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Tremei, Deuses do Olimpo... a guerreira amazona chegou com tudo!

  • Foto do escritor: Angers Moorse
    Angers Moorse
  • 6 de jan. de 2021
  • 8 min de leitura

Atualizado: 8 de jan. de 2021



Salve, salve, galera! Para começar nossas resenhas de 2021, nada como resenhar a saideira de 2020 (como assim?!?) Afinal, em um ano em que até os super-heróis entraram em quarentena, apenas ela poderia salvar nosso ano… sim, estou falando da Mulher-Maravilha, ou Mulher-Maravilha 1984!


Para quem não acompanhou muito as notícias cinematográficas, deixa eu dar uma refrescada na memória. Inicialmente, o filme seria lançado em novembro de 2019, mas, por conta de atrasos normais, o lançamento foi adiado para 5 de junho de 2020.


Aí, veio a pandemia e empurrou tudo mais para frente, deslocando o lançamento para 13 de agosto e, posteriormente, para 2 de outubro. Como as coisas só pioraram (incluindo uma segunda onda da doença), a Warner teve de repensar novamente toda a estratégia de lançamento… e decidiu fazer uma aposta arriscada e muito polêmica.


A empresa lançou o filme nos cinemas brasileiros nas salas que ainda estavam abertas em 17 de dezembro, uma semana antes que nos EUA. Simultaneamente, foi efetuado o lançamento sistemático na plataforma de streaming HBO Max, cujas datas foram meticulosamente planejadas para outros países.


A decisão foi duramente criticada por público e por atores, atrizes, diretores e críticos cinematográficos, rendendo até algumas petições e abaixo-assinados contra a Warner (obviamente, isso não vai dar em nada, mas vale a tentativa).


Mas falemos do filme em si. Mesmo com algumas críticas pouco empolgadas, vejo que o filme fez jus a todo o hype gerado. Visualmente impecável, trilha sonora perfeita, trama muito bem encaixadinha, elenco em plena sincronia e muita ação e adrenalina já nas primeiras cenas!



A versão infantil de Diana (interpretada pela fofíssima Lilly Aspell) já começou dando show! Desde pequena, Diana mostrava que não estava ali para perder, mesmo que usasse de artimanhas e atalhos para conquistar seus objetivos. Obviamente, nem sua treinadora Antíope (Robin Wright), nem sua mãe Hipólita (Connie Nielsen) a deixavam vencer desonestamente, lição que a pequena carregou por toda a sua vida de heroína.


De cara, já quero destacar as cenas entre as amazonas… foram de tirar o fôlego! Não teria corpo, espírito e coragem para fazer o que elas faziam. Cenários incríveis, dando destaque para os tons de amarelo e azul, com cenas e visuais exuberantes, quase beirando à perfeição… tô empolgado!


Parou para respirar? Nem pense nisso! Já na primeira cena em que Diana (Gal Gadot) aparece com seu manto oficial, você gruda no sofá, fica encolhido, rói as unhas, coça a cabeça e fica sem respirar… baita tensão e uma chegada pra lá de triunfal da nossa Mulher-Maravilha!


Treta vai, treta vem, e Diana acaba conhecendo a atrapalhada e desajeitada Barbara Ann Minerva (Kristen Wiig). A química entre as duas é praticamente instantânea e vemos que uma é exatamente o oposto da outra, mesmo se invertêssemos os papéis de ambas. Aí fica uma das partes mais legais do filme, na minha opinião. A relação entre as duas personagens é feita de forma precisa e bem dinâmica.


Embora estejam em lados opostos, ambas querem exatamente a mesma coisa: TUDO. Barbara quer ser igual à Diana... uma mulher forte, sexy, envolvente, decidida e bem sucedida. Enquanto isso, Diana quer ter seu amor de volta, ser livre e ter menos responsabilidades, talvez… não carregar um manto tão pesado (falaremos mais à frente sobre esse conflito).


Por outro lado, vemos um Maxwell Lord (Pedro Pascal) tentando se restabelecer como homem de sucesso nos negócios e, ao mesmo tempo, ser um pai exemplar para seu pequeno filho. Mais uma vez, um personagem que quer TUDO sem querer abrir mão de algo.


Por fim (mas não menos importante), temos a volta do colírio feminino do filme… Steve Trevor (Chris Pine). Não conheço uma mulher que não ficou suspirando por ele em, ao menos, uma cena do filme. Nosso querido e amado (para alguns, nem tanto assim) Senhor das Estrelas voltou do mundo dos mortos por conta de um pedido de Diana… e com direito a pochetão e tudo o mais (a cena entre ele e Diana ficou hilária)!


