Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The Spanish Princess (S2E1)
- Gisele Alvares Gonçalves
- 19 de out. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2020
E aí, reis e rainhas do meu coração… Tudo bem com vocês? Finalmente a segunda temporada de The Spanish Princess chegou (amém, irmãos, é pra glorificar de pé!), e como nós estamos? Entusiasmadíssimos com o primeiro episódio, que já deu um banho em toda a season 1. É, gente, até fã tem direito a fazer crítica às suas séries preferidas, e eis a verdade: Dentre todas as obras adaptadas dos livros da Philippa Gregory, The Spanish Princess era a mais fraquinha. Agora, no entanto, não apenas a trama está mais dinâmica, como o figurino parece mais fiel à época e o cenário está incrível! Tudo feito para me dar uma sensação de imersão muito intensa na época, além de representar a alegria que Henry e Catherine queriam trazer à sua “Camelot”.
Não apenas isto, mas a série parece bem mais adulta nesta temporada, e um pouco mais propensa a cenas de violência extrema… Como o momento em que o Stafford arranca o próprio olho após a justa. Além disso, voltamos à boa e velha treta política, que é o que mais amamos nestas séries todas. Aliás, a Charlotte Hope brilhou demais neste papel de líder forte, e eu cheguei a ter arrepios na última cena do episódio! Caramba, o que foi aquilo? Dá até uma dor na consciência ao gostar dessa personagem, visto que eu tenho verdadeiro pavor dela em The Tudors (como dá para notar pelas minhas resenhas). Enfim, ao menos neste primeiro episódio, a série está cumprindo com as promessas do trailer, mostrando que está disposta a corrigir todos os erros da primeira temporada (quem dera The Great fosse fazer o mesmo, mas eu duvido).

Ao que parece, nesta temporada teremos também dramas mais intensos, e já tivemos uma prévia disso com a morte de Henry, o filho da Catherine com o rei. Mais uma vez, a cena do luto da protagonista foi incrível, graças à atuação bastante emocional da Charlotte! Se bem que também devemos este grande momento à mão da Emma Frost, que não deixa de surpreender enquanto roteirista de toda essa saga (The White Queen, The White Princess e agora The Spanish Princess). Acrescentar a Maggie à cena foi um toque de gênio, e não deixou de trazer lágrimas aos olhos… Afinal, a ligação delas é tão intensa quanto trágica, o que torna tudo ainda mais sombrio e belo.
Outra coisa que eu gostei muito no episódio foi o plot da Meg Tudor na Escócia. Eu sinceramente achei que a trama dela tinha acabado na primeira temporada, todavia fiquei muito surpresa ao saber que veremos mais da atuação da maravilhosa Georgie Henley em The Spanish Princess! Claro, neste primeiro episódio a trama dela foi bem morna e introdutória, mas eu gostei bastante do paralelo que fizeram entre ela e a Catherine: ambas monarcas estrangeiras, porém ambas botando seu novo reino acima de sua origem e acima de sua família, abraçando completamente a nova vida em que foram parar.
É de se pensar, não é mesmo? Como estes casamentos reais serviam para cimentar alianças, porém tal objetivo quase nunca era alcançado, pela simples questão de que nós, seres humanos, somos animais adaptáveis e, para nosso próprio bem, podemos abraçar firmemente a nova situação em que nos encontremos. Ambas as mulheres decidiram lutar pelo seu novo lar, pela sua nova realidade, ainda que tivessem que esquecer toda sua vida prévia para fazer isto.
Claro, eu disse que esta é uma questão interessante de se pensar, não que é algo indolor de se fazer, nem mesmo que é algo saudável. Afinal, o nosso lugar de nascimento é o que somos, nossa cultura e nossa família, é o que nos dá identidade. Como alguém que morou (ainda que por um curto período de tempo) em uma outra cidade, já digo o quanto é penoso lembrar de tudo o que se teve, tudo o que se perdeu. Eu sinto esta dor na Catherine, ainda que a série tenha deixado de explorar um pouco esta questão (por causa da passagem dos anos e a conformidade da personagem na nova situação).
Mas enfim, já falamos bastante das mudanças de The Spanish Princess nesta segunda temporada, e também falamos sobre os pontos positivos do primeiro episódio da nova season. Agora precisamos falar um pouco do elenco, afinal… Está certo que o Ruairi O’Connor é um excelente Henry VIII, mas por que cargas d’água mudaram a cor do cabelo do personagem? Não que ele não tenha ficado um gato com a nova cor, mas esse tipo de decisão acaba por quebrar um pouco a imersão da série. Na minha opinião, este foi um dos únicos pontos baixos deste episódio.
