Ozark - S03E02
- Angers Moorse
- 15 de abr. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021

Salve, salve, galera! A partir de hoje, mudaremos um pouco a pegada das resenhas, de modo a deixá-las menos descritivas. Lógico, algumas cenas são mais importantes ou tem destaque maior no episódio e poderão ser descritas, para dar maior aprofundamento à análise. Dados os devidos esclarecimentos, sem mais delongas, vamos à ação!
A primeira cena traz uma reflexão interessante sobre valores. E não falo sobre dinheiro mas sim sobre comportamento estudantil. Se você conversar com sua avó, seu pai ou algum amigo ou familiar mais velho sobre isso, essa pessoa vai lembrar que a imagem do professor era muito mais valorizada décadas atrás.
O que uma coisa tem a ver com a outra? Explico: a cena em questão mostra a displicência de alunos perante um professor substituto que, momentos depois no episódio, descobrimos se tratar do irmão mais novo de Wendy.
Quem de nós não deixou de prestar atenção a um professor na faculdade ou colégio porque estava mexendo no celular, vendo redes sociais, jogando, ou até mesmo procurando um crush? Bem no meio da explicação de uma matéria que, provavelmente, cairia na próxima prova?
A questão não é o fato de mexer no celular durante a aula, mas sim o desrespeito ao profissional da educação que está tentando repassar seu conhecimento aos alunos. "Tá, mas vivemos em um mundo globalizado e conectado", você pode estar respondendo agora, mas para tudo há um momento certo.
Ao mesmo tempo que vemos certa "rebeldia" por parte dos alunos, observamos o comportamento agressivo do professor, que já devia estar com uma carga emocional elevadíssima e que teve naquele fato o último centímetro do pavio queimado, antes da raiva ser extravasada. Para mim, vendo o episódio não somente como admirador da série mas, também, com certo olhar psicológico, a primeira cena foi a melhor do episódio.

Mas, falando nele, a treta toda gira em torno de Wendy tentando convencer um casal a vender um cassino decadente para ela, que será usado pelo chefe do cartel Navarro. Marty, por sua vez, trava um jogo de gato e rato com a esposa. Além disso, o jogo psicológico é feito tanto por Helen quanto pelo próprio casal.
Essa disputa mental foi a parte que, ao mesmo tempo que tornou a trama do episódio mais lenta, foi a que deixou a maior tensão no ar. Algumas técnicas de persuasão puderam ser percebidas, e até mesmo notamos um pouco de psicologia reversa oculta.
Quem nunca tentou convencer alguém de algo fazendo a pessoa pensar da forma como você pensa? Ou tentou usar lógica para mostrar a alguém que seu ponto de vista é o mais correto? Lembram daquelas proposições de "VERDADEIRO" e "FALSO" e as combinações feitas com essas preposições através dos conectores lógicos? Pois bem, isso esteve implicitamente presente durante todo o episódio. Gostei muito disso na trama.
Uma pequena pausa para destacar a ilustre presença de Darlene no episódio… eita mulher para dar arrepios! Todas as vezes que ela aparece, eu já fico assustado. Desde a morte do marido, ela começou a ter um olhar sinistro, assustador e sombrio.
Estou curtindo muito a Lisa Emery no papel… está conseguindo trazer um ar sombrio e apavorante à personagem. Parece que ela vai matar alguém sempre que aparece em cena… só a forma de ela cortar tomate e conversar com o finado marido já dá medo!
Sobre Ruth, senti ela meio perdida no tiroteio. Tipo, ora indo para o lado de Wendy, ora para o lado de Marty. E ainda teve de engolir a seco as consequências do ato rebelde do primeiro episódio. Mesmo assim, vi ela tentando se impor quando monta um plano para convencer o casal a vender o casino a Wendy.
A atriz Julia Garner têm se mostrado muito eficiente no papel. Essa menina tem muito potencial e, se não se perder no meio da trama, pode levar Ruth a ser personagem fundamental até o final da temporada.

Uma coisa que gostei no episódio foi Marty tentando de todas as formas acabar com os planos de Wendy e Helen. Muitas vezes, quando queremos que nossos planos sejam realizados ou que planos alheios não se concretizem, usamos alguns artifícios ou tomamos atitudes para que isso ocorra. Óbvio que ninguém vai encomendar uma explosão contra seu rival, oponente ou potencial incômodo, mas a analogia é válida. Até que ponto estamos dispostos a ir para realizar nossos objetivos?
Gostei da forma como os diálogos foram acontecendo, embora a trama tenha sido um pouco arrastada demais para um episódio de quase cinquenta e quatro minutos. Laura Linney esteve impecável e notei certa segurança a mais em Marty. Ruth, por sua vez, ainda não me convenceu, mas tem grande potencial a ser explorado.
Quanto aos filhos de Marty e Wendy, ainda são coadjuvantes em toda a história. Talvez, com a chegada de Erin, filha de Helen, as coisas tomem novos rumos e os filhos dos Byrdes ganhem novos ares e maior relevância na trama. Aliás, Madison Thompson é muito linda... fiquei encantado com ela! Vamos ver se terá alguma importância na série e se trará Charlotte e Jonah consigo.
Em linhas gerais, achei esse episódio um pouco truncado demais, com uma pegada muito mais psicológica e com menos ação. Isso não significa que o episódio foi ruim. Apenas foi um pouco fora do que eu gosto em séries assim… menos papo e mais ação. Mas isso é uma questão pessoal.
Então, é isso. Aguardamos vocês na próxima resenha!
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