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Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The Spanish Princess (S2E4)

  • Foto do escritor: Gisele Alvares Gonçalves
    Gisele Alvares Gonçalves
  • 4 de nov. de 2020
  • 7 min de leitura

Atualizado: 2 de dez. de 2020

E aí, reis e rainhas do meu coração… Tudo bem com vocês? Hoje chegamos ao quarto episódio da temporada, e a coisa começa a ficar feia para a Catherine… Chega a dar peninha da bichinha. Não apenas dela, mas da Meg Tudor também que, continuando o paralelo que ela representa com a princesa espanhola, acabou por também ser traída por seu marido, tendo o seu coração quebrado e sua influência política mitigada. Vou confessar que a revelação que o Angus não prestava foi a mais chocante da série inteira, afinal eu pensei que ele era um doce e que o ship dele com a Meg ia ser puro mel e chocolate. Nunca estive tão errada em minha vida inteira.


Apesar de amar a Georgie Henley com todo o coração, no entanto, eu não acho que ela tenha se saído tão bem assim nas cenas de drama. Sei lá, pareceu meio artificial. Não obstante o fato da moça ter nome, por causa de sua atuação como Lucy Pevensie na trilogia dos filmes sobre Nárnia (o que está lançando ela inclusive no prequel de Game of Thrones), eu não acho que ela é uma atriz excepcional, o que é uma pena de se dizer. Ainda assim, gosto muito dela e de sua personagem em The Spanish Princess, e sua trama está sendo muito interessante, por ser algo completamente novo para mim.



A trama da Meg foi bastante triste neste episódio, ainda mais pela sensação de impotência dela sobre os homens que a cercam. E é por isso que qualquer mulher, quando detém o poder por si própria, não deve se casar! Sempre dá merda. A única diva sensata que entendeu o recado foi a Elizabeth I, filha de Anne Boleyn e próxima geração de governantes Tudor. Bom, também, se ela não aprendesse, né? Tendo o exemplo de seu maravilhoso pai, Henry VIII, e tudo o que ele fez com suas esposas, e também o exemplo do que sua tia, Meg Tudor, viveu… Se ela se casasse, ela seria burra.


Agora, vamos falar de outra mulher: vamos falar sobre Anne Hastings, o nome da vez. Interpretada por Tessa Bonham Jones, uma completa desconhecida para mim, mas que já mostrou ao que veio nesse episódio! Ela interpretou uma moça alegre, de sorriso amplo e sincero, extrovertida e chamativa, ainda que com baixa autoestima. Anne Hastings parece ser o tipo que não tem muita profundidade intelectual ou emocional, não percebendo os jogos de corte que são tecidos ao seu redor. Não vou dizer que amei a personagem, porém entendi que esta era a abordagem necessária para ela, para sua função na trama. Falando em trama, aliás… Que reviravolta! Descobrir que, no fim, o Henry nunca tinha pegado a Anne foi um pouco chocante, ainda que intrigante. Gostei bastante dessa abordagem, que acabou dando uma condução legal ao episódio, e criando tensão na medida certa. Agora, para o próximo capítulo, não vai mais haver mistério: o Henry é um traíra sim, e é a Bessie a sua amante (conforme o pessoal que viu The Tudors já sabia). Ansiosa para saber como vão trabalhar esta treta no resto da temporada.


Aliás, é interessante traçar um paralelo entre a própria Anne Hastings com a Catherine of Aragon: ambas mulheres casadas, infelizes e jogadas como peças de xadrez nas maquinações da corte. Esse paralelo fica bastante claro na primeira cena do episódio, quando Lina diz que a Anne não era abençoada com um casamento feliz, como elas (Lina e Catherine) eram. O olhar da rainha, neste momento, entrega tudo, fazendo-nos perceber que ela já sabe que não existe final feliz para ela! Ela é a Anne Hastings, no fim das contas, ignorada pelo marido e carente de atenção… Só que se porta com mais dignidade do que esta. É tudo muito triste, ainda mais quando temos a chance de rever o capítulo, observando no rosto da princesa espanhola um spoiler de todos os sofrimentos por que ela vai passar.



Não sei se vocês notaram, mas quando a Catherine surgia na frente do Henry, ele só perguntava do filho… Como se ela, enquanto mulher e esposa dele, não existisse, mas apenas a produtora de herdeiros. Aparentemente ele ainda estava tratando ela bem, porém dava pra sentir a diferença do interesse dele, ainda mais quando o homem não quis deitar-se com a mulher, adiantando o seu confinamento, certamente para passar mais tempo com quem ele verdadeiramente desejava. No fundo, Catherine sabia disso, ainda que tentasse se enganar.