Quanto à Catherine… Bom, ela é linda como sempre, e o figurino dela estava belíssimo também, ainda que eu tenha sentido falta de uma armação por baixo dos vestidos. A minha questão com a protagonista, no entanto, não foi de produção e nem de roteiro, mas da personalidade da moça mesmo. Cara, tudo bem que ela é católica e tal, mas precisava deixar o bebê no chão frio? Não é à toa que o bichinho morreu, ainda mais se aquela não tivesse sido a primeira vez (o que é bem provável)! Quem precisa de maldição, se a mãe da criança faz todo o trabalho sozinha?
Também devo confessar que, apesar de ter me arrepiado com a cena final, em que Catherine dá aquele discurso de guerra, eu questiono um pouco seus motivos… Afinal, não é algo meio mesquinho investir vidas humanas pela simples questão de dominação territorial? Quero dizer, ela e o Henry já tem poder o suficiente, e já tem terras e súditos que cheguem! Por que querer mais? Sabe, eu até entendo um monarca que faria uma guerra para defesa de seu povo, mas simplesmente por ganância (e uma pitada de vingança)? A Catherine deveria estar mais preocupada em estabelecer bons parâmetros de vida para seu novo povo, ao invés de querer bancar a conquistadora no continente.
Quando eu vi o trailer da nova temporada, jurei que seria a França que estaria tentando invadir a Inglaterra, e os ingleses iriam entrar em guerra para se defender. Mas assim, apesar de achar os motivos da Catherine para querer pegar em armas questionáveis, eu até entendo de onde isso vem: de Isabela de Castilla, a mãe dela. A verdade é que a protagonista da série não apenas é uma filha de Espanha… A questão é que ela quer ser a mãe dela! A Isabela é, para a Catherine, uma rockstar, uma ídola a ser seguida como exemplo, e por isso que ela quer as glórias dos campos de batalha, ainda que seja uma guerra por motivos egoístas. Aos seus olhos, ela quer se tornar uma mulher tão incrível quanto a mãe o foi, e por isso ela engajou nesta brincadeira sangrenta sem pensar duas vezes.

Bom, chega de Catherine por enquanto, não é mesmo? Afinal, nesta temporada nós também tivemos algumas introduções a personagens novos… Alguns que, quem já viu The Tudors, já conhecia e estava ansioso para ver em The Spanish Princess, como o Thomas More. Gente, o que eu posso dizer… Gostei mesmo do ator! Ele trouxe a seriedade exigida para o personagem, e não decepcionou a quem já era fã do Jeremy Northan no papel (The Tudors). Só achei que faltou um pouco da carisma que o Jeremy trouxe ao personagem… Mas estamos apenas no começo, não é mesmo? Talvez o Andrew Buchan só precise de mais tempo de tela para conquistar os fãs.
A mesma coisa pode se dizer do Philip Cumbus no papel de Thomas Wolsey… Cara, o Sam Neil (The Tudors) era tão carismático e talentoso, ele conquistava a gente mesmo com a dubiedade do personagem, e dava várias camadas emocionais e psicológicas ao mesmo! Sinceramente, essa foi a escalação que menos gostei, ainda que não tenha achado de todo ruim. O Philip é bom no que faz, e deixa o Thomas Wolsey bastante obscuro, mas eu sinto falta do carisma do Sam, e por isso acho que podiam ter catado um pouco mais a dedo um ator para o papel.
Nesta segunda temporada também temos a oportunidade de ver a Mary Tudor crescida, com a atuação da atriz um tanto desconhecida Sai Bennet. Nunca tinha visto essa pessoa na minha vida, e tampouco podemos julgar se ela é talentosa ou não com tão pouco tempo de tela, mas por tudo o que eu vi eu gostei da sua atuação, e acho que ela pode trazer algo verdadeiramente jovial e refrescante para a irmã do Henry. Vamos torcer para que eu esteja certa.
E aí, gostou da resenha? Comenta aí abaixo o que achou desse primeiro episódio da segunda temporada, e o que está esperando para o resto da série. Vamos compartilhar expectativas e opiniões! Estou ansiosa para conversar com vocês. Lembrando que esta resenha faz parte de uma saga chamada Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor, que é uma maratona de longas e séries que retratam quatro gerações de reis e rainhas da Inglaterra… Quem quiser acompanhar as outras resenhas da saga, só precisa acessar os links aí abaixo, eles já estão em ordem cronológica dos eventos. Por enquanto, no entanto, deixo um beijo e um queijo para vocês, e uma vontade imensa de que possamos nos encontrar em outras resenhas. Até a próxima!
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