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Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The Spanish Princess (S2E6)

  • Foto do escritor: Gisele Alvares Gonçalves
    Gisele Alvares Gonçalves
  • 18 de nov. de 2020
  • 7 min de leitura

Atualizado: 2 de dez. de 2020

Olá, reis e rainhas desta terra... Tudo bem com vocês? Mais um episódio arrebatador de The Spanish Princess, que nos trouxe muitas coisas a serem comentadas! A começar, é claro, com a sofrência pacífica da Catherine frente ao esquecimento em que ela ficou, enquanto a Bessie Blount quase ocupava o seu lugar como mulher do Henry. Foi bastante triste ver a aceitação da rainha com sua situação, aquele contínuo estado de depressão e soturnidade, enquanto se vê a felicidade em outras pessoas, através de uma janela. É engraçado que, mesmo neste momento em que parece que a Catherine aceitou tudo, ainda há uma dor que demonstra que ela não fez as pazes com sua situação ainda. E com a cena da menstruação, deu para entrever claramente que ela sente raiva por si mesma, por não conseguir engravidar de novo, bem como nutre uma esperança frágil, mas ainda presente, de gerar um herdeiro e reconquistar sua dignidade desta forma. Tudo muito triste e cinza, mas já não desesperado como no último episódio.


E enquanto Catherine não consegue engravidar, sendo forçada a assistir ao próprio marido brincar com seu bastardo, ela também é forçada a conviver com Lina, a mulher que gerou dois meninos de uma só vez, e que está grávida de novo. É interessante notar, inclusive, o comportamento da dama em relação à sua rainha, quando pede que esta se afaste da janela para não ficar doente: sua voz é complacente, o que por si só já é algo doloroso de se ouvir. Ela tem pena da Catherine, e a Catherine sabe disso.


A rainha teve apenas uma filha, uma menina indesejada, mas que se torna um elemento de disputa quando Wolsey mostra interesse nela. Não é uma questão de amor maternal quando Catherine reivindica o direito de opinar sobre o seu destino, mas uma tentativa de retomar seu próprio poder na corte! E para isto ela apela para a única coisa que ela ainda tem, e que ninguém poderá lhe tirar: seu sangue, sua família, sua origem espanhola. Ao escrever uma carta para o rei da Espanha, ela espera quebrar com a aliança francesa e, em seu lugar, restaurar a aliança espanhola, o que lhe favorecia em detrimento a Wolsey. Brilhantemente, nesta cena vemos Catherine com um belo vestido verde, a cor das estratagemas e maquinações. A rainha saiu da inércia, e vai lutar por seu lugar no mundo novamente.


Bom, já falamos sobre a Catherine e a Lina… Falta mencionar agora a outra dama da rainha. Cara, vocês já perceberam o quanto a Maggie Pole é a mãezona da dinastia Tudor? Ela não apenas criou os seus próprios filhos, que já são tudo homens feitos (e mulher feita), mas também criou o Arthur Tudor, ex-marido da Catherine, e agora cria sua filha. Sério mesmo, quantos anos essa mulher já tem? Porque a Laura Carmichael, atriz que interpreta a personagem, tem apenas 34 anos, mas eu tenho a impressão que a Maggie já deve ter mais de 40! Aliás, a própria Catherine também deveria estar bem mais envelhecida, visto a quantidade de tempo que se passou desde que ela chegou na Inglaterra. Parece que, no século XVI, o pessoal tinha acesso à fonte da juventude… Ou simplesmente o pessoal da maquiagem não conseguiu encontrar a tinta branca pra pintar uns fios na cabeça dessas mulheres ainda.


Bom, deixando questões técnicas de lado… E quanto à Meg e sua trama? Pela primeira vez, desde que a segunda temporada começou, tivemos um distanciamento entre ela e a Catherine. Não existe mais paralelo! Afinal, apesar destas duas mulheres se encontrarem em casamentos horríveis, a rainha escocesa é sensata e quer o divórcio, enquanto que a inglesa quer, secretamente, se reconciliar com o porco do seu marido. Sério mesmo, produção? Mas o que mais choca, no entanto, nem é isto, mas sim o fato de que, pela primeira vez, a Catherine deixa de ajudar a Meg por motivos puramente egoístas, afinal ela não quer que a outra se divorcie para não abrir precedência para seu próprio divórcio. Essa foi bola fora… Não é mesmo? Aliás, no lugar da Catherine, eu teria seguido pelo mesmo caminho e estaria procurando formas de me livrar do traíra do meu marido. De repente assim ela encontraria mais felicidade, e até um novo marido que a amasse de verdade.


