Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The Spanish Princess (S2E3)
- Gisele Alvares Gonçalves
- 28 de out. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2020
E aí, reis e rainhas do meu coração… Tudo bem com vocês? Hoje chegamos aqui com a resenha de mais um episódio ma-ra-vi-lho-so da nossa série amada, que está subindo cada vez mais no meu conceito! Sério, como pode ser isto? Eu não sei exatamente por que a segunda temporada está tão melhor que a primeira, mas isso me deixa com esperança que outras séries possam encontrar o seu rumo novamente também (cof cof, Legacies e The Great, cof cof). Neste episódio, tivemos dois monólogos maravilhosos, sendo o mais incrível aquele que é a Catherine ditando a carta para a Meg Tudor, explicitando exatamente como é o sentimento de depressão. O segundo, é claro, foi a própria Meg falando com seu povo, terminando o discurso dela com uma música emocionante, deixando-me agradecida por ter ouvido a Gergie Henley cantar ainda nesta vida. Que voz, senhoras e senhores! Essa mulher certamente venceria o The Voice.

O interessante é que o episódio foi chamado Grief (luto), especialmente por causa da perda do bebê da Catherine, mas quem faz o discurso sobre o sentimento do luto foi a Meg, mostrando o quanto ela e a rainha inglesa estão conectadas. Aliás, vocês já tinham reparado o quanto a jornada destas duas mulheres tem sido parecida? Elas abraçaram a nova nacionalidade no mesmo episódio, tiveram uma perda significativa no mesmo episódio e agora sofrem pelo luto, sentindo-se ameaçadas por intrigas políticas com as quais não estão sabendo lidar. A única diferença, aparentemente, é que a Catherine está perdendo o amor, enquanto a Meg está encontrando ele. Aliás, que ship, minha gente! O Angus é um querido, e eu realmente espero que eles sejam felizes, apesar de suspeitar de que eles não vão ser. Só pra vocês saberem, eu não conheço nada da história real da Meg Tudor, além do fato de que ela é a mãe do rei James da Escócia, e avó da Mary Stuart, então não tenho ideia do que vai acontecer na vida amorosa da personagem na série.
Outro ship inesperado neste episódio foi a Maggie Pole com o Thomas More. Claro, quem recém está vendo algo sobre esta dinastia, e ainda não assistiu The Tudors, pode até ter achado fofo, sem saber que o cara de falas belas e humanistas não passa de um hipócrita, assassino de protestantes, então eu entendo perfeitamente. Ainda assim, mesmo em The Spanish Princess, há um certo ar sinistro na atuação do Andrew Buchan, se você prestar bem atenção. Pena que a própria Maggie parece não ter notado.
E agora o rei quer casar ela com o… Como é o nome do personagem mesmo? William Compton! O cara que, definitivamente, não sabe conquistar uma mulher culta como a Maggie. Painéis do salão? Sério mesmo? Enquanto que, na companhia do Thomas More, ela tem a perspectiva de falar sobre filosofia e outros assuntos mais profundos do que design de interiores. Já a Ursula, bem… Pra ela qualquer um está bom, desde que seja nobre e mantenha a cabeça dela sobre o pescoço. Sinceramente? Entendo a moça, ainda mais dado o passado da família dela! Além disso, ela não se encontra apaixonada por ninguém, mas está ansiosa para iniciar a sua vida amorosa, e este é um sentimento que eu já tive no passado, e sei bem como é também.
Mas voltando a falar sobre personagens obscuros… Falamos um pouco, a este respeito, do Thomas More, o cara que traz somente a promessa da hipocrisia, mas que, em essência, está sendo trabalhado de forma bem carismática na série. Já o Wolsey… Bem, esse aí é basicamente um vilão da Disney! Não apenas o roteiro, mas todas as partes da produção trabalham o personagem para ser detestável, o antagonista da Catherine. Ele se veste de preto sempre, representando um corvo, um urubu sobre a carcaça da vítima… Além disso, a própria fotografia nos dá a entender o quanto ele é sinistro, pois enquanto a luz está toda atrás da Catherine, ele está parcialmente no escuro, na cena em que ele está almoçando com o rei e sua esposa.
Falando ainda sobre personagens que já conhecíamos de The Tudors, e agora estamos revendo em The Spanish Princess… Gostaria de saber o que vocês estão pensando sobre o Charles Brandon! Porque, olha, depois de ver o Henry Cavill no papel (é o Henry Cavill, bicho!), o Jordan Renzo está parecendo diferentão demais. Quero dizer, a gente conhecia o personagem como um galinha irremediável, além de ser uma pessoa fútil e temerária. Nesta versão, ele não se parece com um conquistador de mulheres, e nem tem o olhar e postura confiante para se tornar um. Ao contrário, a atuação do Jordan nos leva a ver um homem inseguro, alguém que não tem um jeitão de galã que vai conquistar a mocinha com um olhar, e eu achei bem ousada essa nova perspectiva, mas acabei gostando bastante. São duas abordagens diferentes, mas que podem funcionar muito bem se tiverem atores e roteiristas de talento no leme. Bom, eu ainda não sei muito da atuação do Jordan, mas espero grandes coisas dele. Tomara que eu não esteja errada.
