Tales from the Loop - S01E08
- Angers Moorse
- 27 de mai. de 2020
- 6 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021

Salve, salve, galera! Chegamos ao episódio 8, “Home”, o último dessa série maravilhosa. E ele trouxe revelações surpreendentes e muitos pontos a serem ligados. AVISO: se vocês ainda não leram nossa resenha sobre o episódio 2, sugiro que a leiam primeiro para, somente depois, continuarem aqui. Se já leu, quer saber como foi o final e o que podemos esperar do futuro da série? Vem comigo, que eu te conto tudo!
Certamente, Tales from the Loop é uma das séries de melhor fotografia dos últimos anos, não tem como negar. A ambientação dos cenários harmonizando com a trilha sonora traz certo charme e sofisticação à série sem, contudo, perder a essência simples e poética da coisa. Além disso, cada episódio traz consigo reflexões e pensamentos muito interessantes, revestido de conceitos científicos muito bem inseridos no contexto, afinal, é uma série de fantasia/ficção científica... mas não deixa de ter certa carga dramática envolvida.
Bem, romantismos à parte, vamos ao que interessa… aviso que será impossível deixar essa resenha menos extensa, pois há muita coisa envolvida apenas nesse episódio. A trama gira em torno de Cole e de algumas questões relacionadas à vida do menino. A relação com os pais, George e Loretta jovem (???), e a avó, após a morte de Russ, as saudades do irmão Jakob (ou Danny?), o misterioso robô do primeiro episódio (falei sobre ele também no episódio 2), a amizade com a jovem professora (???) e um pequeno (grande) segredo.
Já de cara, percebe-se que ele sente muito a falta do avô Russ, embora tenha sentido que Klara, a avó, foi a que mais sentiu essa ausência (um pouco óbvio, talvez… ou não, dependendo do contexto analisado). Mas, além da saudade do avô, a distância com o irmão Jakob (que, agora, trabalha no Loop) parece que é ainda maior.
Em vários momentos, vemos que falta um ponto de referência a Cole, uma espécie de porto seguro. Trazendo para nossa realidade, essa questão de insegurança é bem visível quando um filho sai do convívio dos pais e vai morar sozinho por causa de trabalho ou estudos (se você já passou por isso, sabe do que estou falando).
Uma pesquisa feita em novembro de 2019 no estado da Califórnia mostra que 37% dos californianos entre 18 e 34 anos ainda residiam na casa dos pais. No Brasil, esse índice, segundo pesquisas feitas em setembro de 2019 pelo IBGE, apontaram que 1 entre 4 adultos ainda moravam com os pais. Questões como valores imobiliários e de custo de vida, segurança e logística são os principais responsáveis por muitas dessas escolhas. Entretanto, outro aspecto bem importante que é levado em conta é o distanciamento da família que, por vezes, é fator decisivo na hora de optar por continuar com os pais.
Voltando para nossa série, a ausência do irmão Jakob simboliza muito bem esse aspecto de falta de um ponto de referência para Cole. Maaaaas… será que era Jakob mesmo??? E é aí que os mistérios e surpresas da série começam!
Ao visitar seu irmão na casa onde morava (???), Cole ouve dele que, na verdade, Jakob não é ele mesmo, mas sim Danny (lembram do episódio 2?) Se vocês não leram nossa resenha desse episódio, recomendo que leiam antes de prosseguir aqui... já leu? Bem, prossigamos. Uma coisa que eu tinha certo no final do episódio 2 era que Danny tinha ficado no corpo de Jakob e Jakob, no corpo de Danny. Beeem…. tomei meu primeiro toco aqui. Jakob não ficou preso no corpo de Danny!

