Primeiras (e rápidas) impressões sobre Viúva Negra
- Angers Moorse
- 9 de jul. de 2021
- 6 min de leitura

Salve, salve, galera! Estou aqui para dar a vocês minhas primeiras impressões e dizer o que achei sobre o filme Viúva Negra, longa solo focado nas aventuras da nossa heroína favorita Natasha Romanoff, que acontecem entre os filmes Capitão América: Guerra Civil e Vingadores: Guerra Infinita.
Quero focar aqui somente no que achei do filme, sem mergulhar em teorias, referências e easter-eggs, mas apenas no feeling que tive ao assistir ao filme. Por conta da pandemia, optei por ver através do Disney+ com o Premier Access.
Já tomei minha primeira dose da vacina, entretanto não me sinto seguro ainda para voltar aos cinemas. Aliás, bora se vacinar, pessoal, para conseguirmos acabar com essa pandemia o quanto antes e voltarmos a nos encontrar nos cinemas!
Visualmente, gostei bastante da pegada dele, bem urbana e com algumas cenas acontecendo em ambientações muito lindas, como a do resgate de Alexei Shostakov e a invasão na base secreta e aérea da Sala Vermelha. Em termos de efeitos visuais e das cenas de ação, foram as que mais gostei, além da cena da ponte quando o Treinador encara Natasha pela primeira vez no filme.
A trilha sonora conseguiu dar o clímax perfeito em cada cena, com destaques para as músicas “American Pie”, de Don McLean, e “Smells Like Teen Spirit”, clássico do Nirvana e com uma versão diferenciada de Malia J. para os créditos iniciais. Aliás, “American Pie” acabou embalando outra cena bem bacana entre Yelena e Alexei.

Falando dos personagens em si, Natasha Romanoff, obviamente, foi o grande destaque do longa. Com a sempre maravilhosa interpretação da nossa amada Scarlett Johansson, ela esbanjou charme, simpatia e muita ação e emoção ao longo das cenas. Contudo, acho que o roteiro poderia ter aproveitado muito mais ela na trama… mas falarei sobre isso mais à frente.
Florence Pugh esteve impecável no papel de Yelena Belova. A atriz trouxe aquele ar mais badass ao papel, contrastando com um lado mais sensual e misterioso da “irmã” Natasha. Aliás, a química entre as duas ficou ótima e entre ela e Alexei e Melina Vostokoff, interpretada pela belíssima Rachel Weisz.
Por falar em Melina, achei o papel dela raso demais no filme. Não sei se isso foi proposital ou um erro de roteiro, mas senti ela meio perdida na trama. Nos quadrinhos, ela é uma espiã da Sala Vermelha e uma vilã muito importante, que se transforma na Dama de Ferro.
Não sei se a intenção da Marvel é explorar mais isso em produções vindouras, mas aqui ficou a desejar. Inicialmente, até cheguei a achar que a escolha de Rachel para o papel tinha sido um tanto quanto equivocada (e olha que eu gosto pra caramba dela, é uma atriz incrível). Ainda quero acreditar que o roteiro não soube aproveitar muito bem o potencial da personagem e, consequentemente, da própria atriz… espero estar certo sobre isso.
Em relação ao Guardião Vermelho, ou Alexei, a escolha de David Harbour se mostrou acertada, embora o personagem tenha me tirado do sério algumas vezes… que cara mala! Tipo, “tô nem aí pras minhas filhas”, só querendo saber se ele estava sendo o assunto do momento.
Nos quadrinhos, Alexei é casado com Natasha Romanoff, mas aqui eles têm uma relação de pai e filha. Com algumas brincadeirinhas e muito rancor por parte de Natasha, essa relação entre eles vai ressurgindo aos poucos, mas também ficou devendo maior aprofundamento.
Possivelmente, o Guardião Vermelho aparecerá para ajudar os Vingadores em alguma treta futura, ainda mais que não sabemos ao certo qual o paradeiro deles após os eventos do filme nem se foram ou não blipados após o estalo de Thanos e se estão vivos ou mortos… ficou no ar essa dúvida.
Se ele aparecer, seria interessante tentar resgatar um pouco desse aprofundamento, mesmo sabendo que não teremos mais Natasha dentro do MCU, a não ser em possíveis cenas de flashback (principalmente na série Hawkeye). Se isso não vier a acontecer, a Marvel perdeu a chance de dar essa aprofundada melhor no filme solo dela.

