Ferro. A cena em que Loki escapa dos Vingadores com o Tesseract em 2012 e vai parar no deserto na Mongólia é a mesma da que o Homem de Ferro despenca nas areias do deserto ao escapar de seus sequestradores, após forjar sua primeira versão da armadura… ficou top essa referência e homenagem!


Quem viu a caixinha dentro da TVA com um estoque considerável de Joias do Infinito deve ter se contorcido de raiva. Afinal, foi preciso as mortes de Natasha Romanoff e Tony Stark e uma luta gigantesca para retirarem a manopla com as joias do Thanos em Vingadores: Ultimato. Mas, dentro da repartição, as joias apenas servem como simples pesos de papel. WTH???


E, como diabos tantas joias vieram parar ali? De quem capturaram? Será que Adam Warlock ou outra versão do Thanos também tentaram e se deram mal? Ou outro vilão épico também se lascou tentando pegar as joias? Afinal, qual o verdadeiro poder da TVA e seus comandantes?



Mais uma teoria que anda provocando altas discussões na internet é sobre uma pessoa misteriosa que aparece aos 34 minutos do episódio, quando Mobius leva Loki para um passeio dentro da TVA. Em um dos corredores, uma mulher aparece ao longe e, ao que parece, é Peggy Carter. Achou estranho? Mas pode ser ela sim, e há argumentos para isso.


Quando Steve Rogers volta ao passado para devolver as Joias do Infinito após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato, ele decide viver sua vida com Peggy Carter. Sendo assim, o simples fato de ele ter vivido essa vida pode ter criado uma nova linha temporal e, com isso, afetado a própria linha atual.


Com isso, não é de se assustar se for mesmo Peggy ali conversando com um dos funcionários, afinal, tanto ela quanto o próprio Steve podem ter sido chamados em algum momento para conversar com o pessoal da TVA ou, até mesmo, pegar alguma autorização com eles para devolver as joias. Ou, quem sabe, as joias não ficaram na agência mesmo… who knows!?!



Surtado? Espere, que ainda tem mais! Quando Mobius pergunta a uma criança quem fez o assassinato na igreja na Província de Aix-En, França, em 1549, ela aponta para um vitral. A criança masca um chiclete azul e, ao mostrar a Morbius, ele vê uma imagem do vilão Pesadelo estampada no chiclete. A criança aponta para um vitral e, no vitral, a imagem de um demônio com chifres.


Antes de você sair por aí surtando e gritando “é o Mephisto” ou “é o Pesadelo”, preciso dizer que, em muitas culturas, Loki é retratado como um diabo com chifres. E mais, o demônio do vitral tem uma coloração azulada na boca. O retrato pode ser uma das versões de Loki, a mesma que está matando os “agentes-minuto” da TVA, ou pode ser uma brincadeira da Marvel com a gente… só o tempo nos dirá a verdade… ou será que não?


Pesadelo é o nome de um dos departamentos da TVA e, para Mobius, um dos piores. Por ter sua imagem estampada no chiclete da criança em 1549 e ser o nome de um departamento da TVA, me leva a pensar que, em algum momento, o vilão já deu trabalho para a organização. Será que dessa vez ele vem mesmo?


Se você prestou atenção ao julgamento de Loki, ele é condenado pela violação 7-20-89, que é uma referência à edição de O Poderoso Thor #405, publicada em julho de 1989. Nela, temos a Montanha Wundagore, lar do demônio Chthon (o mesmo que escreveu o Darkhold) e que apareceu em WandaVision, além do Quarteto Fantástico. Ou seja, mais uma vez, a Marvel unindo os pontos.


Para finalizar as referências, quando Mobius lê os arquivos sobre Loki, uma informação nos chama à atenção. No gênero dele, aparece a palavra “Fluído”. Isso quer dizer que ele tem a capacidade de se transformar em qualquer pessoa. Logo, podemos esperar por versões alternativas do personagem, como a Lady Loki, o Kid Loki e o Loki Idoso, entre outras.



Ah… quase ia esquecendo que teve um Skrull no hall de recepção da TVA logo na chegada de Loki ao local. Detalhe: ele estava usando uma jaqueta da Adidas (reparem nas faixas, padrão da marca)! Isso mesmo: da ADIDAS! Será que é um viajante temporal ou tem mais truta nesse lago? Invasão Secreta vem aí e tô apostando que esse Skrull perdido ali não é por acaso não.


E ainda tem a personagem misteriosa (ou, o personagem misterioso) que aparece em Salina, Oklahoma, em 1858. Alguns dizem que é a Lady Loki, outros acham que é uma personagem aleatória e, mais alguns, que poderia ser Peggy Carter. E ainda há uma galera achando que pode ser a Natasha Romanoff… sim, há uma remota possibilidade que ela ainda esteja viva. Se for isso mesmo, vou fazer uma gritaria enorme por aqui!


O que eu achei desse episódio? Simplesmente FODÁSTICO (foda + fantástico)! Me deixou mais bugado que a série Dark e mais hypado que em WandaVision, apesar de ela ainda ser minha queridinha. Mas Loki chegou mostrando que as coisas não serão mais as mesmas daqui em diante.


Visual impecável, efeitos maravilhosos, uma TVA muito maior, melhor e mais forte do que eu imaginava, Owen Wilson surpreendendo com uma atuação irretocável e Tom Hiddleston esbanjando charme, carisma e simpatia de forma ainda mais impactante.


O único problema é segurar o hype e as teorias até o próximo episódio, que promete ter menos explicação e mais ação a partir de agora. Prepare-se para ter a experiência mais mitológica (e a mais fritadora de neurônios) de sua vida a partir de agora com Loki!

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