Com tudo isso, deu pra perceber que a Catherine não é tão santa quanto parecia, não é mesmo? Neste episódio, em particular, ela estava bastante egoísta, afundada em seus próprios problemas e não conseguia pensar no bem-estar de outra mulher, apenas cogitando no que as decisões dos outros poderiam lhe afetar. Tudo o que importava era ela: não sua filha, que iria se casar com um homem muito mais velho, e muito menos Meg Tudor. Tudo por causa de um homem que não merece as cuecas que usa. Sinceramente, fico desapontada, mas feliz porque, ao menos, a Rosa (ai, saudade dela!) pôde botar algum tipo de sabedoria naquela cabecinha ruiva da rainha. Pena que, ao que parece, o conselho chegou tarde demais.



Sim, chegou a hora de falar nela! Gente, Bloody Mary veio para ficar, já desde criancinha! Sinceramente, gostei muito dessa abordagem que The Spanish Princess teve a respeito da personagem, bem diferente de The Tudors, onde a Mary acabou se tornando um monstro como consequência de sua vida. Gosto bastante dessa ideia de que a menina já nasceu meio bitolada, e a cena em que ela vê um homem batendo no outro… Foi de arrepiar! Ela não estava assustada, mas apreciando o momento, como quem assiste a uma peça de teatro. Sinceramente? Parabéns para o responsável pelo roteiro deste episódio, pois você me deu o que eu sempre quis ver.


Mas nós já falamos bastante sobre as mulheres da série, não é mesmo? É hora de falar sobre o cardeal Wolsey, agora finalmente como chanceler da Inglaterra. É engraçado como, justo quando ele consegue tudo o que sempre quis na vida, sua sorte começa a mudar abruptamente. Wolsey já não consegue manipular mais o rei como antes, e ele está sentindo isso, e tudo graças à cara de pau do rei francês, e do comentário de Charles para Henry, sobre Wolsey ser o “alter rex”. Sinceramente? Genial da parte do espanhol isso: se a aliança não se forma com presentes interessantes e bajulações, apelemos para ferir o ego do rei! O que não é difícil no caso do Henry, visto que seu ego é gigante.


Bom, falando sobre os eventos do encontro na França, bem… Confesso que não era bem o que eu esperava, mas isto não faz da sequência algo ruim, apenas significa que eu tenho que lidar com minha própria frustração. Como fã de The Tudors, e agora que uma série literalmente entrou dentro da outra, eu esperava da inimizade entre Henry e François algo mais fútil e egocêntrico, como se eles fossem dois pavões tentando se mostrar melhor um que o outro. Eu não achei que ofensas sérias fossem ser ditas, como no caso de François questionando a legitimidade de Mary, mas algo mais sutil e completamente voltado para o Henry, no sentido “a França é um lugar melhor e eu sou um rei muito mais bonito e sexy do que você”. Algo bobo e infantil, sabe? Enfim, eu achei um pouco burro, da parte do rei da França, xingar dessa maneira um homem com quem ele queria fazer uma aliança, pelo puro motivo de ser babaca! Não é questão de ego, nem de emoção do momento, nem de exibição e pavoneamento, foi simplesmente burro da parte dele afastar o Henry e empurrá-lo para os braços do Charles, e ponto final.


Confesso que eu pensei que, se fosse para fazer algo diferente de The Tudors, The Spanish Princess poderia apostar na engenhosidade que a Catherine já mostrou na primeira temporada, e fazer ela manipular o marido e o François para dizerem coisas desagradáveis um para o outro, e assim romper com a aliança. Afinal de contas, ela era a maior interessada que aquela ida à França fosse um fracasso, e não o rei francês! Além disso, a série tem como foco a Catherine of Aragon, e se chama The Spanish Princess, então seria interessante ver ela como uma participante ativa da política que estava acontecendo, ao invés de ser uma vítima passiva. Enfim, eu teria amado se fosse este o caso, e até voltaria a gostar mais da personagem se ela tivesse coragem de fazer isto. Infelizmente, no entanto, a Catherine parecia afundada em depressão demais para tomar qualquer decisão válida, e assim a série perdeu um momento de ouro.



E aí, concorda comigo sobre a Catherine ter ficado apagada no encontro entre reis? E quanto ao egoísmo da rainha, também acham que ela deveria deixar de pensar no próprio umbigo para ajudar a Meg Tudor? Deixe seu comentário, estou ansiosa para conhecer vocês! Ah, e não se esqueça de acessar as outras resenhas da saga Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor, estarão todos os links aí abaixo, em ordem cronológica dos eventos históricos. Tendo feito este convite, deixo um beijo e um queijo para vocês, e uma vontade enorme que possamos nos encontrar em outras resenhas. Até a próxima!


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