Visita Guiada a Camelot - As Brumas de Avalon
- Gisele Alvares Gonçalves
- 27 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Olá a todos, cavaleiros e princesas deste reino, como vocês estão? Hoje nós vamos falar sobre o melhor filme arthuriano já feito, o filme que indiretamente é a razão por eu querer escrever uma trilogia de livros chamada Amor e Morte em Camelot... E, é claro, eu estou falando de As Brumas de Avalon. Queria já deixar claro que esta resenha, além de ter spoiler dos filmes, também traz spoiler dos livros da Marion Zimmer Bradley, então eu recomendo ler a quadrilogia antes de seguir adiante. E aí, prontos para lerem os meus elogios a este clássico que mora em meu coração? Bora lá!
Para começar, preciso confessar que As Brumas de Avalon é um dos raros casos em que eu preferi o filme ao livro. Sim, chocante! Mas a questão é que eu odiei a Morgana que a Marion Zimmer Bradley criou, e eu acho sinceramente que o roteirista do filme melhorou cem por cento a personagem. Sendo ela a protagonista, você pode avaliar como gostar ou não dela pode alterar a nossa percepção sobre toda a obra.

A Morgana dos livros é tão revoltada e psicopata, ela só faz ruindade em nome da religião que segue! Chegou mesmo a botar o próprio irmão e o amante a duelarem até a morte. Sério, a cada capítulo focado nela me dava uma sensação ruim no estômago, de tão irritada que eu ficava com a personagem. Já a Morgana do filme, bem... Ela é a vítima, é somente uma garota tentando sobreviver a um mundo cruel, o que a torna mais carismática, e faz com que possamos nos identificar mais com seus motivos.
Claro, o filme perde por não conter muitas (e muitas!) passagens dos livros, como o rapto da Gwenwyfar por Meleagrant, a busca pelo Santo Graal ou o próprio duelo entre Accolon e Arthur mencionado acima. Teria sido incrível se, ao invés de um filme, a TNT tivesse produzido uma série, com todas as cenas que faltaram... E todos os personagens! Afinal, eu teria amado ver a Nimueh e seu romance de partir o coração com Merlin, e também a Niniane, par romântico do Mordred no livro. Nossa, essa última era a personagem que eu mais queria ver! Afinal de contas, botar amor na vida do Mordred é a minha missão neste mundo (quem leu meu livro sabe disso).
Apesar de terem enxugado os quatro livros em apenas um longa (minissérie originalmente), eu acredito que a maior qualidade de As Brumas de Avalon foi conseguir trazer a magia ao mundo arthuriano com um tom solene, dramático e misterioso, tão verossímil que, quando eu era adolescente, eu acreditava mesmo que Avalon existia por trás das Brumas. Essa é uma qualidade que raramente vemos em produções arthurianas, afinal, na maior parte delas, o Merlin consegue se teletransportar de um ponto a outro (Arthur e Merlin: Cavaleiros de Camelot), ou solta raios pelos dedos (Cursed).
Além da magia ter sido tratada de forma mais místicas, não podemos deixar de mencionar a feminilidade de As Brumas de Avalon, botando em evidência os amores e os sofrimentos destas damas incríveis, deixando de incorporar o elemento da aventura, tão comumente visto nos filmes arthurianos, para dar ênfase no drama puro e simples. Este não é um filme sobre guerra e testosterona, por mais que a batalha de Camlann seja retratada... Este é um longa que foca em estratagemas políticos, e o quanto as mulheres afetam o rumo do destino. É uma história sobre convicções, conflitos morais e amores impossíveis, que eu tenho certeza que, em algum ponto, se você é um ser humano, emocionou você também.

E aí, gostaram da resenha? Também acham que As Brumas de Avalon é, em disparada, o melhor filme arthuriano até os dias de hoje? Comentem aí embaixo o que vocês acharam das diferenças entre os livros e o filme, e qual cena da quadrilogia que você mais gostaria de ter visto no audiovisual. Aguardo seus comentários! Até lá deixo um beijo e um queijo a todos, e uma vontade imensa de que possamos nos encontrar em outras resenhas por aí. Até a próxima!
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