Outlander - S5E6
- Gisele Alvares Gonçalves
- 24 de mar. de 2020
- 6 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021
E aí, sassenachs e highlanders do meu coração… Tudo bem com vocês? Bem, comigo está tudo mais ou menos, porque apesar de amar demais Outlander e considerar essa uma das minhas séries preferidas, não estou gostando nada da quinta temporada, e gostei menos ainda deste último episódio. Eu sei que estou sendo repetitiva, mas parece que a história não está chegando a lugar nenhum, não tem um fio condutor que guie os personagens através da trama. Do primeiro episódio até agora, os plots estão sendo inúteis, o que quer dizer que terminam onde começaram, sem necessariamente causar um impacto maior para a história principal. Você tem dúvidas do que falo? Lembre do senhor e da senhora Beardsley: se aquele episódio não tivesse existido, faria diferença agora? Se ao menos estivessem focando nos gêmeos para justificar a necessidade de mostrar o lugar de onde vieram, eu entenderia a escolha dos roteiristas e diretores, mas até eles estão apagados! Ou seja, estão gastando energia e tempo em questões minúsculas e completamente desnecessárias, ao invés de criar um enredo envolvente e que perdure através de toda a temporada.
Enfim, vamos voltar para o episódio, começando pelo flashback da tia Jocasta. Uma cena chocante, certamente, que lembrou os velhos tempos de dramas comoventes de Outlander, porém poderia ter sido cortada do episódio com grande facilidade, visto que a personagem contou a mesma história para o Murtagh algum tempo depois. É disso que estou falando, estão gastando minutos preciosos do episódio com encheção de linguiça! Quer ver eu resolver este problema em cinco segundos? Ao invés de mostrar o flashback e depois mostrar a Jocasta repetindo a história, por que não fazer os dois ao mesmo tempo? É um recurso que não é comum em Outlander, mas muitas séries fazem isso com sucesso, com o personagem começando a narrar uma experiência sua do passado, então a cena corta para um flashback enquanto a narração continua ao fundo. Com isso, daria para acrescentar uma cena interessante, talvez algo relacionado aos reguladores, que é isso que precisamos para acelerar a trama principal.
Por incrível que pareça, nem tudo é reclamação nesta resenha, pois eu gostei do fato de mostrarem o casamento da tia Jocasta, visto que eu gosto muito da personagem e estava louca para que ela aparecesse de novo. Aliás, gostaria que realmente tivéssemos visto os votos dos noivos, e toda aquela cena com o padre (ou pastor) que sempre mostram em casórios. Talvez, se não tivessem consumido tanto tempo contando o flashback duas vezes, teríamos tempo para uma cena assim… Ok, parei! Mas não temos como negar os fatos que estão escancarados bem na nossa cara.
Outra coisa que gostei bastante foi a ligação da Jocasta com o mote de sua família neste episódio, e confesso que aquele diálogo que ela teve com o Murtagh (sobre brilhar e não queimar) foi incrivelmente belo! Foi uma cena profunda e bem escrita, além de poética, e só me deu mais admiração ainda pela tia Jocasta, fazendo eu querer ser como ela quando envelhecer. Sinceramente, esse foi o ponto alto deste episódio para mim, desbancando qualquer outra cena da picuinha sem graça entre o Jamie e a Claire.
Sobre isso, bem… A impressão que esse plot me passou (e foi uma impressão que eu já havia tido com a promo) é que estão tentando resgatar a tensão da primeira temporada para o casal, para dar a eles aquelas emoções fortes e passionais de gente que recém começou a namorar. Apesar de entender os roteiristas, que têm medo que um amor mais morno não agrade tanto ao público, ainda acho esta uma decisão equivocada, e preferia o relacionamento mais maduro entre Claire e Jamie que estavam mostrando até então. Não que eu não goste de ver um ship super tumultuoso nas telinhas, longe disso! Só que eu acho que esses personagens já saíram há muito tempo dessa fase, e agora certas atitudes não combinam mais com o estágio do casamento em que já estão.

Não me entendam mal, não é que casais mais velhos não briguem ou não se desentendam, é claro que eu sei que maus entendidos acontecem a qualquer momento em uma relação. O problema é que tais brigas não acontecem mais por motivos intempestivos (como quando se é jovem), e nem se desenvolvem da mesma forma explosiva… E nem terminam em um ato libidinoso tão agressivo quanto aquele, com direito a falas chulas semelhantes às que são ditas em um prostíbulo. Tudo isso é fogo juvenil, e apesar do Jamie e a Claire ainda terem desentendimentos esporádicos e uma vida sexual ativa, eles não tem mais os hormônios de adolescentes que os fazem agir de forma maluca e exacerbada.
