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Dark - review da Season 3

  • Foto do escritor: Angers Moorse
    Angers Moorse
  • 8 de jul. de 2020
  • 6 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2021



Salve, salve, galera! Dark chegou ao seu final da mesma forma que começou… torrando todos os nossos neurônios. Se você já estava quase maluco tentando entender as duas primeiras temporadas, venho com uma notícia nada animadora: você terá ainda mais neurônios torrados com a Season 3!


Como nenhuma série é 100% perfeita, restam questões a serem respondidas e algumas dúvidas pontuais. Contudo, posso afirmar, sem medo de errar, que é a melhor série da Netflix, a melhor de ficção científica e um dos melhores finais de séries de todos os tempos (fico curioso para saber se Ozark conseguirá esse feito).


Visualmente, a série é impecável. Cenários bem construídos, trabalhando muito bem com questões como profundidade, cores, sombras e clímax. O cenário pós-apocalíptico da série também é muito profundo e foi trazido em vários períodos dos episódios.


A trilha sonora também foi um show à parte. Lembrou muito a trilha sonora de Blade Runner: O Caçador de Andróides do mitológico compositor Vangelis. Nos momentos em que foi preciso dar uma aliviada, trouxe uma atmosfera até certo ponto deprimente, encaixada nos momentos certos. E, quando precisou marcar presença, chegou dando voadora. É aquela trilha sonora que você precisa ter no celular para ficar ouvindo todos os dias!


Acompanhei bastante as rodas de discussão internet afora e o medo geral era de que Dark cometesse o mesmo erro de Lost, que foi criar uma série complexa e chegar com um final simples demais, meio que te fazendo engolir aquilo. Entretanto, tivemos um dos melhores finais de séries da história… se não for o melhor final até hoje feito… falaremos sobre o final mais à frente.


O boom na cabeça da galera com a aparição de Martha de outro mundo no final da season 2 não foi à toa. Confesso que também achei que eles iam usar a questão de multiverso e universos paralelos de forma errada, mas fui surpreendido com um episódio 8 de tirar o fôlego!


A complexidade da série foi mantida na terceira temporada e, se não bastasse, ampliada para horizontes ainda mais espetaculares. O mais legal é que toda essa complexidade foi trazida de forma bem objetiva, sem enrolação, com as tramas se aninhando e se encaixando a cada episódio.


Falar de Dark sem falar de alguns personagens é praticamente impossível. Noah foi incrível, principalmente na versão adulta. Forte, incisivo e objetivo em suas atitudes, foi personagem muito marcante em praticamente todos os episódios. A intensa batalha entre ele e Adam é insana durante toda a temporada… perdi alguns cabelos por causa disso.



Falando em Adam, a maquiagem dele é um espetáculo à parte! As desfigurações que sofreu por conta das inúmeras viagens no tempo não o transformam em um monstro. Ao contrário, traz feições e expressões muito humanas a ele, demonstrando todos os sentimentos que possui… compartilhei de algumas lágrimas dele, inclusive.


Jonas e Martha são outro ponto incrível na temporada. A sinergia entre eles é perfeita e, mesmo com as diferentes formas de agir ou pensar, mostram como estão completamente interligados um ao outro. É como disse Jonas a ela em um dos episódios, “a gente fica perfeito juntos”... e ficam mesmo!


Não bastasse toda a complexidade, ainda teve tempo de apresentar novos personagens. Helene Albers, Kilian Obendorf e Hanno deram o ar da graça na temporada. E eles não estavam somente de passagem nem foram colocados para preencher lacunas ou elenco… estavam ali por um bom motivo. E mais um homem misterioso, que desperta dúvidas e calafrios na espinha.


Uma das dúvidas que ainda tenho em relação à série é quem eram os viajantes do tempo. Parte dessa dúvida foi respondida com a apresentação de um personagem misterioso. Ele está sempre acompanhado por sua versão mais jovem (criança) e a versão mais velha (idoso), e os três surgem toda a vez que há alguma treta a ser resolvida ou algum personagem precisa morrer.


A missão dele é ter certeza de que tudo acontecerá conforme deve ser e que um novo ciclo será iniciado. E, para complicar um pouco mais as coisas, descobrimos mais tarde que ele é filho de Jonas e Martha (WTH!?!), quando Jonas está no outro mundo, chamado de Mundo de Martha (Eva) e os dois se relacionam.


Helene Albers é mãe de Katharina Nielsen e recepcionista na clínica na qual Ulrich Nielsen fica preso quando viaja no tempo. E ela chega chutando a porta, mostrando a que veio. Em um final impressionante e inesperado, mata a versão velha da própria filha, Katharina… não tem tempo ruim com ela!


O terceiro personagem novato na parada é Killian Obendorf, irmão do primeiro garoto desaparecido misteriosamente em Winden, e namorado de Martha no outro mundo. E é nesse ponto uma das minhas críticas à temporada… faltou dar maior aprofundamento ao personagem, na minha opinião.


