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Outlander - S5E12

  • Foto do escritor: Gisele Alvares Gonçalves
    Gisele Alvares Gonçalves
  • 14 de mai. de 2020
  • 6 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2021

E aí, sassenachs e highlanders do meu coração… Tudo bem com vocês? Olha, que episódio destruidor que nós tivemos neste domingo! Não apenas pelo seu conteúdo pesado, mas também por ser o último (infelizmente) da temporada. Não, eu não fui nem um pouco apaixonada pela season 5, e acho que ela passou longe de ser a obra-prima que foi a season 2 (na minha opinião, a melhor temporada de Outlander), mas ficar em droughtlander, essa é a pior coisa para uma fã da série.


Enfim, vamos ao que importa! Começando, é claro, com o lugar seguro da Claire, o espaço em sua mente em que ela projeta tudo aquilo que lhe é querido. As pessoas que ela mais ama na época com que a personagem se identifica mais, além dos objetos que trazem os maiores significados para o seu coração… Quer ela saiba disso ou não. Ou talvez ela tenha imaginado os anos 60 porque Wendigo Donner disse que viajou a partir de 1968? Afinal, em suas ilusões a Marsali menciona o Ringo, bem como o Wendigo mencionou. Claire foi embaralhando aquilo que ela amava com referências de sua atual situação, trazendo um tom obscuro para sua imaginação, ainda que as cenas se mostrassem sempre alegres.



Não vou focar muito nas referências aqui, porque elas estão em todos os grupos de Outlander do facebook, porém queria apenas comentar a questão do vaso, que teve um grande destaque em certas tomadas. O vaso, afinal, representava o lar que Claire nunca teve com Frank. Em sua fantasia com Jamie, no entanto, ela tem este lar, ela sente que seu coração tem raízes. De alguma forma, o vaso representa o próprio Jamie, e a constância de sua imagem na vida da protagonista. Como a própria Claire disse na primeira cena da série, no primeiro episódio: “Estranho as coisas que você se lembra, imagens únicas e sensações que te acompanham através dos tempos”. O vaso, portanto, era mais do que um objeto… Era uma sensação, a qual foi representada de forma bastante subjetiva neste último episódio.


Agora, uma coisa que botou o meu cérebro para funcionar: por que “Never, My Love”? Música de 1967 (o que bota a época de tais imagens no final dos anos 60… Seria 1968?), tocada pela banda Association, que fala sobre o medo de alguém de perder o amor de seu amado com o tempo, mas sendo assegurada de que isso nunca aconteceria. Ora, Claire nunca teve esse medo em relação a Jamie, e nem em relação a Frank, pois ela é uma mulher segura o suficiente para não duvidar do sentimento de um homem. Ela jamais acharia, na situação degradante em que se encontrava, que o seu amado iria abandoná-la… Porém, mesmo que esse não fosse o caso, ela precisava se sentir segura nesta situação cruel em que estava. A letra da música é uma grande metáfora para sua sensação de insegurança, e é por isso que ela é tão importante para estas cenas. Ao menos esta foi a minha interpretação. Se vocês pensaram em outra coisa, por favor comentem aí embaixo.


Agora, sobre a trama do sonho em si… Ora, por que a ausência da Bree e do Roger seria tão importante para a Claire naquele momento? Por que o fato dela nunca mais ver a filha, o neto e o genro estava trazendo uma nota tão triste para sua imaginação? Eu pensei que esse lugar seguro seria mais a respeito de levar o coração para perto daqueles que a amam, para manter a sua sanidade e a sua força em momento tão desesperador. Também, aqui e ali notamos elementos-chave que a conectam, ainda que inconscientemente, ao momento presente, ao seu tormento… Como o ano de 1968 e Ringo, bem como a imagem do Lionel Brown ao canto da mesa, bem no momento de levantar a taça para brindar. Imagens sobre segurança e sobre o terror que ela vivia, em uma dualidade muito bem mostrada pela direção de fotografia, mas nada sobre outros dramas de sua vida… A não ser Bree e Roger. Sinceramente, não sei se esse plot tem um significado mais profundo em termos da psicologia da Claire, ou se apenas quiseram esticar desnecessariamente as cenas do sonho. Meu palpite é que estamos diante a segunda situação, e isso me desagradou um pouco.