Falando sobre a cena de sexo… Não gostei. O que mais desagradou, confesso, foi a fala ridícula do Jamie segundos antes de realizar o ato, e se eu fosse a Claire iria ficar muito chateada com toda essa bestialidade que ele demonstrou antes deles fazerem amor. Achei grosseiro demais, e de certa forma fiquei desapontada com o nosso ruivinho por causa desse momento. Mil vezes preferia uma reconciliação calma, em uma cama, com beijinhos cuidadosos e muito carinho, palavras amáveis que ressaltassem o sentimento nobre entre eles. Enfim, essa é a minha opinião, e espero que vocês possam deixar ao final desta resenha um comentário sobre o que vocês pensaram dessa cena.
Enfim, voltando ao tópico da tia Jocasta… Gente, quando ela falou para o Roger que iria deixar River Run para o Jemmy, eu pensei que fosse apenas um testa para o MacKenzie, nunca imaginei que ela iria realizar essa ideia de fato! Tipo, por que fazer isso, se a Brianna é uma herdeira com uma idade muito mais aceitável para se gerenciar uma propriedade? E eventualmente o Jeremiah também iria herdar estas terras, sendo primogênito da ruivinha e tudo o mais. Enfim, a questão é que isso me pegou de surpresa, porém o que mais me chocou foi que o Bonnet ficou sabendo desse babado todo, e agora certamente vai querer reconhecer o filho para ter direito à propriedade. Bingo! Aí os roteiristas acertaram, trazendo uma trama que realmente vai mexer com as nossas emoções, resgatando um dos vilões mais cruéis de Outlander a seu lugar de demônio do dia.
Só espero que realmente trabalhem essa trama, e não fiquem adiando ela em prol de outros plots menos interessantes. Por favor, os roteiristas têm que abrir espaço para esse tipo de acontecimento, algo que impactará profundamente a trama e todos os seus personagens, e possivelmente nos levar às lágrimas em alguma cena de grande drama que ainda não podemos prever. Vamos fazer uma campanha: mais Bonnet, menos gafanhotos. Sim, eu sei que essa história foi muito fofa e tudo o mais, e ver a Brianna tão unida com o Roger faz aquecer o coração (ao menos o meu), porém este foi o plot mais inútil de todos deste domingo, e olha que a concorrência estava grande, e certamente só foi escrito porque eles precisavam encaixar o povo de Fraser’s Ridge de alguma forma no episódio.

Apesar de inútil, gostei de ver o Roger finalmente entendendo que ele não tem como se tornar o Jamie 2.0, mas que ele pode fazer toda a diferença para as pessoas à sua volta simplesmente sendo ele mesmo. Aliás, isso é uma lição de vida para todos nós: você pode não ser tão bom em matemática quanto seu colega, ou tão extrovertido e carismático quanto seus amigos, mas existe algo que só você pode dar para o mundo, algo inerente das suas experiências e de sua personalidade que você precisa descobrir o que é. Fraser’s Ridge precisa do Jamie e da Claire, mas também precisa do Roger e da Brianna, com seus talentos diferenciados e seus conhecimentos acadêmicos. Todos nós somos necessários de alguma forma… Nós só precisamos oferecer ao mundo o que somos, e darmos o melhor de nós mesmos em todas as situações.
Enfim, chega de filosofia! Vamos falar sobre o último tópico desta resenha, que não poderia ser outro além da aparência do sr. Wylie. Vi gente na internet falando que ele exagerou no pó ou coisas assim, porém este personagem não errou de forma alguma o seu visual… De fato, todos os outros é que estão errados. A moda do século XVIII ditava que tanto homens quanto mulheres pintassem seus rostos de branco, e usassem pintas negras falsas sobre a face, às vezes até pintadas com lápis em forma de coração.
Não digo que na batalha de Culloden ou no dia-a-dia de Fraser’s Ridge a Claire e o Jamie deveriam estar assim também, porém em eventos sociais como este, para o bem da fidelidade histórica com o período retratado, eles deveriam ter mais branco no look do que o maquiador ousa colocar. Claro, não utilizam esse tipo de recurso na série porque o público não iria aceitar, uma vez que, para o romance deles fazer sucesso, os dois devem sempre aparecer belos segundo o nosso padrão atual, porém quis ressaltar essa questão aqui para refletirmos sobre o visual do sr. Wylie. De fato, no século XVIII ele estaria arrasando com toda essa ornamentação, e não seria à toa que teria a fama de galinha entre a elite da Carolina do Norte. Desculpem eu ter ativado o meu modo historiadora aqui, mas isso era algo que eu realmente queria comentar com vocês… Aliás, se quiserem mais curiosidades sobre o século XVIII nas próximas resenhas, basta postar aí abaixo nos comentários, e eu ficarei feliz em atender ao pedido de vocês.
E aí, curtiram a resenha? Comentem abaixo seus pensamentos sobre o episódio, e sobre a minha análise das cenas. Um beijo a todos, e até a próxima!
Gisele Alvares Gonçalves
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