E, para dar um nó ainda maior na trama, temos o personagem Hanno que é, na verdade, o nome verdadeiro de Noah (mais um pulo no sofá com essa revelação), filho de Batosz com Silja… haja treta!


Sobre o elenco em si, só elogios à escolha de atores e atrizes. Nenhum, absolutamente nenhum, deixou a desejar… foram todos incríveis, trazendo nas cenas as emoções e sentimentos que cada cena precisava ter. A própria caracterização e escolha do elenco foi feita com cuidado extremo, de modo que toda versão tivesse seu correspondente específico em fisionomia e idade… tacada de mestre!


Uma coisa que eu senti muito na série foi o andamento lento demais em vários episódios. Confesso que dei algumas cochiladas em vários momentos, mas a trilha sonora sempre me trazia de volta do mundo dos sonhos (menção honrosa para ela, novamente!). Óbvio que não teria como ser diferente, pois a série é muito complexa, com muitas nuances e ligações. Então, #ficaadica: não tentem assistir à série com sono.


Outro ponto que pecou foi a falta de aprofundamento nas investigações de Clausen sobre o assassinato de seu irmão. Como teve muita coisa inserida na temporada para fechar as lacunas abertas, algumas partes ficaram de fora, e penso que seriam muito interessantes de ser aprofundadas. Porém, não tira o brilho da temporada como um todo.


Agora, a cereja, a uva e o morango do bolo (ou a fruta que você mais ama) foi o último episódio… gente, o que foi isso! Quando eu pensei que ia descarrilhar o trem, levei um pulo do sofá quando Claudia revela a Adam o erro que ele vinha cometendo. ALERTA DE SPOILER!!!


A revelação de que o problema não estava nem no mundo dele nem no outro, mas sim, em um terceiro mundo, foi de explodir a cabeça de vez! Descobrimos que tanto o mundo de Jonas quanto o mundo de Martha são, na verdade, consequências e criações do mundo real, no qual Tannhaus perde o filho, a nora e a neta em trágico acidente de carro.


Transtornado e arrasado com a tragédia, Tannhaus decide criar uma máquina do tempo para trazê-los de volta à vida… nem preciso dizer que a experiência deu muito errado e, a partir dali, havia o mundo real, o de Jonas e o de Martha.



Para consertar tudo, Jonas e Martha precisam viajar no tempo e espaço para o mundo real e impedir o acidente, evitando toda a cadeia de acontecimentos passados, presentes e futuros. Seria um final simples e objetivo para qualquer série, menos para Dark… e é aí que mora o charme da série. Destaque novamente para a trilha sonora desse episódio… simplesmente épica!


O final é emocionante, sensacional, digno e arrepiante… impossível não se emocionar! Quem estava com medo de um novo Lost, pode ficar sossegado, pois nossa série aqui trouxe um final magnífico, que a credencia (com anos-luz de distância) como uma das melhores séries da história e com o melhor final de todas! Quer saber como terminou? Vou deixar você curioso… assista!


Algumas (várias) perguntas ficaram sem resposta e cabe a você descobrir. Por exemplo:


  • Quem é a mãe de Peter?

  • Quem é a pessoa manchada com um líquido preto que aparece no túnel da Season 1?

  • Hanna teve ou não um filho no outro mundo?

  • “Quando” é o quarto usado com a máquina de viagem no tempo e por que ela existe?

  • De onde veio a Partícula de Deus?

  • Quem são os Tannhaus e qual é a história do relógio de Charlotte?

  • Agnes teve alguma relação com o homem “sem nome” (o visitante misterioso)?

  • O que aconteceu com Agnes e Tronte?

  • O que aconteceu com o olho de Woller?


O que achei da Season 3 e da série como um todo? MITOLÓGICA! Vale para quem é especialista em ciência e para quem não entende nada do assunto. Afinal, ela aborda várias temáticas interessantes, como ciência, religião, amizade, família, destino e, principalmente, amor. Aliás, é por causa do amor que tudo acontece, na realidade… e descobrimos isso no último episódio da série. Então, assista Dark e fique eternamente apaixonado por ela… neste e em todos os universos possíveis!



Pena que não teremos mais temporadas de Dark (snif, snif, snif)... mas, é melhor que seja assim mesmo, para não correr o risco de corromper o legado que ela já deixou e que ecoará eternamente. E, lembrem-se: o fim é o começo, e o começo é o fim! Nos vemos em breve!

1 Comment


Gisele Alvares Gonçalves
Gisele Alvares Gonçalves
Sep 15, 2020

Confesso que achei que essa temporada podia ter sido um pouco menor, pois houve uma repetição de temas, principalmente com a introdução muito longa ao mundo de Eva. Quanto ao final... Bingo, aceitei que o Adão ia ganhar a parada, e todos eles iriam deixar de existir! Eu apostei uma semana de massagem com o meu marido, então valeu a pena ter acertado.

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