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Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The White Princess

  • Foto do escritor: Gisele Alvares Gonçalves
    Gisele Alvares Gonçalves
  • 19 de set. de 2020
  • 7 min de leitura

Atualizado: 2 de dez. de 2020

Olá, rainhas e reis, tudo bem por aí? Dando prosseguimento à nossa saga, a qual vai abarcar quatro gerações da dinastia mais famosa da História da Inglaterra, agora vamos falar sobre The White Princess, minissérie da Starz que começa exatamente onde The White Queen termina. Como se trata de uma continuação da série anterior, não vamos fazer zona de spoiler free, indo direto para a cereja do bolo: a análise dos episódios. E aí, prontos para embarcar nesta viagem? Então lá vamos nós!


Apesar de ser uma descendente direta da série-mãe, The White Queen, The White Princess tem um ritmo e uma vibe bem diferente daquela. Talvez possamos sentir a diferença por causa da nova direção, composta por Alex Kalymnios e por Jamie Payne, sendo este último o único que participou da série anterior. Também a troca de emissora, passando da BBC para a Starz pode ter influenciado bastante, mas eu diria que o fator principal é a exigência da própria narrativa, visto que antes tínhamos quatro jogadores no jogo (Yorks, Lancasters, Tudors e Warwick) e agora temos só dois. Outra diferença sensível se encontra nas cenas de sexo, que são em bem menor número, e um pouco mais comportadas.


Até mesmo a luz é usada de forma diferente em The White Princess! Mas aposto que não é algo que tenha incomodado você, ou ao menos não tanto quanto a troca de elenco. Confesso que, para mim, a maior perda foi a troca de Amanda Hale para Michelle Fairley no papel de Margaret Beaufort, visto que a primeira atuou de forma genial, e a segunda… foi apenas aceitável. Sinceramente? Eu não senti conexão entre uma atriz e outra, e por mais que todo mundo ame a Michelle por causa de Game of Thrones, eu não achei que ela conseguiu captar a identidade que Amanda já tinha dado para a personagem. Senti falta da austeridade nervosa e insana da Amanda, que deu lugar apenas a uma atuação solene e dura da Michelle.


Uma troca, no entanto, que pareceu funcionar melhor foi a de Michael Marcus por Jacob Collins-Levy no papel de Henry Tudor/Henry VII. O Michael tinha tanta cara de… Panaca! Ele olhava para o nada e a gente pensava “nossa, e foi essa pessoa que derrubou um homem como o Richard? Tenha dó!”. Ao menos foi o que eu pensei. Jacob, além de ser mais bonito, deu um ar mais solene e poderoso para o Henry, no que ele fez milagre, não é mesmo? Porque, ô homenzinho para ficar chorando as pitangas! Sério, uma hora eu vou contar quantas vezes ele ficou dizendo para a Elizabeth que ele não tinha direito pra ser rei, que todos estavam contra ele e que ele não ia conseguir. Falta de confiança é pouco pra esse personagem… Bem diferente dos York, que são sempre super seguros de si (só reparar no próprio Richard dessa série, o irmão da Lizzie, que em todas as cenas demonstra ter mais bolas do que o Henry).



O cara não conseguia brilhar por si mesmo, então queria apagar de todas as formas o brilho de quem o tinha, no caso Richard. Fala sério, ele demonstra sua insegurança em todos os momentos, se comportando de forma ridícula às vezes! Como quando, na caça, ele tem ataque de diva, faz o cavalo empinar e deixa a coroa cair no chão. É TPM que fala? Enquanto que seu rival, mesmo nas situações degradantes que enfrentou, estava sempre de cabeça erguida, certo de quem era e do direito de seu nascimento. Lembrando que, apesar de ter a ambição dos Yorks, o Richard não era sem noção, e eu acredito firmemente que ele teria cumprido sua promessa de honrar a Lizzie e seus filhos.


Aliás, eu não tenho ideia de como a Lizzie conseguiu se apaixonar pelo Henry... Deve ter sido síndrome de estocolmo mesmo. Lembram que a primeira vez entre o casal foi um estupro? Pois é, e essa cena sempre me dói na alma! Sem contar que, fala sério garotas, um homem chorão nunca é muito atraente para nós, mulheres. A gente sempre prefere um cara mais seguro, como o Richard ou como o próprio Edward foi.


Falando em homens… Um que eu tinha ranço em The White Queen, e que completamente me conquistou em The White Princess foi o Jasper. Seria errado shippar ele com a duquesa de Burgundy? Cara, que tristeza por eles não terem dado certo! E mais tristeza ainda pelo homem ter morrido pelas mãos daquela vaca da Margaret. Que mulher sem coração! O meu único consolo é que ele viu a luz antes de morrer, e passou a enxergar a sua amada pela megera que ela era.


