Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The Spanish Princess (S2E7)
- Gisele Alvares Gonçalves
- 25 de nov. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2020
Olá a todos, reis e rainhas do meu coração! Penúltimo episódio de The Spanish Princess, e o coração já começa a morrer aos pouquinhos… Ainda mais com um episódio desses, tão intenso! Confesso que, na primeira temporada, eu tinha pavor do Stafford, por ele ter usado a Rosa e depois renegado suas responsabilidades em relação à criança que geraram juntos. Nesta temporada, no entanto, ele pareceu bem mais centrado, e é interessante notar como ele sempre esteve ao lado de Catherine – quer fosse em sua batalha moral contra o Wolsey, quer carregando ela de volta ao seu quarto, enquanto a mulher perdia o bebê. Sua morte, portanto, foi bastante trágica para mim, e eu me sinto realmente de luto.
Isso chegou a ser uma surpresa para mim, visto que o mesmo personagem em The Tudors era um elitista desprezável, e a gente não sente realmente uma conexão com ele. Em The Spanish Princess, no entanto, não apenas o roteiro se encarregou de torná-lo mais amável, como a própria direção carregou no drama na hora de sua morte, tornando toda a cena bastante sangrenta e emocionante.
Outra razão pela qual a morte do Stafford é trágica diz respeito às consequências para Maggie Pole e sua filha, Ursula. Cara, essa mulher não tem sossego na vida! Ela pediu pra ter azar, e entrou dez vezes na fila. Sua única filha mulher, casada tão bem, vivendo o amor como poucos na corte Tudor conseguiam, de forma tão pura e simples, e aí um drama desses recai sobre a família. Ursula perde não apenas o sogro, mas o título que teria caso seu marido herdasse o ducado, e a gente fica como? Morrendo de raiva, é claro! Só espero que mais nada de ruim aconteça para esta família no próximo episódio… Afinal, será que é possível pedir ao menos uma trégua para os Pole?
Enfim, falando em Maggie, não podemos deixar de citar a sua descoberta em relação ao Thomas More, que fez o ship ir para as cucuias. Claro, quem viu The Tudors já sabia que ele é um psicopata sanguinário, mas em The Spanish Princess essa revelação vem com ainda maior peso, pois o personagem é mais carismático que na outra série. Aliás, ele é mais querido pelos expectadores exatamente porque os roteiristas colocaram ele como um ship para a Maggie, que é um docinho de pessoa. Por um tempo, a gente passa quase a ver o Thomas a partir da perspectiva da mulher: carinhoso, atencioso e inteligente, o tipo de homem que a gente pensa que daria um bom marido. Sendo assim, neste episódio os butiás caem do bolso dramaticamente, e a gente passa a odiar um personagem que antes nós amávamos.
Aliás, exatamente pelo fato de vermos ele através da ótica da Maggie é que ele se torna odioso, bem ao contrário de The Tudors, que ele se torna apenas cinzento, dúbio. O que eu quero dizer, com tudo isto, é que The Spanish Princess investiu mais na dramaticidade dos personagens e situações do que a série anterior, fazendo a tensão ser maior para o expectador, e a sofrência também. Por tudo isto, deixo aqui meu parabéns pra essa série incrível, que era a minha menos favorita na primeira temporada, e agora está concorrendo fortemente ao primeiro lugar no meu coração.
Enfim, chega de sentimentalismos… Vamos avançar em nossa resenha! Vamos falar, portanto, do tema principal do episódio: o protestantismo chegando na Inglaterra. Cara, foi só eu que odiei a Catherine nessa jogada toda? Confesso que deu até um alívio no peito por isso, uma vez que historicamente eu tenho pavor dessa mulher, por ela ser inimiga da Anne Boleyn. A Catherine está muito sem dignidade nessa série, correndo atrás de um homem que não quer ela, e agora, para reconquistar poder na corte, ela me inventa esse negócio de intolerância religiosa? Por favor! Assim não dá pra ser feliz.

Este não foi o único motivo pelo qual eu odiei a Catherine neste episódio, devo confessar… Eu também detestei o fato dela não apoiar a Meg, e ainda por cima dar a ideia para o Angus chamá-la de adúltera. Mas que cadela! Isso foi mais do que uma crueldade da parte dela, foi uma ação que somente vilãs de séries tomam. Olha, eu sei que amor não correspondido pode desnortear uma pessoa, mas a Catherine já passou desse ponto há muito tempo. Não é só o Henry que está doido não, a rainha também perdeu uns parafusos ao longo dos anos! Enfim, a questão é que estou com nojo total e absoluto dessa pessoa, e queria saber a opinião de vocês sobre o assunto.