Agora, minha maior bronca (ou uma das maiores) foi em relação aos vilões. Esperava muito mais do Treinador pelo que foi visto nos trailers, só que ele ficou bem abaixo do esperado em níveis de periculosidade. Para mim, só ganhou do Mandarim fake de Homem de Ferro 3 (não tem como competir com ele!). O Treinador ficou um vilãozinho muito “paia” e que não deu tanto trabalho assim para a nossa Viúva Negra.
Mesmo com toda a habilidade dele de copiar exatamente os movimentos de todos contra quem luta, sendo um adversário complicado de se derrotar, a abordagem feita na série foi bem diferente. Na realidade, o Treinador é a Treinadora, sendo ela Antonia Dreykov, a filha do General Dreykov e interpretada por Olga Kurylenko.
Em uma das missões finais de Natasha que a credenciaram para entrar na S.H.I.E.L.D., ela explode um prédio para eliminar Dreykov, mas, por acidente, acaba tirando a vida da filha dele, Antonia. Mais tarde, Natasha descobre que a menina sobreviveu e que havia se tornado a Treinadora.
Aliás, o General esteve envolvido na produção e utilização de uma substância de controle mental usada para manipular meninas e jovens, que passaram a fazer parte de seu ambicioso e maligno projeto de criação de Viúvas Negras. Ele é o comandante da Sala Vermelha e alguém que detém muito poder ao redor do mundo por conta de suas agentes infiltradas.
Para ser bem sincero, gostei muito mais do próprio General Dreykov (interpretado por Ray Winstone) como vilão que da Treinadora. Não sei, parece que ele conseguiu impor um ar mais sombrio e ameaçador. Comparando com a Ghost de Homem-Formiga e a Vespa, achei que as duas tiveram mais ou menos a mesma jornada, mas a Ghost parece que conseguiu me impactar mais.
ALERTA DE SPOILERS!!!
Outras aparições muito importantes são a do General Ross (William Hurt rejuvenescido digitalmente) e a de Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus). Apresentada na série Falcão e o Soldado Invernal, Val aparece na cena pós-créditos conversando com Yelena, indicando que a irmã de Natasha está realizando algumas missões para a Condessa.

Quando Yelena está no túmulo de Natasha após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato, Valentina surge e pede um favor para sua agente: matar aquele que ela diz ser responsável pela morte de Natasha: Clint Barton (Jeremy Renner), mais conhecido como Gavião Arqueiro.
Como a atriz Florence Pugh já está confirmada na série Hawkeye, isso pode sugerir que ela seja uma das antagonistas iniciais da série, mas, à medida que a verdade seja esclarecida, ela possa se aliar à filha dele, Kate Bishop, que deverá assumir o manto do pai como a próxima Gaviã Arqueira.
Aliás, uma aposta é que tanto Yelena quanto Kate sejam parceiras na formação dos Jovens Vingadores, uma vez que já fomos apresentados a Wiccano e Célere (WandaVision), Patriota (Falcão e o Soldado Invernal), Estatura (Vingadores: Ultimato), Miss America (confirmada em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura), Kid Loki (Loki) e que provavelmente teremos a apresentação de Hulking na série She-Hulk além de uma possível vinda de Miles Morales em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, já podemos começar a levar essa idéia bem a sério.
Sobre o General Ross, a presença dele e de Valentina indica que a chegada dos Thunderbolts ao UCM é apenas uma questão de tempo. Com a apresentação do Agente Americano e de Battlestar em Falcão e o Soldado Invernal, a confirmação de Ross como o Hulk Vermelho em She-Hulk, a aparição surpresa de Abominável em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, além de nomes como Yelena Belova e a Treinadora, Bartoc (Falcão e o Soldado Invernal) e a Ghost (Homem-Formiga e a Vespa), é de se esperar que essa possa ser a formação inicial da equipe no UCM… aposta forte essa.
Em relação à trama, quando Yelena descobre o caso e um antídoto para o problema, é considerada desertora e precisa reunir a família novamente para combater a ameaça. Além disso, as duas irmãs precisam libertar as outras mulheres confinadas na Sala Vermelha e derrotar o General Dreykov e a Treinadora.
Apesar das cenas de ação bastantes intensas e cheias de adrenalina (lembrou muito dos filmes da franquia Missão Impossível) e de ter seu foco principal nas relações familiares e nos dramas de Natasha, o roteiro acabou ficando bem clichê e raso, sem maior carga emocional e aprofundamento em alguns pontos. Novamente, não sei se isso foi proposital ou não, mas não consegui me conectar tanto assim ao filme por conta disso.
No mais, uma bela e digna homenagem à Natasha Romanoff e uma despedida “OK” para Scarlett Johansson do UCM (será???). Poderia ter sido melhor aproveitada e aprofundada na trama, principalmente na fase da sua juventude, bem como melhor construção dos vilões do filme. Além disso, uma Melina que mais parecia um acarajé sem pimenta (ou costela sem sal grosso).
Fora isso, ótima parte visual, trilha sonora na pegada dos anos 70 e 90 e que se encaixou direitinho com as cenas, Scarlett e Florence em total sinergia entre si e David se encaixando muito bem no papel, apesar de eu passar muita raiva com ele em algumas cenas.
É o melhor filme da Marvel? Longe disso. É o pior deles? Também longe disso. Minha nota? 8,0… nem mais (por não ter sido melhor trabalhado) nem menos (Natasha não merece uma nota menor que essa em seu filme de despedida). Olho na série Hawkeye, porque a cena pós-créditos fez ligação direta com ela e teremos muita treta rolando por lá... quem sabe, com o Gavião Arqueiro morrendo no final da série… será???
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