Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (SEM SPOILERS)
- Angers Moorse
- 19 de dez. de 2021
- 7 min de leitura

Salve salve, galera! Estive no cinema na última sexta-feira e conferi aquele que foi o filme mais aguardado e comentado dos últimos anos. E posso dizer tranquilamente que ele superou todas as minhas melhores expectativas. Nesta resenha, trarei tudo o que achei sobre o filme SEM SPOILERS (a resenha COM SPOILERS será feita em breve). Então, seja bem vindo e vamos juntos nessa!
Inicialmente, preciso confessar que estava com medo do filme, principalmente em relação a roteiro e trama. Já havia comentado em outras resenhas aqui no site que seria o típico 8 x 80… ou ele seria o maior blockbuster (ou um dos maiores) da história do cinema ou a maior decepção.
A promessa, os vazamentos, os comentários e as especulações lançavam a possibilidade de um dos maiores crossovers da história do cinema e de um filme à altura de superar Vingadores: Ultimato. Aproveitando o gancho, tenho a opinião de que Vingadores: Guerra Infinita foi muito melhor que Ultimato, tanto em termos de roteiro quanto em termos de entrega de surpresas para os fãs.
Tanto que boa parte do hype em cima de Ultimato só foi possível graças a tudo o que aconteceu em Guerra Infinita, afinal, se Thanos não tivesse feito o que fez, Ultimato não teria sido da mesma forma e não teria arrebentado todos os recordes e sido o fenômeno que foi… mas aí é apenas a minha opinião, sinta-se à vontade para concordar ou discordar.
Mas, voltando ao que interessa… será que precisaríamos esperar 10 anos para ter um filme tão grandioso e tão fenomenal quanto Ultimato? Bem, a resposta é NÃO! Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa foi o responsável por essa proeza e com muito menos tempo do que esperávamos (felizmente!), a começar pelas cenas de ação, que são insanas e nos levam à loucura.
A interação dos personagens é fantástica e nos dá vários momentos de risadas, lágrimas, receio e adrenalina. E isso vale tanto para os mocinhos quanto para os vilões. E por falar em personagens, contrariando o que foi dito pelos produtores, Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) teve bom tempo de tela, e não apenas alguns minutos.
Não senti ele tão arrogante quanto deixaram transparecer nos trailers e teve de mostrar do que é capaz quando as coisas saíram totalmente do controle (e elas saíram mesmo). Isso só me deixou ainda mais hypado para Doutor Estranho no Multiverso da Loucura.
A começar pelo trio de protagonistas, formado por Peter Parker (Tom Holland), MJ (Zendaya) e Ned (Jacob Batalon). MJ está ainda melhor que nos filmes anteriores e, mesmo que possa ter parecido um pouco deslocada em algumas cenas, teve grande importância e peso no desenvolvimento de Peter.
Por sua vez, Ned foi o ponto cômico do filme. Sempre com alguma piadinha verbal ou visual (sim, isso existe), consegue manter o tom leve e divertido mesmo nos momentos mais tensos e sombrios do filme. Fiquei um pouco irritado com ele em alguns momentos (o cara é muito pentelho), mas no geral ele teve destaque bem interessante, sendo o responsável pelo momento de virada da trama (ou um dos momentos de virada).