Tivemos alguns personagens coadjuvantes interessantes no filme, porém, focaremos no núcleo central já mencionado (só farei um pequeno spoiler no final dessa resenha). Das relações entre Barbara e Max Lord, só elogios… ficaram perfeitas! A química entre os dois ficou maravilhosa, tanto nas cenas mais cômicas quanto nas mais sérias.


E esse foi justamente outro ponto forte do filme… conseguir aliviar a tensão com cenas leves e estrategicamente posicionadas, senão, haja Rivotril para aguentar! E isso vale, da mesma forma, para as interações entre Diana e Steve. Já, em relação às cenas entre os dois e Pedro Pascal, sempre tiveram um ar mais sério, o que ajudou no clima da trama.


E falando nos dois pombinhos, que dupla maravilhosa que ficou! Ficou um casal pra lá de bonito e simpático. Tiveram uma ótima sinergia praticamente o tempo todo, seja nos bons, seja nos maus momentos da história. Particularmente, até gostei mais do Chris Pine nesse filme que no filme Guardiões da Galáxia Vol. 2 (mas, isso é apenas minha opinião).


Porém, minha única ressalva é que (ALERTA DE SPOILER PARA QUEM AINDA NÃO ASSISTIU AO FILME!!!) faltou mais emoção na última cena entre Diana e Steve. Não tanto da parte dele, mas sim da parte dela. Sinceramente, esperava ela muito mais emotiva na despedida ao revogar seu desejo de ter Steve vivo e o ver desaparecer. Confesso que essa cena foi emocionante (e muito!), mas me incomodou um pouco depois. Não que tenha atrapalhado a experiência da cena, mas ficou devendo maior emotividade (levemente).



Outro ponto positivo (e esse merece muito destaque) foi a relação entre Diana e Barbara… putz, essa dupla foi matadora o filme todo! Curti demais a relação entre as duas e a forma como essa relação foi se desenvolvendo. Você vai se envolvendo com as duas e, quando há a reviravolta, você não consegue ficar com raiva da Barbara… poucos vilões (ou, anti-heróis) conseguem fazer isso tão bem.


As coreografias das lutas entre elas são precisas e sem exageros, mas mostram o potencial de ambas. A cena da transformação de Barbara na Mulher-Leopardo também é fabulosa, mostrando que ela não está ali para brincadeiras. Mas, ao mesmo tempo, você percebe que ela não quer matar Diana… apenas quer ser alguém tão vista e forte quanto ela.


Aliás, falando nas duas, figurino e maquiagem de ambas está impecável! Tanto a caracterização de Barbara como Mulher-Leopardo quanto a armadura dourada que Diana usa no final são arrebatadoras! Sabe aquela sensação gostosa de “UAU!”, quando alguma coisa te empolga? Então, é bem por aí mesmo!


Antes de falar do real vilão da trama, (para mim, Barbara não foi vilã), preciso falar do ponto central: a pedra dos desejos. Um artefato mágico e antigo que pode conceder a quem a utilizar seu maior desejo... porém, ela leva algo em troca. Descobrimos que Diana desejou ter Steve de volta, mas perdeu seus poderes; Barbara transformou-se em uma mulher forte, sexy, atraente, notável e divertida, uma verdadeira predadora… em compensação, perdeu toda aquela doçura e encanto que possuía; e, finalmente, vamos falar do desejo do nosso vilão.


Max Lord foi esperto pra caramba com o pedido dele. Em vez de desejar ser alguma coisa ou ter alguma coisa, desejou ser a própria pedra dos desejos (ganhou meu respeito e o título de “vilão mais esperto da história”)... cara foi genial! Com isso, concedia todos os desejos das pessoas e, em troca, ganhava suas vidas e saúde, tornando-o quase imortal.


E, sendo esse cara megalomaníaco e desesperado por poder, tornou-se uma arma de destruição em massa, quase acabando com a vida na Terra. Causou guerras, ataques nucleares e muito mais… enfim, tocou o terror geral. Se não fosse pelo Laço da Verdade (com poderes especiais), o final da humanidade teria sido trágico. Pedro Pascal como Maxwell Lord foi o ator certo para o papel certo!