Sobre a questão da fotografia… Vocês já repararam como temos cores quentes no sonho? Paredes amarelas, vestido vermelho, e até a iluminação está um pouco rubra. Isso só muda quando Claire recebe a notícia da morte da filha, quando momentaneamente (ainda que de forma abrupta e intencional) a fotografia se torna um pouco mais azulada. Tudo isso pra mostrar o sentimento da protagonista em seu lugar especial. O vermelho, bem como todos os tons quentes, remetem ao conforto, ao aconchego, e em um lugar em que ela sente que é o seu lar (bem como as pessoas que fazem parte dessa sensação), ela constrói a imagem com uma paleta de cores vibrantes e quentes. Essas cores, bem como a música e tantos outros elementos, servem para lhe trazer segurança, para fazer ela se sentir bem, para ajudar ela a sobreviver mentalmente todas aquelas desgraças. No momento, no entanto, que uma tragédia acontece também em seu lugar especial, ele perde suas nuances coloradas e passa uma sensação de frieza, bem como a fotografia de seus momentos de martírio. Foi naquele momento em que ela não teve mais ao que se agarrar que Jamie chega para salvá-la e levá-la para casa.


Bom, já falamos bastante sobre o sonho da Claire, e agora precisamos falar da realidade perturbadora. Sabe, eu vi algumas pessoas na internet comparando este episódio com o 1x15 e o 1x16, porém eu acho que não chegou nem perto. Quero dizer, o que ela sofreu foi horrível em um nível que nós nem imaginamos, porém os estupradores da protagonista não quebraram a sua alma a ponto dela gostar do que estavam fazendo, como o Black Jack fez com o Jamie. Além do mais, Claire sofreu por apenas algumas horas, sendo o mais pessimista o possível, enquanto que o nosso ruivinho ficou muito mais tempo na prisão, à mercê do seu algoz. Somado a tudo isso, Jamie já havia sido quase chicoteado até a morte por aquele homem, o que torna a situação ainda pior, enquanto que a sassenach ainda não havia associado nenhum trauma àqueles monstros… Ao menos não ainda. Somado a tudo isso, as agressões físicas que ela sofreu não chegaram nem perto de ter a mão mutilada como Jamie teve. Enfim, não estou minimizando a situação da Claire, é claro que foi algo horrível e o episódio foi perturbador, porém eu não consigo comparar o tormento dela com o do Jamie por causa de todos estes detalhes que eu citei acima.


Sobre os homens do episódio: gente, fui só eu quem sentiu um arrepio quando o Jamie disse que ele era aquele quem matava pela Claire, e o Ian e o Fergus confirmaram que eles também? Meus meninos, tão crescidos! Amo os dois, e amo o amor que eles têm pela sassenach. Aliás, se em outro episódio eu reclamei do nosso indiozinho, falando que esperava que ele fosse mais badass, nesse episódio ele deu um show de ação, apesar das cenas serem bem curtinhas. Queria que o diretor tivesse dado mais destaque pra ele! O cara realmente arrebentou, botando o índio que existe nele para fora.



Quanto ao Roger… Ele realmente é mais século XVIII agora do que gostaria de admitir, pois se voluntariar para ir salvar a Claire seria exatamente o que o Jamie faria se estivesse no lugar dele. O cara chegou a mencionar o juramento que fez no primeiro episódio da temporada! Eu imagino que, se ele e a Bree tivessem voltado mesmo para os anos 70, ele já não se readaptaria mais tão fácil, depois de tudo o que ele viveu e do quanto ele se transformou. Querendo ou não, o rapaz agora ama aquelas pessoas, ama a Claire e o Jamie, e tem um senso de lealdade que já não existe no século XX. O Roger pode não ser guerreiro, pode até não ser capitão, mas ele também já não é o Roger do futuro, que fica apenas sentado em uma cadeira vendo a vida passar. Ele aprendeu a viver intensamente, a matar e a morrer por aqueles que ele ama, e isso iria trazer nele um imenso vazio em uma época que já não valoriza tais atributos.


Eu fico feliz que eles tenham voltado, ainda que tenha também ficado levemente desapontada. Pensando bem, faz sentido para o roteiro, pois manter duas tramas importantes em tempos distintos iria consumir muito tempo de tela, e Outlander mal está dando conta de tanto personagem que tem na história. Teria sido legal ver uma sexta temporada em que Roger e Bree vivem uma aventura em um tempo distinto, e no final voltassem para o século XVIII? Seria maneiro demais! Porém acabaria por desvirtuar um pouco da proposta original da trama, que é o enfoque na Claire e no Jamie, e a última coisa que Outlander precisa é fugir das raízes neste nível. Quem sabe um spin-off, não é mesmo? Seria caro pra caramba, mas teria sido demais.


Enfim, entre decepções e emoções, terminamos mais uma temporada de Outlander. Espero sinceramente que a próxima traga a guerra da independência que eu achei que ia acontecer nesta, e que possamos ter um feeling mais parecido com a season 2, com uma ligação maior entre os episódios e com um propósito maior para os personagens, afinal nós merecemos ver Claire e Jamie novamente lutando contra o mundo, como eles sempre fizeram muito bem.

E aí, curtiram a resenha? Comentem abaixo seus pensamentos sobre o episódio, e sobre a minha análise das cenas.  Um beijo a todos, e até a próxima.


Gisele Alvares Gonçalves

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