Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The Spanish Princess (S2E2)
- Gisele Alvares Gonçalves
- 22 de out. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2020
E aí, reis e rainhas do meu coração… Tudo bem com vocês? Aqui estamos nós, mais uma vez, para falar dessa série maravilhosa que conquistou o nosso coração, e que a cada episódio fica mais interessante! Tanta coisa pra comentar, mas que tal começarmos falando da própria protagonista, a nossa amada Catherine of Aragon? Pois neste episódio ela mostrou a que veio (de novo), provando que é inteligente e astuta como o pai dela. Pensaram que iam passar a perna nela? Pensaram errado! E o James acabou levando a pior, para nossa alegria. Só fico com dó da Meg Tudor, que é um dengo de pessoa e não merecia sofrer. Pra falar a verdade, eu fiquei até surpresa que ela amasse o marido de verdade, sendo ele mulherengo e tal, mas fazer o que? É muito difícil mandar no coração, e o dela escolheu este homem trairinha. Ainda assim, era uma escolha muito difícil para a Catherine, e deixá-lo viver seria um risco muito grande, então entendo o lado dela também. No fim, ficamos com um saldo positivo, ainda que eu ache que a Meg vai se voltar contra os ingleses também.
Só confesso que, apesar de ter admirado a sagacidade da Catherine, eu fiquei prevendo o tempo inteiro que ela ia perder o bebê por conta de sua aventura na fronteira com a Escócia. Ela não poderia ter sido mais cuidadosa, não? Tipo… Sei lá, ao invés de viajar a cavalo, ir em uma carruagem, e não se engajar na luta diretamente, mas ficar na colina onde ela estava antes, esperando o resultado da batalha. Duvido que os soldados dela não fossem entender, estando ela grávida do herdeiro e tal! Achei desnecessário ela ter cavalgado para o olho do furacão da batalha, e penso que foi por causa disso que ela perdeu o bebê.
Ela é filha da mãe dela, quer ser como a mãe dela, mas devia ter posto a sensatez acima do desejo por luta. Afinal, com todas estas atitudes que ela está tendo (botar o bebê no chão gelado e cavalgar para a batalha), tem como desculpar ela pelo fato de estar perdendo os filhos? Tem não! A Elizabeth Woodville perdeu tempo ao fazer a maldição, porque a Catherine é capaz de fazer o trabalho todo sozinha.

Já a Lina… Ain gente, que fofo! A Lina teve dois bebês, e eu fiquei morrendo de alegria. Se bem que ela está muito feliz, e isto começa a ficar suspeito, não é mesmo? Afinal, não existe plot nesta saga que não tenha tragédia! Então aí fica a minha previsão para a personagem: o Oviedo vai morrer em alguma guerra, e vai ser uma cena bem trágica e impactante. Se bem que, confesso para vocês, ainda acho pouco. Não que eu acredite que ela mereça sofrimento! Mas a personagem precisa se encaixar melhor na trama que está rolando, pois até agora ela parece estar em uma série a parte. Ela tinha que voltar a jogar o jogo da corte, e eu acredito que a morte do marido pode ser um dos gatilhos para isto. Por este motivo, penso que o homem vai morrer no próximo episódio… Ele vai ser o sacrifício necessário para a Lina voltar a ter um plot.
Eu começo a falar em sofrimento e o nome da Maggie já salta aqui na minha cabeça. Ai, gente… Que tristeza! Essa aí não teve sossego, em nenhuma das séries que ela esteve. O destino de York dela é ver todo mundo que ela ama morrer pela ponta de um machado, e agora foi a vez do Edmund de la Pool. Confesso que eu não pensei que isso fosse acontecer, mas sabe como é: ninguém é santo na dinastia Tudor, nem a Catherine of Aragon. Ela acabou sendo tão algoz quanto aqueles que havia condenado no passado, e sabe como chamam isso, não é mesmo? Na minha terra, isso se chama hipocrisia. Mas gostei muito da última frase da Maggie para a Catherine no episódio: ao dizer que era apenas uma humilde serva dos Tudors, a Maggie na verdade disse o que todos os outros dizem, mostrando que a amizade entre elas havia acabado. Se vocês pararem pra pensar, foi um tapa na cara e tanto.
Falando ainda na execução do Edmundo… Que cena chocante, minha gente! Bastante visceral, como toda esta segunda temporada tem se provado. Aliás, estou notando que a Chanya Button, nova diretora da série, está não apenas caprichando mais do que os diretores da primeira temporada, como também procurando inovar certos tipos de cena que já vimos incontáveis vezes em séries de época, como a cena da coroação e esta, da decapitação. Nós sempre temos, neste último caso, um discurso da vítima, um prólogo emocional com o choro e as preces do condenado, aí vem o carrasco e pede por perdão, e neste momento pode acontecer uma variação de atitudes: a vítima aceita seu destino de bom grado ou tenta se agarrar à vida. No fim, vemos o machado caindo e a reação do público, quer seja o silêncio ou a ovação. Na direção da Chanya Button, no entanto, não tivemos nada disso! Ao contrário, ela nos mostra apenas a cabeça já cortada, com um close no pescoço. Visceral e poderoso, além de renovador.