Aí fiquei bugado: se Danny ficou preso no corpo de Jakob e Jakob no corpo do robô, quem ficou preso no corpo de Danny na última troca? Tudo bem que ele morreu mais para frente, mas… será que ninguém mais esteve envolvido? Ou o robô é uma espécie de receptáculo? E como Jakob foi parar no corpo do robô… WTH???
Outro ponto da resenha do episódio 2: lembram que eu falei que aquele robozinho tinha feições “levemente humanas”? Já ligou os pontos? Tempo para pensar… Eureka! Jakob ficou preso no corpo do robô! Quase me afoguei com a pipoca nesse momento! Tipo, mais uma prova de que tinha inteligência artificial rolando na série!
A sequência das cenas entre Cole atravessando um lago congelado (???) e encontrando o robô é de cortar o coração… inclusive, rolou batalha no estilo Transformers ali, entre Jakob “robô” e outro robozinho com cara de poucos amigos… melhor para Jakob, que defendeu o irmão com sucesso… bem, nem tanto. O robô acaba ficando gravemente ferido e, embora Cole tenha feito um esforço imenso para tentar salvar o irmão, acaba morrendo… essa cena foi de cortar o coração (e gastar mais um pouco do estoque de lenços).
Cole resolve voltar e buscar ajuda. Atravessa o lago com água corrente (!!!) e vai até a casa do irmão, mas vê outra pessoa morando no lugar (!!!). Então, vai atrás da mãe, mais velha (!!!), no Loop… e mais um mistério que me fez “pirar a cabeça”. Notaram que coloquei alguns sinais diferentes? Liguem os pontinhos mais uma vez… se vocês juntaram as interrogações e exclamações que inseri (propositalmente) no texto, meio que mataram a charada… ao menos, uma delas. Alguém aí disse lapso temporal (ou viagem no tempo)???
As revelações que Loretta faz a Cole deixaram meu queixo ao chão… o resgate do robô por ela, o marido e Jakob, a morte da avó, o falecimento do marido e algumas coisas relacionadas ao Loop. Tudo isso, mostrado em cenas emocionantes e comoventes… a interpretação da atriz Rebecca Hall (Loretta) é simplesmente espetacular! Ainda, Cole revê o irmão Jakob (bem mais velho e com uma filha) e conhece sua irmã, Nora (filha de Jakob).
Mas isso não é tudo. Quando Russ Willard faz as apresentações bem no início da série, logo antes do primeiro capítulo, ele afirma que tudo está interligado ao Loop. Fiquei apreensivo… se são contos distintos e se cada conto traz uma história distinta, como eles interligariam tudo isso e os relacionariam com o Loop? Mas os showruuners conseguiram… e de forma incrível!
Ficou faltando o par de interrogações/exclamações relacionados à professora, Sarah (Stefanie Estes)... aliás, que atriz linda! Fiquem calmos, que não esqueci deles… e ainda nem cheguei na cereja do bolo! Lembram do livro que ela emprestou a Cole no início do episódio (fiquem de olho naquela lista de nomes que emprestaram o livro… ainda tem muito a nos dizer) e que o menino mostra a Loretta? Tanto ela como Jakob já haviam emprestado o mesmo livro, até aí tudo bem. Mas como raios a mesma professora deu aula a todas as gerações anteriores a Cole?

Se já tive o queixo saindo da cabeça antes, a próxima revelação quase arrancou minha cabeça do corpo… Sarah é, na verdade, a segunda geração de andróides idealizados por Russ e construídos no Loop (lembram do episódio 7, do diálogo entre George e Klara?)! AAAAHHHHHHH!!!!! Pirei!!!
E, para acabar com meu estoque de lenços (e neurônios), ainda vemos a versão adulta de Cole! Casado com Molly (a belíssima atriz Kassianni Austin) e pai de Nate (Carter Heintz), eles param na frente da mesma casa que morava antes… o que aconteceu nesse meio tempo não é explicado e ficará para as futuras temporadas. Mas a frase que aparece no início do episódio e que ele repete ao filho já ficou marcada: “Você sente que foi muito tempo atrás? - Um piscar de olhos.”!
E é interessante como eles abordaram o assunto “tempo” na série: de forma poética, científica e dramática, tudo na medida certa. Fora isso, ainda trouxeram transmutação, inteligência artificial, realidades paralelas e algumas outras questões da física na série. Tudo isso, feito de forma muito bem encaixada e sem querer “reinventar a roda”.
A reflexão que fica é: o tempo passa num piscar de olhos. Hoje, somos crianças. Piscamos os olhos e já somos adultos. E amanhã, seremos apenas lembranças para nossas futuras gerações. Mas tudo o que fizermos (de bom ou ruim) ficará eternizado, seja nos livros, seja nos corações de quem passou por nós.
Então, aproveite cada ano, mês, semana, dia, hora, minuto e segundo possível… faça as coisas que ama ao lado de quem você ama; trabalhe com alegria; seja paciente, humilde e parceiro; não queira crescer prejudicando os outros; faça seu melhor e sempre seja a melhor versão de si mesmo… e, principalmente, enterre o ódio e abrace o amor!
Sobre trilha sonora e fotografia, não há o que falar… simplesmente, PERFEITO! Acertaram o tom o tempo todo, mesmo quando a proposta (episódio 7, por exemplo) teve uma mudança brusca de clímax, conseguindo dar a carga emocional que a cena ou episódio precisavam… só tenho elogios!
Para fechar, havia comentado na última resenha que não havia nenhum ator ou atriz tão impactante em termos de atuação, por causa da pouca exigência que os próprios personagens demandavam. Entretanto, sinto-me na obrigação de rever um pouco esse conceito e colocar dois nomes na lista de prováveis indicações (e com totais merecimentos!) a premiações: Rebecca Hall (Loretta) e Duncan Joiner (Cole), não somente pelas atuações ótimas durante a temporada mas, principalmente, pelas atuações nos dois últimos episódios… simplesmente espetaculares!
Meu parecer final sobre a série? MARAVILHOSA! Trilha sonora e fotografia impecáveis, personagens e tramas muito bem trabalhadas, inúmeras reflexões profundas e atuais e várias teorias e assuntos pra lá de interessantes e instigantes cuidadosamente abordados ao longo de toda a temporada! E que venha a Season 2 logo, porque ainda temos muitos mistérios a esclarecer, entre eles, o que se passa realmente no Loop. #sovemseason2!!!
Por ora, é isso. Agora, só nos resta aguardar a (futura!?!) segunda temporada. E, caso os produtores resolvam não apostar nisso, vamos fazer campanha para ter a Season 2, pessoal!!!
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