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Outlander - S5E7

  • Foto do escritor: Gisele Alvares Gonçalves
    Gisele Alvares Gonçalves
  • 31 de mar. de 2020
  • 6 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2021

E aí, sassenachs e highlanders, tudo bem com vocês? Eu estou maravilhosa, andando sobre as nuvens, porque finalmente tivemos o episódio de Outlander que estávamos esperando (e que, como fãs dedicados que somos, nós merecíamos). Olha, esse capítulo teve basicamente 0 defeitos para mim: foi emocionante, bem feito, ajudou a prosseguir na história principal, teve tensão e drama a vontade… Enfim, a primeira obra-prima desta quinta temporada da série, e uma esperança de que agora a trama vai focar no que é realmente interessante.

Não vou negar pra vocês, pra mim não foi uma grande surpresa que o Murtagh tenha morrido… De fato, eu já tinha cantado essa pedra desde a primeira resenha da quinta temporada. O que me surpreendeu é que tal desfecho tenha se dado logo no primeiro embate entre os reguladores e as forças inglesas, uma vez que achei que ainda teríamos muitas cenas de tensão entre o Jamie e seu padrinho no campo de batalha. Também me surpreendeu a forma como tudo aconteceu, porém achei que o roteiro foi muito bem escrito, e deram a profundidade para a cena que ela requeria. O mais importante, na minha opinião, foi darem um foco bastante prolongado para a negação do Jamie, e ver este sentimento se transformando em um luto agressivo, demonstrando o desespero em que ele entrou por causa do falecimento de Murtagh. Também, é claro, foi importante a grandiosa atuação do Sam Heughan nesse momento, que abrilhantou tal cena com seu talento e genialidade. Em resumo, só tenho elogios para as decisões realizadas quanto à morte de um personagem querido, que levaram a narrativa até o ponto máximo de drama e emoção.

Claro, não é novidade nenhuma aqui que eu deixei de gostar do Murtagh na quarta temporada, mas até eu reconheço a dramaticidade brilhante com que conduziram tal narrativa. Também reconheço a sensatez do Murtagh ao realmente ouvir o que o Roger tinha a dizer, e tentar voltar atrás no plano de batalhar contra os ingleses naquele momento. Na verdade, me surpreendi positivamente com o personagem neste instante, visto que eu pensei que ele estava tão cego com a revolta que nada mais importaria. Ainda assim, mesmo que ele tenha tentado voltar atrás em sua decisão, a batalha aconteceu e os reguladores perderam, assim como a história já havia decretado.



Outra coisa que me surpreendeu no episódio, e posso afirmar com toda a certeza que quebrou o meu coração, foi o desfecho do Roger… Quer ele tenha morrido ou não. Ficar com a dúvida é angustiante, e eu senti a dor da minha bebê Brianna como se fosse minha. Sim, eu sei que muitos de vocês não gostam do Roger, e que eu estou na contramão do fandom, mas eu nunca havia previsto que algo assim pudesse acontecer com o nosso cantor, o nosso historiador e nosso contemporâneo, e o choque foi tanto que realmente me deixou emocionada. Como eu disse, este episódio inteiro foi extremamente bem escrito, e eu acho que não vou cansar de dizer isto até o final da resenha, porque ainda estou extasiada com todo esse impacto que o capítulo causou em nós.


Achei muito fofa a cena em que o Roger canta para o pequeno Jemmy (que, aliás, está enorme… Sério, o que deram pra essa criança comer? Criaram ele à base de Biotônico Fontoura?) e depois se despede de sua esposa. Os beijos deles, sempre ternos, sempre com muito carinho envolvido, acaba por me arrepiar. Gostei mais ainda, no entanto, da cena em que a Bree se lembra de onde reconhecia o nome Alamance, depois pega o seu cavalo e corre pela terra como um fogareiro, com aquela tomada panorâmica maravilhosa a nos mostrar os belos cenários em que gravam Outlander. Esse é o tipo de coisa que quero ver para nos lembrar que esta é uma série sobre viagem no tempo, não flashbacks que acabam por não acrescentar em nada no quadro geral da história! Quero ver o conhecimento sobre o futuro interferindo no passado, e na escolha que os personagens fazem sobre suas ações. Quero ver o que sempre vimos em Outlander, que são as decisões impossíveis a que os protagonistas têm que chegar pelo bem maior.


E eles tiveram uma decisão assim para tomar neste episódio, não é mesmo? Afinal, sabiam que iriam ganhar esta batalha, mas que os ingleses estão fadados a perder a guerra. Um dos pontos altos deste capítulo, aliás (um dos muitos), é quando o Jamie aceita vestir a casaca vermelha dos britânicos, ainda que relutante. Meu Senhor, que momento! Deu para sentir toda a agonia do protagonista naquela hora, toda sua angústia e dor por vestir o símbolo daqueles que sempre foram seus inimigos. Naquele instante, no entanto, independente dos sentimentos que borbulhavam por sua alma, ele aceitou o convite que o governador lhe fazia, e naquele momento ele abraçou o lado perdedor de uma forma muito mais intensa do que anteriormente o fizera.