Aos que atiravam pedras para cima do Peter Parker de Tom Holland (e até com razão em alguns momentos), podem esquecer aquele moleque escorado em algum protetor (Tony Stark, por exemplo) e que parecia sempre precisar de alguma ajuda para resolver seus problemas. O Peter Parker do filme é muito mais maduro, decidido e cascudo.
Mas foi preciso de um marco trágico para ele fazer a passagem de uma vez por todas (aliás, que cena foi aquela!) de sua versão mais infantil para uma mais impactante. Esse era um dos meus maiores medos em relação ao roteiro, mas conseguiram fazer isso da melhor forma possível.
Tia May (Marisa Tomei) e Happy (Jon Favreau) também foram importantes durante a trama, mas sem o mesmo peso e presença de Homem-Aranha: Longe de Casa. Achei a atuação dos personagens bem mais discreta do que imaginava, embora a tia May tenha sido a responsável por uma das cenas mais impactantes do filme (e um dos pontos de virada da trama).
Sobre os vilões, achei que o roteiro pecou um pouco em relação ao Lagarto (Rhys Ifans) e Homem-Areia (Thomas Haden Church), pois não tiveram muito tempo de tela para aprofundar as nuances e conexões com os filmes antecessores nos quais atuaram. Talvez uma ou duas cenas a mais para cada um já ajudariam a resolver essa questão.
Electro (Jamie Foxx) teve uma mudança bem interessante de visual e uma presença muito mais assustadora que em O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro. Aliás, a ligação entre ele e Tony Stark (sim, sempre tem alguém com alguma treta envolvendo o nosso herói) é interessante e levanta uma suspeita sobre uma teoria que rolou nos bastidores da internet (falarei sobre ela na resenha COM SPOILERS).
Em relação ao Dr. Otto Octavius, ou Dr. Octopus (Alfred Molina), foi um dos personagens mais bem construídos no filme. A interação entre ele e o Peter Parker ficou muito bacana, trazendo algumas falas bem interessantes. Gostei da abordagem mais “heróica” dada a ele em alguns momentos, o que me fizeram gostar ainda mais do personagem.
Agora, se teve um vilão que roubou a cena certamente foi o Duende Verde (Willem Dafoe). Ele teve mais uma atuação monstruosa e seu personagem trouxe um lado ainda mais perigoso, traiçoeiro e sombrio. E outro detalhe que achei interessante é que o filme soube aproveitar muito bem a fotografia (com muitas cenas mais escuras) para ampliar aquela sensação de perigo e pânico do personagem.
E já que falei em fotografia, uma coisa que gostei bastante foi a pegada mais pesada e sombria do filme, com muitas cenas mais escuras que o normal. Isso mostra o tom mais sério e o compromisso de trazer ao espectador algo mais envolvente, tenso e com carga dramática mais ampliada.
Vi muitas pessoas criticando o filme justamente por causa dessa escolha, de ter cenas muito escuras em momentos-chave. Mas a ideia era essa mesma, a de mostrar que Peter não é mais um moleque, mas sim, a de levar ele a um crescimento pessoal e como herói. A escolha por tons mais pesados a là DC faz com que Peter amadureça por bem ou por mal… ele não tem escolha.
A trilha sonora também ajuda muito a criar esse clima. Michael Giacchino, conhecido por trilhas como as das franquias Star Trek, Planeta dos Macacos, Jurassic World e Homem-Aranha e de filmes como Doutor Estranho (2016), Rogue One: Uma História Star Wars (2016), The Batman (2022) e Thor: Love and Thunder (2022), conseguiu criar a atmosfera perfeita para cada cena.
Nas cenas de ação e (principalmente) nas cenas mais dramáticas, a forma encontrada para conduzir a cena é surreal. Para quem viu e para quem ainda verá o filme, tente prestar atenção na trilha que toca nas cenas mais dramáticas e se deixe levar pela emoção… é algo fantástico e incrível.
Apesar do filme ter nota 9,1 no IMDB e 94% de aceitação por parte da crítica e 99% de aceitação por parte do público no Rotten Tomatoes, muito se falou que o filme teve inúmeros furos de roteiro, personagens rasos e que foi apenas diversão e um atropelamento de fan service. Inclusive, alguns críticos e sites de cinema bateram pesado no filme.
O que eu acho disso? Bem, o filme pode ter seus furos de roteiro como em qualquer outro filme (principalmente envolvendo os vilões), mas isso não é suficiente para descredenciar todo o conjunto da obra. e não sabemos se esses furos de roteiro são mesmo furos ou se a Marvel/Sony lançou eles propositalmente para explicar (ou resolver) em produções futuras.
Personagens rasos? Alguns sim, outros (com certeza) não, o que também não serve para atacar o filme como um todo. Há quem fala que Tom Holland não é o ator certo para o papel e que o próprio personagem é raso demais e sempre está na dependência de alguém (até concordo um pouco com isso).
Sobre Tom, ele é o cara certo para o papel, sim. E sobre o personagem, nada mais será como antes após esse filme, afinal, a evolução dele foi inegável durante a trama e isso repercutirá na próxima trilogia. O final do filme está aí para confirmar isso e ainda deixa alguns caminhos bem interessantes para o futuro.
Ah, e sobre o atropelamento de fan service? Sim, com certeza! Teve MUITO disso e, ao menos em umas 20 cenas do filme, você cutuca quem estiver do seu lado para dizer “lembra dessa cena?”. O filme não foi feito para ser algo cultural, como Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis ou contemplativo como Eternos. Aqui, a pegada é ooooooooutra bem diferente.

Resumo do filme: simplesmente ÉPICO E MITOLÓGICO! O MELHOR filme sobre o Homem-Aranha já feito, o MELHOR filme do UCM e empatado com Vingadores: Guerra Infinita (Vingadores: Ultimato ainda fica um degrau mais abaixo desses dois), a MAIOR gritaria dentro de uma sala de cinema, superando Ultimato (pelo menos, na minha sala foi assim) e o MAIOR fan service da história do cinema!
Se você gosta de um filme de super-herói, ama o bom e velho fan service, adora referências e easter eggs e é um fã incondicional de Homem-Aranha, certamente irá surtar (E MUUUUUITO) dentro da sala do cinema. Se esse filme não chegou à perfeição, então nenhum chegará. Um filmaço, praticamente perfeito e que jogou o nível dos filmes de super-heróis láaaaaaaaaaaaaa para cima, tornando-se o próximo marco de referência a ser superado.
Ah, já ia esquecendo: o filme tem duas cenas pós-créditos, sendo que até agora estou chocado, impactado, pirado e surtado com a segunda cena… eu realmente não estava preparado para aquilo! Se só esse gostinho já me deixou pra lá de hypado, certamente ficarei surtado no filme… alguém já deixa a ambulância do SAMU reservada para ano que vem, porque vou precisar dela!
Olho no site No Escurinho Do Cinema porque na terça sairá a resenha COM SPOILERS, que será piração total. E na semana que vem ainda teremos a Season Finale de Hawkeye… então, gruda aqui para não perder nenhum detalhe! Finalizo essa resenha (que saiu bem maior do que eu esperava) roubando as palavras de um youtuber famoso e do qual sou muito fã (Gabriel, do Nerd Land) e que resume perfeitamente minha sensação a respeito do filme:
“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é a mais pura expressão do que é diversão e entretenimento no cinema! Acreditem no hype, porque ele é real!”
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