Um Olhar Sobre a Dinastia Tudor - The White Queen
- Gisele Alvares Gonçalves
- 15 de set. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021
Olá, rainhas e reis, tudo bem com vocês? Hoje vamos começar aqui no site No Escurinho do Cinema uma saga para lá de épica, pois vamos pegar várias séries e filmes que retratam a Dinastia Tudor e vamos resenhar na ordem cronológica dos acontecimentos. Isso mesmo, vamos acompanhar quatro gerações dessa família lendária, começando com The White Queen e avançando com The White Princess, The Spanish Princess, A Outra, The Tudors, Elizabeth, Elizabeth – A Era de Ouro e Duas Rainhas. Ufa! É coisa pra caramba, né non? Mas então vamos começar essa jornada, pois aposto que vocês estão sedentos aí para ler sobre a primeira minissérie que eu trago aqui, e uma das minhas preferidas dentre todas estas listadas: The White Queen.
Vamos começar pela zona spoiler free, para quem ainda não tenha visto a série. Mano, cê tem ideia do que está perdendo? Uma trama com protagonismo feminino e mulheres fortes, com intrigas por poder de forma como você nunca viu antes, com romances intensos e com um leve toque de bruxaria… Além, é claro, dos dramas que fazem a gente chorar até lavar a cara. Olha, a qualidade do roteiro é muito alta, e das interpretações também, então se você quer fazer uma maratona de uma história que retrate profundamente a personalidade dos personagens e que tenha cenas tensas em uma trama adulta… Eu diria que você não pode deixar de ver The White Queen. Recomendo especialmente para os fãs de Outlander, pois vocês encontrarão nesta minissérie todos os elementos que mais gostam em uma produção de audiovisual.
Gostou da indicação? Já viu a série? Abaixo continuaremos o texto falando mais profundamente sobre cenas, direção e figurinos, então esteja avisado de que vai ter muito, mas muito spoiler. Está preparado? Então lá vamos nós!
Zona dos Spoilers
A história que inspirou Game of Thrones, em uma série que retrata o reinado de Edward IV e de Elizabeth Woodville de forma esplendorosa. Sério, que roteiro, minha gente! Em 10 episódios eles conseguiram dar dinamismo e protagonismo para vários personagens, além de roteirizar a intriga pelo trono de forma clara e ainda assim empolgante. Sobre atuações eu também não tenho nada a reclamar, dando destaque aqui principalmente para a Amanda Hale, que deu vida à Lady Margaret Beaufort. Sério, que mulher talentosa! Ela conseguiu pegar as nuances de loucura e ambição que casaram perfeitamente com a personagem, tanto que eu não consigo pensar na rainha vermelha sem ser com o rosto dela. É simplesmente impossível.
Claro que a Rebecca Ferguson também se saiu bem pra caramba, sendo ela (Elizabeth Woodville) a minha segunda rainha preferida de toda essa saga. Além do mais, como ela é linda! Não tem como não notar a perfeição do seu rosto e de seus cabelos loiros, principalmente com sua postura sempre digna da realeza e sua personalidade firme. O que eu mais gosto na Elizabeth, no entanto, é a sua conexão com a magia, e a forma como ela lida com a água para amaldiçoar aqueles que atravancam o seu caminho.
Esse elemento mágico na trama, que deixa a série com um quê de realidade fantástica (ainda que não fantasia), traz aquela sensação de que realmente se trata de uma história antiga, com segredos ancestrais que a humanidade há muito tempo perdeu. Gosto muito do fato de não terem (d)efeitos especiais ao longo dos episódios, da magia ser tratada realmente como os feitiços de água e sangue que as mulheres Rivers performizam… Se tivesse algo mais fantasioso, como em O Senhor dos Anéis ou em Legend of the Seeker, acho que a série ia perder sua essência, e em certo ponto até tirar a seriedade dos temas que aborda. Portanto, pontos positivos para a direção de The White Queen pela sábia escolha.

Também gosto da forma como a série dá seriedade para os momentos dramáticos, ainda que eu sinta falta de um pouco mais de consequência psicológica para os estupros que as garotas Neville sofrem. Tanto a Anne quanto a Isabel tem as piores luas de mel possíveis no universo, tendo sido penetradas quando seus corpos ainda não estavam preparados para isso… E ainda eram virgens! Imagina a dor que essas garotas enfrentaram, véi… Eu não quero nem pensar nisso. Assim, eu achava que um pouco mais de ódio, medo e nojo por seus parceiros cairia bem, de forma a mostrar que uma experiência nesse nível não fica sem consequências.
