The 100 - S7E15
- D. C. Blackwell
- 30 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de nov. de 2020
O final se aproxima!

O penúltimo episódio desta temporada, que será a última da série, entra na reta final do embate épico-cósmico entre Os Cem e O Pastor. Desta vez, com diálogos riquíssimos e repletos da filosofia que transborda desde o núcleo da obra em direção às estrelas, The 100 regressa cada vez mais à sua origem e àquilo que comove o expectador, ou seja, a infâmia e inutilidade da guerra, a valorização de cada vida e o questionamento moral de cada decisão dos nossos protagonistas. Clarke finalmente enfrenta as consequências das suas ações e do exemplo que ela dá a Madi, enquanto a situação de Emori e de Murhy serve como apoio moral e redenção de Raven neste episódio espetacular e catártico.
SPOILERS à frente! FICA O AVISO.
Este foi um dos episódios mais interessantes e profundos da série. Jordan deu um show de diálogo falando sobre aquilo que é óbvio para nós: guerra é a resposta mais burra para qualquer problema possível, ela só destrói e causa dor, propagando um ciclo infinito de violência e morte, no caso da série, atravessou galáxias e perseguiu cada humano até sua última geração. Uma guerra para acabar com todas as guerras não é apenas impraticável, como também é fruto de ignorância e teimosia de um homem pouco evoluído cuja megalomania o impede de ver-se como errado. Até mesmo um membro do rebanho de Cadogan conseguiu perceber que ele os estava levando por um caminho completamente contrário, decidindo explorar um artefato cósmico misterioso para travar uma guerra ao invés de usar seus conhecimentos e tecnologia para instaurar uma sociedade igual e justa. Ele chega até mesmo a dizer a Madi que não quer uma guerra, mas é mentira. Ele quer a glória, o poder, a elevação para acima de toda a humanidade, deseja tornar-se um deus... Sem perceber que virou o próprio Demônio.

Madi, por outro lado, teve um destino pior que a morte. Ficar catatônica é a máxima de uma vida de impotências, e por ter se deparado com decisões e situações tão difíceis e dolorosas tão jovem, pode ser considerada a personagem que mais sofreu nessa série. Um diálogo interessantíssimo tomou forma quando a Clarke entrou em desespero numa sessão de terapia com a Gaia, na qual ela finalmente se toca de como as decisões dela tornaram a Madi em quem ela era hoje. Clarke, embora a tenha ensinado a ser altruísta, forte e sagaz, se tornou uma pessoa emocionalmente fraca, que já não mais escolhe com sabedoria o próximo passo, mas com egocentrismo e medo. Ela já perdeu essa luta com ela mesma, resta agora o luto pela Madi e o arrependimento pelo Bellamy.
Emori também ganhou destaque como uma personagem muito amada pelo público – ou ao menos por mim – e sua quase-garantida morte é tão triste quanto, uma vez que ela foi uma das que tomou menos atitudes absurdas ou cruéis ao longo da série, perdendo apenas para Jordan, que é um amor de pessoa. Fico imaginando, agora, se a minha previsão estava errada e o Murphy sobreviverá, mas honestamente, acho difícil. O mais provável é que ele morra ao voltar para Sanctum, que a esta altura deve estar uma bagunça. Porém, pode haver um conflito de redenções aí, sendo que Raven também é forte candidata ao posto de mártir por causa das suas últimas ações. Apostas? Alguém?

Contamos os segundos agora para o desfecho desta saga que nos ocupou por sete anos de guerras, shipps, injustiças, decisões impossívels e questionamento moral... Mal posso acreditar! Confesso que sentirei muita falta dessa epopeia pós-apocalíptica, e que este próximo episódio será assistido num bom telão com pipoca, chocolate e amendoim.
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