Para mim, a Meg está brilhando muito mais do que a Catherine: traída, porém ainda completamente sã, tomando todas as decisões sensatas que uma mulher nesta situação poderia tomar. Ela não ficou sanguinária, nem vai se entregar ao amor inconsequentemente… Muito pelo contrário, ela escolhe a dignidade dela! E é por isto, e pelo fato dela ser uma pessoa forte, que eu estou amando a personagem. Até me acostumei com a atuação da Georgie Henley! Já até estou vendo tudo: quando a série acabar, eu vou sofrer bastante sentindo falta da Meg.
Já quanto à trama dos estrangeiros… Estou sentindo que estão forçando a barra do roteiro. Em termos gerais, esse plot não ajuda a contar a história da Catherine, que é a protagonista da história, o que significa que este enredo simplesmente não precisava existir na série. Eles só acrescentaram esta trama por causa da Lina e do Oviedo, para eles terem algum tipo de dramaticidade, mas a impressão que passa é que todas essas cenas poderiam ser cortadas sem prejuízo algum. Eu achava mais interessante se tivessem envolvido mais estes dois personagens nos enredos centrais, ao invés de criar toda uma história separada para eles.
De certa forma, a Lina está mais engajada na trama central, principalmente em sua relação com a Catherine. Quando a rainha humilha sua amiga para aliviar a própria tensão, temos uma construção da personagem principal, e isto não é apenas válido, mas essencial no roteiro. É interessante notar, no entanto, que neste ponto a Lina também nos faz odiar mais um pouquinho a Catherine, por ser a dama uma personagem tão carismática que nós não aceitamos que qualquer pessoa a faça sofrer. É, minha gente… É muito ponto negativo para a mesma personagem! Agora, falando sério, se você ainda gosta da rainha, deixe nos comentários o porquê. Eu realmente gostaria de entender quem ainda ama a Catherine.

Continuando a falar mal da Catherine… O que ela tinha na cabeça ao não revelar a verdade sobre o aborto espontâneo? Cara, não tem como esconder a verdade por muito tempo, eventualmente ela vai ter que contar, e aí vai ser ainda pior. Ok, eu entendo que a mulher tenha medo da reação do Henry, e que receie mais ainda a perda da influência na corte, só que ao não contar a verdade fez parecer com que Stafford fosse seu amante! Talvez ele não tenha sido preso por este motivo, mas certamente aqueles argumentos fracos sobre sua estadia no quarto da rainha contribuíram para sua condenação. Já imaginou se o Henry soubesse da verdade? Talvez Stafford ainda estivesse vivo. Bem, este é um grande “se”… Ainda mais em se tratando de uma série histórica, em que o personagem tinha que morrer por um motivo ou outro, mas aqui não estamos julgando roteiro, e sim a personagem. Nós, enquanto expectadores e Tudor nerds que somos, conhecemos o final desta história, porém a Catherine, enquanto personagem, não sabia, e ela podia ter tomado outro rumo para tentar salvar seu amigo.
Aliás, falando novamente no Stafford… Alguém mais sentiu um ship entre ele e a Catherine? Cara, os dois tinham mais química do que ela e o Henry na primeira temporada! Sim, eu sei que é um crack ship por excelência, mas eu não estou nem aí. Shippei sim, e não me arrependo.
Enfim… Sobre quem ainda não falamos? Ah, sim! Os Boleyn. Aliás, cadê a Anne e a Mary? Eu estava tão entusiasmada para vê-las nesta temporada! Mas bem, ao menos tivemos uma participação mais significativa do Thomas neste episódio, e ele não surpreendeu nem um pouco. Desde já está mostrando ser o oportunista que os Tudor nerds sabem que ele é, indo para onde o vento sopra, pescando uma oportunidade para ser notado e ganhar mais destaque (e grana, e poder). Ele é um personagem completamente amoral, que não tem outros princípios a não ser sua ganância. Ele é, em suma, uma pessoa completamente egoísta, um tipo de vilão que todo mundo ama odiar.
E aí, gostou da resenha? Comente abaixo qual foi sua cena preferida do episódio, e o que está pensando a respeito da Catherine of Aragon. Também sinta-se à vontade para visitar as outras resenhas da saga Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor, que estarão disponíveis aí abaixo, em ordem cronológica dos eventos históricos. Por enquanto, no entanto, eu deixo um beijo e um queijo para vocês, e uma vontade imensa de que possamos nos encontrar em outras resenhas. Até a próxima.
Comments