Ainda assim, apesar dessa pequena falta no roteiro, temos momentos de dramas intensos e muito bem trabalhados, como a cena do parto no navio, ou da morte da Jacquetta e de seu neto recém-nascido (um cisco cai no meu olho sempre que vejo esse trecho do episódio). Outro momento que faz uma lágrima rolar pela bochecha é a morte do Richard no campo de batalha. Caramba, que brutal! O cara não foi degolado, ou recebeu uma ferida com a espada, mas morreu na base do chute e da porrada! Fala sério, quem não se sente triste com essa cena não tem coração.
Um ponto negativo, no entanto, é o figurino, que não nos deixa ter uma boa imersão do início da Idade Moderna. Eu sei que as jovens usam o cabelo solto, ou em tranças, por causa do nosso senso atual de estética, e principalmente porque se tem o foco na beleza das madeixas da Elizabeth Woodville, que foi retratada como uma beldade da época… Tendo a escolha da atriz para este papel contribuído e muito para esta visão. Ainda assim, eu sinto falta de ver uma série sobre o final do século XV com uma caracterização mais fidedigna da época: chapéus, véus, testa raspada e o enchimento na barriga, pra dar aquele ar de que a moça estava sempre grávida. É, eu sei, muitos de vocês devem achar chocante que esse tipo de estética fosse vista como bela, mas eu apreciaria até mesmo o choque cultural entre a nossa época e aquela retratada.
Agora, se tem algo sobre o que precisamos conversar, é sobre as cenas de sexo entre Elizabeth e Edward. Como tem pegação hot entre esses dois nos primeiros episódios! E como são bem filmadas… São sexys, mas não vulgares. Claro, aparece os peitinhos da Rebecca o tempo inteiro em tela, porém toda a direção dá a esses momentos um quê de romantismo e beleza muito necessária. Apesar de intensas, então, tais cenas acabam por não ser chocantes, exatamente porque vemos o amor entre o casal de forma nítida, sendo o sexo mais uma conexão de almas do que apenas união carnal. Aliás, conheço muitas mulheres (olá, minhas leitoras das resenhas de Outlander) que a-do-ram esse tipo de cena hot, e que provavelmente vibraram com cada uma delas em The White Queen.
Apesar de ter cenas quentes bem filmadas entre o casal principal, no entanto, confesso que não consigo shippar eles, e o fato do Edward ser um filho da mãe traíra ajuda bastante. Ele é um bom marido, mas até ali, porque ele não consegue manter a bragueta da calça fechada quando uma moça bonita está por perto. Sério, o que há de errado com ele? Com uma mulher maravilhosa como a Elizabeth por perto, ele fica babando na sem graça da Jane Shore. Vá se tratar, homem!

Além do fato do Edward ser um marido infiel, eu também acho ele muito… Burro. Não, burro não seria necessariamente a palavra, mas sentimental no que diz respeito a tomar decisões acertadas quanto a pessoas que ele ama e quer bem. Cara, como ele não via que o Warwick estava sacaneando ele? Não tinha como ter dúvidas sobre isso! Ainda assim, o Edward fazia vista grossa para as tramóias do primo, simplesmente porque ele amava demais o homem para admitir que estava sendo traído por ele. Ele preferia enganar a si mesmo do que sofrer a desilusão de ter que admitir a verdade.
Outro que estava na cara que era um babaca era o George, mas o Edward também fazia que não estava entendendo o que estava acontecendo e acabava sempre por perdoar o homem. O amor fraternal, para ele, era mais forte do que a razão, e ele ignorava os fatos simplesmente porque não aguentaria sofrer com tamanha mágoa. Edward era um cara que amava profundamente, tornando seus sentimentos a base de sua personalidade. Sem os seus amores, ele não conseguiria seguir adiante.
Bom, quer eu achasse defeitos no Edward ou não, ele ainda era uma rosa branca, a maior esperança dos Plantagenetas, e eu, como boa fã dos Yorks, sempre acabei torcendo para que ele alcançasse seus objetivos. É engraçado isso, o fato dessa ser uma saga de resenhas sobre os Tudors e eu ser uma defensora ferrenha da rosa branca… Mas é como dizem por aí: “ao vencedor, as batatas”, e já que o lado vermelho venceu, então falaremos sobre eles a partir do próximo texto.
E aí, você torcia para quem: os Yorks ou os Tudors? Conta aí embaixo qual a sua casa preferida, e o que você achou dessa série em geral. Espero que tenham gostado da resenha! Mas agora chegamos ao final… Vou deixar um beijo para vocês, e um queijo também, e uma esperança de que vocês continuem acompanhando essa saga (os links vão estar aqui embaixo, então não pede tempo e corre lá). Até a próxima!
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