O Charlie mais inseguro pode torná-lo um par romântico melhor para a Mary Tudor, e fazer deste casal um OTP ao estilo de Richard of York e Anne Neville (referência a The White Queen… Se não assistiu, assista!). Aliás, realmente a interação entre os dois pombinhos foi muito mais fofa nesta série, dando a entender que a ligação deles vai ter mais a ver com amor do que com sexo por si só. Sinceramente? Estou ansiosa para saber se estou certa nessa previsão.
Falando em Mary Tudor… Vocês vão ficar muito bravos comigo se eu disser que não desgostei do casamento da moça com o rei francês? Quero dizer, ele não é um cara ruim, e foi até bem fofa a cena entre eles no quarto, os dois brincando de guerra de travesseiros! A verdade é que ele sabe que não é um galã, mas ele tem consciência de como tratar bem uma garota e de fazê-la ficar à vontade, o que é muito importante, especialmente na primeira vez da dita cuja. Aliás, fiquei pensando bastante sobre o que ele falou a respeito da primeira vez ser melhor com um homem mais velho: acredito que ele quis dizer que os jovens são apressados e egoístas, em geral, e querem o prazer carnal sem pensar, ou entender muito, como a primeira vez funciona para uma mulher. O homem mais velho, no entanto, já conhece muito mais do corpo feminino, além de não ter a urgência por sexo que o jovem tem. Ele consegue ser mais devagar e acompanhar melhor o ritmo da virgem. Bom, ao menos isso podia ser verdade no século XVI, que é a época em que se passa a série. E vocês, entenderam de outra forma esta fala do personagem, ou concordam comigo, que foi isto mesmo que ele quis dizer?
E sobre a Lina, o que dizer? Gostei do fato dela ter um papel emocional para a Catherine neste episódio, em relação à inveja que a rainha sente por sua dama ter dois meninos saudáveis. Achei emocionante o reencontro delas, em especial por falarem em espanhol uma com a outra, a língua que representa o lar para elas, o conhecido, a intimidade. Ainda assim, acho que a Lina ainda não desenvolveu uma trama própria, e por mais que esteja interagindo com a Maggie Pole e com a rainha, ela precisa desenvolver um plot consistente que a conduza pelo resto da temporada. Os roteiristas precisam se ligar nisto, e para ontem! Próximo episódio ela já tem que se envolver melhor na treta política, e aí sim terá seu lugar de destaque merecido na série.
Bom, agora chega de falar sobre personagens secundários, não é mesmo! A gente tem que voltar a falar sobre a Catherine! Afinal, o drama pegou neste episódio, e drama sexual é uma coisa que sempre me atinge com força. Ver como ela está sendo tratada neste departamento é de quebrar as pernas, bem como o coração! Foi um texto muito bem escrito, visceral, mostrando a parte feia de quando o amor abandona um casal. A gente pôde ver o desespero da protagonista ao notar a falta de desejo do marido por ela, a não-aceitação ao constatar que ela era o problema, a esperança forçada de que eles voltariam a se amar como antes. Aos poucos, no entanto, a depressão vai invadindo seu coração, e ela simplesmente aceita a infelicidade, tanto que, quando o Henry tenta consertar as coisas entre eles na França, ela se encontra bastante fechada, com as muralhas altas.

E quanto à reconciliação deles? Bem, eu não acredito que tenha sido apenas para a produção de um herdeiro porque, sendo impulsivo como o Henry é, ele não conseguiria realmente fazer nada com a Catherine, a menos que estivesse desejando ela. Não, eu acredito que a reconciliação foi sincera, porém fraca a ponto de se romper com a primeira brisa, e todos nós sabemos que um vendaval loiro vai vir no próximo episódio, já que já assistimos ao teaser.
E aí, gostou do episódio? Choraram? Qual foi o momento mais tenso, em termos de drama, para vocês? Enquanto aguardo os comentários, deixo um beijo e um queijo para vocês, e uma esperança de que possamos nos encontrar em outras resenhas também. Não se esqueçam de acessar abaixo os textos que fazem parte da saga Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor, eles já estão organizados por ordem cronológica dos eventos! Até a próxima.
O próprio Henry é um cara caótico, parecendo mais um barco de velas içadas numa tempestade: ele é puxado na direção de onde sopra mais vento, de onde o prazer chama mais atenção. Ele é imdiatista e fútil, apesar de ser poético quando quer, e isto torna qualquer momento amoroso que ele possa ter com absolutamente qualquer mulher numa efemeridade. Quem conhece a história sabe que não tem jeito, vai dar tudo errado mesmo, e só sobra sofrer pela Catherine em antecipação... Quanto ao Charles, não dá não hehehe, não depois do Henry Cavill. É outro personagem, completamente, e pra mim é muito difícil desassociar a imagem dele ao Charles... Mas segue o abrco, né, nem tudo na vida são…