Como sempre, Sam Heughan foi verdadeiramente genial ao interpretar essa cena, de forma que sentimos na pele tudo o que Jamie sentia, e entendemos o que estava acontecendo não apenas no plano emocional das coisas, mas também no plano simbólico. Eu me pergunto o que vai acontecer a partir de agora, depois dele ter atirado a casaca ao chão e ter dito todas aquelas acusações à face do Tryon. Será que ele repensará seu posicionamento na guerra? Será que, em honra ao Murtagh e ao conhecimento que sua família tem sobre a história, ele irá literalmente virar a casaca e se rebelar contra a coroa? O quão profundo foram tais acontecimentos em seu emocional, e o quanto eles determinarão suas atitudes? Toda essa descarga de frustrações que ele demonstrou podem ter sido apenas isso, sua forma agressiva de descontar pela morte do amigo, e não trazer consequências para além disso… Afinal, o próprio Tryon o perdoou. Agora é o momento da escolha definitiva, de lutar pela coroa ou pelos reguladores, de ficar no lado perdedor ou vencedor da guerra, e eu morro de curiosidade para saber o que vai ser decidido. Sinceramente? Não tenho a mínima ideia do que vai acontecer.


Queria fazer um elogio, também, à direção deste episódio, pelas belíssimas e cruas cenas da batalha que nos foram presenciadas. Pra falar a verdade, eu nunca havia visto algo assim em qualquer série, um combate travado na floresta em que há esta sensação de não saber o que está acontecendo. Geralmente há aquela grande confusão de sangue e gente, e gritos e aglomeração e brandir de espadas constantes. Nesta cena, no entanto, a batalha pareceu um grande esconde-esconde, onde não se sabia onde as pessoas estavam, e tudo se tornou caótico exatamente pela falta de liderança presente e de todas as ciladas que os dois grupos iam preparando no improviso, sem saber onde seus colegas de exército se encontravam ou sequer o que estavam fazendo. Achei interessante, porém imagino se não decidiram fazer as filmagens deste jeito pela falta de figurantes para montar uma grande cena como na batalha de Culloden, ao final da segunda temporada. Estaria Outlander… Perdendo dinheiro? Enfim, só uma pergunta que eu deixo para a reflexão. Se quiserem dizer algo sobre isso nos comentários, fiquem à vontade.


Talvez, no entanto, tenham escolhido este formato de batalha porque, dessa forma, seria muito mais fácil introduzir uma cena mais íntima entre Jamie e Murtagh, algo que não seria possível em uma confusão de corpos, sangue e suor. Naquele ambiente quase privado o drama pôde acontecer livremente, e puderam elevar o nível de emoção para outro patamar, afinal Jamie estava quase seguro para tentar levar o padrinho até Claire e tentar salvá-lo. Não que não fosse possível criar uma cena dramática em uma grande guerra, pelo contrário… Se fosse este o caso, poderíamos ter o famoso slow motion enquanto Murtagh estivesse caindo ao chão, ao mesmo tempo em que um grito furioso saísse da garganta de Jamie Fraser. Então ele poderia descontar sua raiva na guerra, nos inimigos, dirigindo sua fúria para matar o máximo que conseguisse, até que a batalha acabasse e ele caísse ajoelhado frente ao corpo do padrinho, com lágrimas em seus olhos. Esta era uma opção, e uma bastante boa, mas a série preferiu algo menos grandioso e mais íntimo, e que envolvesse outras pessoas mais intensamente na cena, como a Brianna e a Claire.


Enfim, voltando à Brianna… Achei demais o fato dela ter permanecido junto à mãe e ter ajudado ela o máximo que pôde, enfrentando seu medo de sangue pela causa maior. Vocês já pensaram nisso, o quão brava ela foi por enfrentar a si mesma naquele momento? Porque eu a admirei muito, afinal eu sei o que é não poder ficar perto de gente sangrando sem quase desmaiar. Para a Claire e para a Marsali isso é fácil, mas temos que dar crédito à Bree por superar as suas dificuldades. Enfim, foi só um momento de elogio para a minha foguinho, em uma tentativa de fazê-los ver a personagem sob um novo prisma, e talvez até mesmo fazê-los entendê-la e gostar dela. A esperança é a última que morre.



E aí, curtiram a resenha? Eu sei que esse episódio foi recheado de cenas importantes, e uma resenha é pouco para conseguir falar sobre tudo o que aconteceu... Ainda assim, procurei pegar os pontos mais importantes para comentarmos, para esse texto não acabar ficando gigante. Comentem abaixo seus pensamentos sobre o episódio, e sobre a minha análise das cenas. Um beijo a todos, e até a próxima.

Gisele Alvares Gonçalves


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