Outlander - S5E10
- Gisele Alvares Gonçalves
- 28 de abr. de 2020
- 6 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021
Olá, sassenachs e highlanders do meu coração! Tudo bem com vocês? Nossa, esse episódio do último domingo… Deu arrepios! Foi tenso, bem escrito e muito bem atuado. Ao meu ponto de vista, também foi bastante surpreendente, tanto pelas atitudes do Stephen Bonnet em relação à Brianna, quanto em relação à sua morte (demorou, mas finalmente o demônio está no inferno). Sinceramente, eu achei que o bastardo ia escapar vivo dessa.
Não sei se fui eu que me acostumei ao ritmo da temporada, ou se os episódios estão melhores mesmo. Claro, ainda estou magoada pelas minhas expectativas frustradas, por ter esperado algo bem focado na independência estadunidense, e ter encontrado uma temporada dispersa, com muitas tramas ao mesmo tempo e que não mantém um rumo claro da história. Mas vamos que vamos, não é mesmo? Afinal, Outlander continua sendo o nosso xodozinho, e mesmo com suas falhas, nós vamos amá-la até o fim.
Hoje vou fazer algo incomum: ao invés de iniciar a resenha comentando sobre alguém que amamos, ou sobre um dos personagens principais, vou começar falando de alguém que geralmente fica apagado nos episódios: Gerald Forbes, o advogado traíra da Jocasta. Gente do céu, alguém já tinha reconhecido que este é o Billy Boyd, o mesmo ator que fez o Pippin em O Senhor dos Anéis? Caramba! Estou me sentindo tão mal por apenas reparar nisso agora, sendo uma grande fã de SDA e tal. Ele está bastante envelhecido, inegável, mas seu talento continua intacto! Voltem à cena em que ele tenta matar a tia do Jamie, reparem nas expressões dele… É uma aula de atuação. Sério mesmo, sou muito fã desse baixinho.
E bem no dia em que eu o reconheci, foi o dia em que seu personagem morre. Fiquei triste por um lado, porque queria ver mais do Billy em Outlander, porém ao mesmo tempo fiquei feliz que o Ulysses tenha conseguido salvar a Jocasta, uma vez que eu adoro ela. Por alguns segundos eu temi o pior, e já estava me preparando pra ficar emocionalmente quebrada, porém o escravo chegou bem na hora de salvar a sua senhora, e ela acabou acordando depois de recuperar o fôlego. Ainda assim, eu me pergunto se não era melhor para o enredo que a Jocasta tivesse morrido mesmo… Quero dizer, ela não tem mais muita relevância para a história, não é mesmo? E fazê-la partir em um momento dramático seria melhor do que acrescentar cenas desnecessárias no futuro, apenas para que ela apareça. Além disso, Outlander nos prometeu drama desde o primeiro episódio, e é isso o que espero sempre que lançam novos capítulos: muitas tragédias para eu me afogar nas lágrimas. Sim, tivemos a morte do Murtagh, mas isso já faz um tempinho, e apesar de termos episódios bem tensos nestas últimas semanas, não tivemos um drama verdadeiro. Pergunto-me qual vai ser o próximo personagem a morrer, e a nos fazer chorar litros. Seria o Ulysses?
Agora, diga-me se eu estou louca, ou se a Claire realmente foi um pouco desleixada nesse episódio. Sério que, com o Bonnet à solta, ela fica passeando com a filha na cidade que ele costuma frequentar (uma cidade que, aliás, só tem uma rua ou duas)? Elas SABIAM que ele estava por ali, visto que estava arranjado para o vilão se encontrar com o Alexander Malcolm, e ainda assim pensaram que estava tudo bem ficar desfilando, fazendo fofoca à vista de todos? Sério gente, o que deu com a nossa amada sassenach? Ela já foi mais inteligente!

Claro que, se ela tivesse sido sensata e ficado com a filha em Fraser’s Ridge, ou ao menos se tivesse deixado a Bree em casa, nós não teríamos episódio neste domingo. Ainda assim, odeio quando os roteiristas moldam a personalidade do personagem para fazer a história acontecer, e não o contrário… Acho um recurso muito barato. O meu conforto é que as cenas entre Brianna e Stephen Bonnet ficaram sensacionais, além de finalmente mostrarem um maior vínculo entre a Claire e a ruivinha.