Voltando a falar de Gal Gadot e Kristen Wiig… falando sério, galera, não sei mais por qual das duas meu coração bateu mais forte nesse filme! Elas estavam incríveis, majestosas, poderosas, sexys, envolventes e deslumbrantes… aff, faltam adjetivos para qualificá-las adequadamente! Óbvio que a Gal é simplesmente espetacular (perfeição é pouco pra definir), mas a Kristen também levou um pedaço do meu coração! Confesso que me identifiquei muito com ela em vários momentos.


Sobre a trilha sonora, não tinha como ser outra coisa senão espetacular ficando a cargo da lenda Hans Zimmer… o cara é mitológico! Destaques para “Themyscira”, “Games”, “Wish We Had More Time” (lembrou Titanic), “1984” (maravilhosa!), “Cheetah”, “Fireworks” (a cena do vôo de Diana com Steve é pra lá de mágica), “Anything You Want”, “Open Road” (lembrou Vangelis e Jean-Michel Jarre) e “The Beauty In What Is”. Vale aquela garrafa de vinho tinto, sentado no sofá por 1:30h e curtindo essa trilha sonora magistral!


Como de costume, não conseguimos fazer nossas resenhas sem analisar as mensagens implícitas ou explícitas. O primeiro ponto a ser discutido é: qual preço você estaria disposto a pagar para ter TUDO o que deseja? E TUDO seria o bastante para você? Levaria sua ambição até as últimas consequências? Ou abandonaria seu amor por um bem maior?


Em um mundo capitalista, materialista, hipócrita e ambicioso, no qual o dinheiro e o poder estão acima da dignidade e do amor, aqueles que levam a vida de forma honesta quase sempre são tachados de “burros”, enquanto os que passam por cima de tudo e todos são os caras “espertos”.


O filme retrata muito bem essa questão e mostra a verdade dura, nua e crua escondida (mas nem tanto). O ser humano é ambicioso e, para alcançar seus objetivos e ter TUDO o que deseja, liga o “modo dane-se” (ia falar outra coisa, mas preferi segurar a indignação e ser o mais polido possível)... e não adianta negar, pois as provas estão escancaradas, provas essas que a pandemia tratou de apresentar de vez.


Quem é, nunca admite, mas as atitudes não mentem. Vemos que as cortinas da indiferença, do preconceito, da arrogância, da ambição, da luxúria, da sede por poder e da hipocrisia foram arrancadas e a verdade foi escancarada… é só abrir os olhos e ver no que as pessoas estão se tornando.


Com isso, vem a segunda reflexão: será que o que eu desejo é o que realmente eu preciso? Será que ser tão ou mais rico, famoso, sexy, ser o maior, o melhor, o todo-poderoso é realmente necessário? Ou será que meus desejos não podem ser diferentes para, quem sabe, além de me ajudar, ajudar outras pessoas a crescerem?


Será que é preciso pisar nos outros, passar por cima dos outros, igualar-me aos outros para ser importante ou atraente? Queremos nos tornar pessoas maiores e, com isso, nos tornamos pessoas piores, no final das contas. Focamos tanto nos nossos desejos que esquecemos de ver qual preço estamos pagando por eles. Mais dia ou menos dia, a vida nos cobra.


Para finalizar, tivemos uma aparição surpresa nas cenas pós-créditos… Lynda Carter, a Mulher-Maravilha original, em uma rapidíssima aparição como Astéria, a guerreira amazona que utilizou a armadura dourada no passado (brecha para possível continuação???). Segundo Toby Emmerich, chefe da Warner Bros., Mulher-Maravilha 3 está confirmado, com a diretora Patty Jenkins novamente no comando.


Resta saber qual rumo a trama irá tomar, uma vez que não acredito na volta de Steve Trevor em um próximo filme (seria clichê e insistente demais) e qual o peso de Syria. Quem sabe, não rolaria até um crossover com Yara-Flor, a Mulher-Maravilha brasileira (seria muito bacana). Outra possibilidade seria uma ligação com algum outro filme da DC… quem sabe o filme de The Flash (!?!). Enfim, são inúmeras possibilidades e caminhos.



Resumo da ópera: um filme forte, impactante, divertido e emocionante. Muitas críticas sociais e comportamentais valorosas, que são um verdadeiro tapa na cara. Em meio à pandemia, é o filme que nós precisávamos para enxergar quem verdadeiramente somos e o que estamos deixando para o futuro.


Cenas maravilhosas, visual magnífico, atuações fantásticas, trilha sonora impecável, roteiro excelente, um vilão pra lá de esperto (ou não), uma Barbara fabulosa e nossa Diana sempre estonteante (seja em um vestido branco de festa, seja laçando raios no céu)... enfim, um filme TUDO de bom!

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