Aliás, falando no diabo… Sério, se alguém gosta dela tem que me comentar aí embaixo o porquê, porque eu não consigo ver ela por nada mais a não ser uma vilã. Momento mais feliz da série foi quando o Henry enganou a mãe para que ela confessasse o crime de ter matado os garotos na torre, e depois jogou a mulher no chão e deu uma humilhada básica nela. Nunca fiquei tão feliz em uma cena em que ela estivesse presente. Claro, fraco como o bichinho era, deixou de prestar atenção aos conselhos de uma megera e caiu nas garras de outra, que não é ninguém menos que a própria Lizzie, o que me leva a ter que explicar porque eu tenho ranço desse demoninho...


Olha, eu sei que tem muita gente que ama a Lizzie, e que prefere ela ao invés de sua mãe, mas eu não sou uma dessas pessoas. Eu, como yorkista assumida, não gosto nem um pouco que ela tenha virado a casaca, ainda mais porque isso fez dela uma mulher ruim! Chegar ao ponto de matar o próprio irmão e o Teddy, a pessoa mais inocente dessas séries todas? Poxa!


Eu não creio que a Elizabeth Woodwille teria sido capaz de assassinar os próprios parentes. Veja, não estou dizendo que ela não tenha cometido erros ao longo de sua jornada, mas ela nunca chegou a tal nível de maldade. Outro fato que mostra que a Elizabeth era melhor que sua filha, Lizzie, foi como ela lidou com a traição de seu marido. Ela não foi lá humilhar a Jane Shore, ao contrário: foi tirar satisfações com quem tinha feito a cagada, que era o seu marido. A Lizzie, além de ter sido a razão para a humilhação da Anne Neville, ainda tratou a Cathy Gordon de forma deplorável quando foi a vez dela de ser a corna.


Falando em Cathy Gordon: eu não creio, nem por um momento, que ela tenha se deitado com o Henry de livre e espontânea vontade. Até um cego via que ela amava o seu marido, e que somente fez isso porque, sabe né, ela preferia botar chifre no Richard do que morrer. Aliás, acredito que até o Richard entendeu isso, afinal, perceptivo e inteligente como ele era, não teria voltado sem pestanejar para uma mulher que estivesse apaixonada por outro. Bom, ficam aí os meus argumentos para reflexão.


Mas voltando à Lizzie: é engraçado como uma mulher que repreendeu a sua mãe por querer matar um homem foi lá e se tornou ainda pior, matou dois parentes. Ela era uma York, mas conforme o tempo foi passando e ela foi perdendo a influência da mãe ela não se tornou apenas uma Tudor, mas ficou igualzinha à própria Margaret Beaufort! A trajetória é idêntica, principalmente em relação a assassinatos, e no final da série ela estava até mesmo usando as mesmas palavras da Margaret (sem tirar nem por) para argumentar contra a Maggie. Tenebroso. E, se formos mais adiante e dermos um vislumbre em The Spanish Princess, veremos que a culpa dos assassinatos a fez buscar refúgio na religião, para aliviar os seus pecados… Exatamente como a Margaret fez quando matou o Jasper Tudor.



Não se enganem… Apesar de eu falar mal da Lizzie e do Henry, eu adoro a série The White Princess! Ela é carregada de dramas pesados (atóron), e os personagens e a trama são muito bem construídos. É aquele tipo de série que faz a gente grudar a bunda no sofá, e não querer levantar nem para ir ao banheiro! Para mim, isso conta muito mais do que o fato de eu gostar ou não dos personagens principais, ou de eu shippar o casal ou não. Eu amo séries bem escritas, e isso é tudo.


Confesso, no entanto, que eu senti bastante falta das macumbas da Elizabeth em The White Princess. Ela até tem o seu momento ao dar pesadelos macabros para Margaret, e ao chamar o rapaz Ned para onde ela estava. Tirando isso, no entanto, o fato da Lizzie não dar continuidade ao legado da mãe (em especial porque, se ela se permitir acreditar em feitiçaria, ela vai entrar em depressão profunda pela questão da maldição), acaba por tirar um pouco da magia da coisa (literalmente!) e deixar a trama muito mais parecida com as outras séries sobre rainhas. Eu entendo, o lado fantasioso tinha que morrer eventualmente, até mesmo para dar aquele senso de segredo perdido para a humanidade… Só dói um pouquinho chegar no momento exato em que isto aconteceu.


E aí, gostaram da resenha? Comentem aí embaixo se vocês gostam ou não da Lizzie, e se shippam ou não ela com o Henry... Estou ansiosa para conversar com vocês! Ah, e não deixem de ler as outras partes dessa saga, pois estarei esperando vocês por lá também. Um beijo a todos, e até a próxima!


1 Comment


D. C. Blackwell
D. C. Blackwell
Sep 21, 2020

So tenho uma coisa a declarar: Long live the TRUE york king Richard! <3

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