Sim, aquela cena das baleias foi muito linda! Não apenas pelas criaturas magníficas, que me fascinam como qualquer outro ser marítimo, mas também por finalmente vermos uma conversa decente entre a protagonista e sua filha, algo sentimental e íntimo entre as duas… Como as memórias que elas compartilham da sua vida no futuro. Foi legal elas também mencionarem as questões ambientais, sobre o século XVIII ainda ter estes tesouros da fauna e da flora, e como isso foi devastado a partir da revolução industrial. Acho muito válida a reflexão sobre tais assuntos, principalmente na atualidade.
Outra coisa interessante do insano passeio da Claire e da Brianna por Wilmington foi a odisséia da cirurgiã pelos artesãos da cidade, em busca de fabricar a primeira agulha do mundo. Isso foi algo que eu pensei que poderia acontecer quando a dela foi quebrada pelo sr. Brown, e acho legal os roteiristas darem atenção a esse detalhe do plot. O que me leva a lembrar que, desde o início dessa temporada, estou esperando pelo dr. Rawling aparecer! A Claire assinou as recomendações médicas com o nome do cara, o texto foi parar no jornal e… E era isso? Não, para! Tudo aquilo para nada? Sério, eu vou ficar muito decepcionada se toda aquela trama acabar por aí mesmo.
Falando sobre os meninos agora… Foi só eu que esperou um Ian mais badass na cena em que ele se passa por Alexander Malcolm? O cara é tipo um índio, um moicano! Não dá pra ficar mais badass do que isso. Até o Roger pareceu mais seguro de si ao enfrentar os bandidos. O Ian só faltou gaguejar quando o capanga do Bonnet botou ele contra a parede, e eu não gostei disso. Queria ver ele como um novo Jamie Fraser, na época que o nosso ruivo maravilhoso enganava o Bonnie Prince Charlie na cara dura.

Agora, vamos para cereja do bolo: Stephen Bonnet. Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar a atuação do Ed Speelers, que sempre nos surpreende com o seu talento e sua capacidade de nos despertar emoções. Aliás, o elenco inteiro de Outlander nunca deixou a desejar, não é mesmo? A equipe da série sabe fazer audições como ninguém, e escolhe sempre os melhores!
Em outra situação, se fosse The Vampire Diaries, ou uma série similar, eu confesso que teria shippado Bonnet e Brianna, pela forma como as coisas se desenvolveram neste episódio. No entanto, psicopatas não se redimem em Outlander, e dá pra ver que a paixão que Bonnet sente por Brianna é algo muito diferente do que o amor deveria ser, demonstrando como o sentimento de posse possivelmente se confunda com essa bela emoção na mente de uma pessoa insana. Ele só ama a Bree enquanto suas expectativas (delirantes) estão sendo satisfeitas, enquanto ele tem dela a atenção que ele quer. Ele cria a realidade à sua volta de acordo com suas próprias vontades, e é porque ele deseja que a ruivinha o ame que ele acredita nisso. Sim, isso é muito doente, porém colocado de forma perfeita na série, com profundidade e sutileza.
Se Brianna fizer o menor gesto, ou falar a menor palavra que vá quebrar as expectativas de Bonnet, ela vai sofrer as consequências. O mais interessante, no entanto, é que ela é esperta o suficiente para perceber isso, e acaba jogando o jogo dele para sobreviver. É esse mesmo o quadro que faz com que Stephen Bonnet possa ser comparado a um barril de pólvora, prestes a estourar ao menor sinal de faísca, tornando o ambiente todo bastante tenso ao acompanharmos Bree a fingir que ama seu raptor. Bonnet seria capaz de ser gentil com ela, de protegê-la e de cuidar do seu filho? Acredito até que sim, contanto que a ruivinha nunca pisasse na bola com ele, mesmo nos mínimos detalhes. Seria uma vida inteira pisando em ovos, temendo a mão pesada do homem, ou retaliações ainda piores.
É por isso que, apesar de ter a tendência de amar uma velha história de Bela e a Fera, onde um vilão se apaixona e acaba se transformando pelo amor de sua amada, eu nunca cheguei a shippar realmente Bonnet e Brianna, porque eu sabia que ele não a considerava preciosa, não amava ela a ponto de ser altruísta. Tudo o que ele conhece é egoísmo, tudo o que ele sabe sobre o mundo é satisfazer suas próprias vontades, e nem mesmo Brianna seria capaz de mudar isso. Bonnet é um homem quebrado, doente, e jamais iria deixar de ser assim.
E aí, curtiram a resenha? Comentem abaixo seus pensamentos sobre o episódio, e sobre a minha análise das cenas. Um beijo a todos, e até a próxima.
Gisele Alvares Gonçalves
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