O Henry está mostrando a sua verdadeira face… Não apenas como traíra, mas como o narcisista que ele é. Quero dizer, vocês viram como ele tratou a irmã dele, Meg Tudor? Ele nem enxergou o lado da mulher, seus sentimentos, apenas pensou no que ela havia feito para ele. Oi? Tudo bem? Como se o fato dela se casar fosse algo que tivesse algo a ver com o seu irmão! Nesse momento deu vontade de pegar o cara pelo ombro, sacudi-lo e dizer: “você não é o centro do universo, vê se cresce!”. Enfim, o fato é que, na cabeça do Henry, a Meg existia unicamente para servir aos seus interesses, e por isso ele agiu como um idiota com a irmã. Além disso, o Wolsey falando merda sobre mulheres no poder não ajudava muito no caso, apenas agravando o estado de infantilidade mental do rei.


No fim, foram as mulheres tentando ajudar as mulheres… Ainda que pouco poder pudessem ter juntas, e muito menos separadas. Catherine e Mary tentaram ajudar Meg, mas o que poderiam fazer de concreto? Sem o comando de exércitos, à mercê de seus maridos, não conseguiram impedir que tirassem os dois filhos da rainha escocesa. Ao menos, com Thomas Howard ali, a Meg conseguiu sair viva do palácio.


A única mulher que se deu relativamente bem neste episódio foi a Maggie Pole… E que surpresa, vê-la entrar nos joguinhos de corte! Se bem que, confesso pra vocês, acho que ela fez um mal negócio se livrando do Compton. Ao contrário da Meg, que tinha muita coisa a perder caso se casasse, a Maggie não tem nada muito significativo, o que faz com que eu acredite que o Compton amava ela de verdade, e não estava correndo atrás dela por interesses de ordem monetária. Além disso, o cara parecia ser bem legal, interessado em ser um bom marido para ela, um companheiro e amigo para todas as horas. Não achei certo, portanto, ela fazer essa judiaria com o homem, e até consigo mesma! Afinal, por que não aceitar a companhia de um cara bacana? Os filhos estão indo embora, pouco a pouco, e iria ser um consolo para ela encontrar, se não paixão, ao menos uma amizade colorida em alguém. O que ela quer mais, o Thomas More? Está certo que existe muita química ali, porém o cara é casado e nunca vai trair a esposa, e nem deveria. Então, como o prêmio maior já está comprometido, ela deveria aceitar a boa pessoa que o destino lhe mandou, de forma a encontrar uma certa paz em sua vida.


Bom, chega de falar de saia, não é mesmo? Preciso comentar com vocês algo que vem me incomodando um pouco nos últimos episódios, e é sobre um casal muito querido nosso. Lembram do quanto eu estava reclamando da falta de uma trama para a Lina? Pois bem, apesar de não ter ganhado um plot próprio, neste episódio ela recuperou seu antigo papel de dama de companhia e amiga da Catherine, como um personagem de apoio na série. Não desgosto da decisão… De fato, talvez seja a mais coerente para a personagem. A questão é que, agora, o Oviedo ficou completamente perdido na trama, e está assim há alguns episódios. Ele aparece no máximo duas vezes, com poucas falas, como na cena em que ele conversa com seus filhos, perguntando-lhes se eles eram reis ou ladrões. Fofo, inegável, mas nada que leve a história adiante, deixando claro que tal cena somente foi escrita para que o ator aparecesse. Esse tipo de situação me deixa um pouco preocupada com o rumo do personagem, se é que ele vai ter um.


Enfim… Estamos chegando ao fim desta resenha, mas não posso ir embora sem antes comentar sobre o nascimento da Bloody Mary, algo que eu estava bastante ansiosa para assistir. Como o esperado, eu achei a cena emocionante, em especial pelo desespero silencioso da Catherine ao descobrir que tinha dado à luz uma menina, e depois sua tristeza avassaladora quando o Henry não se dignou sequer a abrir a porta do quarto para conhecer a filha. Sério, que cara idiota esse! Não sei como todas as mulheres caíam aos seus pés, apaixonadas. Ele não é sequer inteligente, ou profundo em seus afetos, ele é apenas um psicopata mimado e egoísta! Bom, enfim, a questão é que eu não consegui não compará-lo com seu avô, o Edward IV de The White Queen que, ao ter a sua primeira filha, disse à esposa que ela era linda e que seria muito amada, sem mostrar qualquer sinal de descontentamento por não ser um menino. Muito pelo contrário, o Edward parecia emocionado, como qualquer pai decente deveria se mostrar! Enquanto que o Henry, que não é nem a metade do homem que seu avô foi, destratou a sua mulher por ter lhe dado uma filha saudável. Vontade de mandar longe não faltou.


E aí, vocês também ficaram com nojo do Henry nesse episódio? Também quiseram mandar ele para lugares insalubres? Conte abaixo, nos comentários, o que estão achando da segunda temporada da série, e se estão com tanta pena da Catherine quanto eu. Não se esqueça também de dar uma olhada na nossa saga de resenhas, Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor, que reúne várias séries e filmes que retratam as quatro gerações desta família… Os links vão estar disponíveis aí abaixo, em ordem cronológica de acontecimentos. Por enquanto, no entanto, eu deixo um beijo e um queijo para vocês, e uma vontade imensa de que possamos nos encontrar em outras resenhas aqui pelo site. Até a próxima!


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