Também a direção da Chanya tem se mostrado mais cuidadosa em vários aspectos, e ela usa da luz para nos presentear com momentos poéticos, bem como sabe enquadrar perfeitamente a câmera para mostrar cenas que, de fato, são como obras de arte. Uma cena que me impressionou bastante, por exemplo, foi o instante antes da batalha, com a névoa e os homens armados, mostrando toda aquela tensão melancólica ao expectador. Foi algo bastante simples a se fazer, na real, mas também algo bastante intenso.
Também estou notando as cenas de sexo bem comportadas… Nada comparado à sensualidade de The White Princess, e principalmente The White Queen. A primeira temporada de The Spanish Princess já havia mostrado a intenção de se fazer uma série sem muito foco neste quesito, porém, com o aumento significativo das cenas de violência, imaginei que as cenas de sexo seriam também trabalhadas em maior número. Ledo engano! Apesar de termos visto peitinhos no episódio anterior, neste eles fizeram tudo de roupa, e de baixo dos cobertores. A sensualidade, dessa forma, está bastante controlada, deixando lugar para outros tipos de cenas mais importantes. Eu sei que a mulherada gosta bastante de uns momentos hot, mas eu estou gostando desse controle que a diretora está tendo sobre o quesito. Assim a história anda com um ritmo mais interessante, além de focar mais na carga emocional da trama.
Bom, já falamos das personagens femininas e da direção… Está faltando, é claro, falarmos um pouco sobre o Henry. Sabe, estou admirada que, até agora, ele quase foi um bom marido! Tirando o fato de que ele dormiu com a irmã da Catherine, de resto ele tem sido bem amável e fiel. Agora, no entanto, estou sentindo que a maré vai virar, e ele vai começar a se tornar o homem que todos nós sabemos que ele foi, até porque a lady Blount já está na série, e todos nós sabemos (ao menos quem viu The Tudors sabe) que ela se torna amante do rei, e que gera para ele um filho. Na minha opinião, a perda deste bebê foi o golpe fatal para a suposta fidelidade do Henry, e ele já vai começar a cortejar a Bessie Blount no próximo episódio.
Só estou curiosa pra saber quando a Bloody Mary vai ser feita! Estou ansiosa para ver a Catherine engravidar de novo, e dessa vez parir a menina sanguinária que a gente tanto ama odiar. Bom, ao menos eu odeio. Também estou ansiosa para ver como a Anne Boleyn vai se desenvolver nesta trama… Aliás, vocês repararam que ela já apareceu? Na cena em que as garotas estão arrumando o vestido de casamento da Mary Tudor, falando sobre o Charles e comparando-o a Salomão, ali estão a lady Blount, a Ursula Pole e também as duas irmãs Boleyn! Pena, no entanto que apareceram tão rápido, mas vamos torcer para que mais à frente consigamos ver mais delas. Aliás, vocês conhecem essa atriz que interpreta a Anne, essa tal de Alice Nokes? Porque eu sei que ela fez um papel desimportante em Game of Thrones, tão irrelevante que eu nem me lembro da personagem. De resto, ela só trabalhou em obras pouco conhecidas, então não sei nada sobre a moça. Vamos torcer para que seja tão talentosa quanto a Natalie Dormer o foi.
Pra finalizar, só queria deixar o meu continuado elogio para o departamento do figurino, que continua fazendo o mesmo excelente trabalho do primeiro episódio da segunda temporada. Interessante notar como a Catherine está sempre com cores quentes, amarelo ou vermelho, equiparando-a ao sol da Espanha, a um temperamento caloroso e apaixonado, bem como de liderança. Um belo contraste, por exemplo, com a Maggie Pole, que é mostrada nesta temporada usando bastante cinza, a cor apagada de alguém que quer se esconder na multidão. Gosto bastante do uso das cores nos trajes dos personagens da série, e como eles nos revelam coisas a respeito de suas personalidades. Nesta temporada, este tipo de recurso está sendo levado à perfeição.

E aí, gostaram da resenha? Também acham que a Lina vai ter uma reviravolta em sua trama? E a Anne Boleyn, estão tão ansiosos quanto eu para vê-la mais na série? Digam abaixo o que estão achando da segunda temporada, e não se esqueçam também de ler as outras resenhas da saga Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor! A lista com os links vai estar aí embaixo, em ordem cronológica dos acontecimentos. De resto, deixo um beijo e um queijo pra vocês, e uma vontade imensa de que possamos nos encontrar em outras resenhas. Até a próxima.
É, Gisele, estou pra te dizer que não foi a única que ficou com essa sensação de estranheza com esse Henry, que até parece um cara legal e simpático, nem um pouco psicótico e homicida! Mas tem razão, isso deve mudar logo... O que me faz pensar no futuro da série. Curioso pra ver com outros olhos - depois de ver The Tudors - como as coisas virão a acontecer!