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Terror Italiano! - Il Legame (O Fascínio)

  • Foto do escritor: D. C. Blackwell
    D. C. Blackwell
  • 7 de jan. de 2021
  • 3 min de leitura

Mamma mia! Hoje é dia de terror italiano, pessoal.

Isso mesmo; Neste longa, somos transportados para o sul da Itália, numa região repleta de misticismo e práticas pagãs que persistem através dos séculos na tradição das pequenas e afastadas vilas. No terreno misterioso e enigmático de Il Legame – ou O Fascínio -, coisas estranhas acontecem, e uma prece ou um certo tipo de bebida de ervas pode ter muito mais poder do que os nossos olhos são capazes de mostrar. E quem está no centro desses eventos sinistros é a pequena Sofia, mera vítima das forças ocultas que se manifestam quando ela e sua mãe chegam à vila onde seu padrasto nasceu.



Il Legame é um daqueles filmes que são de terror só até a metade. No início, tudo tem um ar suspeito, tímido, mas medonho, obscuro e ambíguo. Uma mordida de aranha pode ser um sinal maior? Ou seria tudo invenção da mente fantasiosa de Emma, afetada pelas crenças misteriosas de Teresa, sua sogra? E quanto ao sonambulismo de Sofia? Não, algo tem que estar errado, mas não sabemos quem é o vilão, o que quer ou por que meios age. Até aí, o roteiro nos prende brilhantemente à antecipação que a cena inicial do filme nos dá. Porém, da metade em diante, já sabemos o que aconteceu, quem é a culpada, o que pretende, e, inclusive, ela está ganhando.


Daí vem meu questionamento: Como categorizar esta segunda parte? Pois bem, na minha opinião, há um quê de sagacidade na roteirização da obra. Il Legame pode deslocar-se da ideia de medo e tensão, mas nunca do senso de urgência e da possibilidade de vitória total por parte de nossa mallfeitora sobrenatural. A trama então evolui as sensações que tenta transmitir e começa uma narração em resgate das tradições pagãs italianas, explicando rituais e trabalhando o sobrenatural com mais worldbuilding do que requereria uma história de terror. Entramos aqui na fantasia estranha, ou melhor, os personagens já encararam o sobrenatural e agora precisam lidar com isso.



Eis que há certo realismo na obra de Domenico. Nós, como seres humanos – ou como qualquer outro animal -, possuímos certos instintos que nos protegem até das coisas que não conseguimos compreender, senão ainda mais destas que das demais. O Vale Da Estranheza, que é um estudo comportamental, explica esta necessidade indomável que temos de tomar uma atitude brusca sob a percepção de algo que vai contra os princípios da natureza ou da racionalidade: bater ou correr. Só existe estas duas possibilidades ao nos depararmos com algo que não somos capazes de entender ou identificar. Seja aquela sombra de formato estranho que, pela manhã, revela-se uma cadeira cheia de roupa suja, ou um manequim desconfortavelmente humano – e no caso de Il legame, uma bruxa, sem tirar nem pôr. Disto se trata a segunda metade do filme: Como reagir diante do sobrenatural? O quanto realmente importa se sua filha foi sequestrada por uma pessoa normal ou por uma entidade das trevas com poderes mágicos? No fim, o que importa é sobreviver. E resgatar a pessoa amada. Quer realismo sobrenatural? Este filme tem.


E por fim, não se esqueçam de observar os créditos finais. Se há algo aterrorizante nesse mundo, são os fatos por trás das lendas, e as fotos nos créditos revelam bastante sobre as práticas e as crenças de épocas mais supersticiosas e primitivas.


Nos vemos na próxima!

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