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Malignant - Crítica SEM SPOILERS

  • Foto do escritor: D. C. Blackwell
    D. C. Blackwell
  • 25 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

Quem não apostou suas fichas no cara que foi responsável pelos filmes de terror mais populares das últimas duas décadas só pode ser louco, não é mesmo? Pois é, James Wan chegou a Setembro com mais um longa, o Malignant — ou Maligno, em português, e, para a surpresa geral, as opiniões estão bem divididas.


O homem tem nome, verba e experiência no gênero. Trabalhou com uma equipe de efeitos especiais impressionante que fez um serviço pra lá de caprichado. Ainda assim, atingiu uma nota geral de 2,8 de 5 estrelas no Google até agora. Não obstante, a maioria das notas são 1 ou 5, ou seja, dá pra entender que realmente houve uma divisão de águas aí, daria até um estudo de caso! Mas por quê? E o que isso significa?



Acho que é mais fácil tentar explicar o meu lado da história, e o resto vai acabar ficando mais claro. Enfim, comecemos com o primeiro ponto importante a mencionar: Sou um millenial, alimentado desde muito cedo com obras como Hellraiser, A Hora Do Pesadelo, Halloween e por aí vai. Filmes que, como produtos da sua época, tinham um aspecto bastante característico, seco de certa forma. Nada de muitos brilhos, explosões ou cenas de luta. A trama, simples. Há um assassino à solta, e os adolescentes estão tentando sobreviver.


Mas o que isso tem a ver com Malignant? Calma, já chegaremos lá.


Malignant é produto desta nova geração. O terror tem ganhado destaque, cor, brilho e qualidade gráfica ao longo dos anos, assim como tramas mais complexas, mas que nos tiram do bom e velho passo de sempre. O ritmo de Maligno é uma coisa curiosa: o longa começa numa explosão de caos e confusão, seguido de música eletrizante e emoção. E então, durante os próximos trinta minutos de filme, acompanhamos outra história, aparentemente paralela, e vamos observando uma sequência de eventos estranhos que funcionariam muito bem, não fosse a estranheza da quebra de clima da trilha — excelente trilha, por sinal. É como se o terror estivesse misturado a outros elementos muito marcantes de outros gêneros (sabe quando a gente coloca coisa demais no açaí e acaba não sentindo mais o gosto dele?).



Sobre o enredo: amei a pegada Stranger Things que essa nova geração trouxe. É uma ressurreição dos clássicos da ficção científica sob uma nova óptica, mais agitada e intrigante. Wan peca mesmo é nos excessos de cenas explicativas. Maligno poderia ter tido uns vinte minutos a menos se tivesse ido mais direto ao ponto. Outra questão importante é o intimismo, que acabou ficando por fora. Passamos muito tempo observando deduções e diálogos explicativos e pouquíssimo tempo sentindo o terror da nossa protagonista, e eu acho que no terror essa é sempre a prioridade. Novamente, a ideia e a história por trás de tudo o que rola nesses 1:50 horas de filme foi espetacular e autêntica, além de ter reviravoltas super inesperadas e bastante gostosas — se eu me surpreendi, já ganhei o dia.


O que eu entendi do longa é que ele não é inteiramente terror. Não, ele foi feito para poder passar na Tela Quente daqui a um ano ou dois, um terror leve e abrangente que te leva pela mão para que você não perca nenhum detalhe importante. Talvez eu tenha me sentido subestimado por Wan. Talvez eu seja apenas um pseudo-velho chato. O que eu posso garantir nesta crítica é que a mistura de Wan não foi pra mim dessa vez, eu me senti estranho e deslocado enquanto assistia. Não consegui entrar no clima e tampouco me conectei com os personagens, apesar das imensas tentativas do diretor de me fazer importar com aquele bando de gente. Geralmente eu sou o cara que reclama que o filme não foi longo o bastante, não teve tempo suficiente pra explorar tudo, mas no caso de Maligno, menos poderia ter sido mais. Quem sabe da próxima?

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