Visita Guiada a Camelot - Rei Arthur
- Gisele Alvares Gonçalves
- 21 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Olá a todos, cavaleiros e princesas, tudo bem com vocês? Mais um episódio do nosso amado programa Visita Guiada a Camelot, e desta vez vamos falar de um dos filmes mais conhecidos do ciclo arthuriano, que certamente é Rei Arthur, estreado em 2004. Cara, que filme incrível! Mas também, dá para esperar menos de uma produção de Jerry Bruckheimer, o cara que produziu todos os Piratas do Caribe? Pois é, com um nome desses por trás das câmeras não tem como dar erro! Rei Arthur conseguiu ter uma trilha épica, uma direção emocional, com tomadas que arrepiam até os pelos do sovaco, como aquela em que vemos o gelo quebrar e o exército saxão cair no lago congelante. Bom, não dá pra ficar nomeando todas as cenas que foram excepcionalmente filmadas, pois elas são muitas, então basta dizer que o filme é excelente e ponto final, porém…
Sim, a chata achou defeitos, e nós já vamos falar sobre eles. Eu acredito que o tiro no pé de um filme tão bem feito quanto este foi o marketing dele. Cara, por que eles tinham que vender a ideia de que Rei Arthur seria um filme desmistificado sobre o ciclo arthuriano, que seria um filme histórico, e não ficcional? Por que?! Em um longa que nós vemos tantos elementos que só encontramos na parte lendária, como a távola redonda, os cavaleiros, a Guinevere, Merlin… Olha, se começarmos a contar nos dedos os elementos ficcionais, vai faltar mão. Só porque eles não botaram magia no roteiro não quer dizer que seja um filme fiel à História, nem a pau! Então, produtores, revisem seus conceitos, e da próxima vez não façam propaganda enganosa.
Afinal de contas, o que realmente sabemos sobre o Arthur histórico? Só que ele era um dux bellorum, ou seja, um líder de guerra entre os bretões romanizados, e que ele venceu muitas batalhas contra os saxões, sendo a principal delas a batalha do Monte Badon. Ok, pontos para o filme por ter citado este momento histórico, sendo o único audiovisual até o momento que chegou a citar o nome desta batalha. No entanto, tem como garantir que Arthur realmente existiu? Afinal, os primeiros documentos que citam o cara foram escritos muito tempo após sua suposta existência, e, ao contrário do que o início do filme procura insinuar, ainda há muitas dúvidas se Arthur foi real ou não. Eu acredito que ele existiu, mas esta é apenas a opinião de uma historiadora.

Ainda assim, com este pequeno detalhe sobre a historicidade do filme, temos muitos pontos positivos neste longa, sendo o principal deles a forma como conseguiram dar características próprias para todos os cavaleiros, bem como personalidade, através de figurino e roteiro. Vocês não sabem como isto é difícil! É só lembrar de Once Upon a Time, em que eles tiveram sete temporadas para desenvolverem os sete anões, e somente o Zangado se destacou. Podemos até mesmo citar outro longa arthuriano, que foi Arthur e Merlin – Cavaleiros de Camelot, filme do qual não conseguimos lembrar de nenhum cavaleiro a não ser o Lancelot, que é o único que tem trama e personalidade. Pois é, diante de tudo isso, temos que dar os parabéns ao roteirista do rei Arthur, que se preocupou com este detalhe e conseguiu deixar todos os personagens carismáticos.
E sobre o triângulo Arthur x Guinevere x Lancelot? Bem, este não é o ponto central deste filme, ao contrário de Lancelot – O Primeiro Cavaleiro, mas houve insinuações de flerte entre a guerreira e o cavaleiro sim, senhor! E eu gostei bastante do fato que eles trabalharam o contexto do triângulo de forma suave, mas concreto o suficiente para que os fãs do ciclo identificassem este elemento tão esperado da história. Claro, esta Guinevere não é nem um pouco parecida com o que a lenda medieval nos apresenta, distanciando-se da princesa que fica perambulando no castelo apenas sendo bonita e sonhando em ser adúltera, mas isto é uma questão geracional, já que atualmente este perfil de personagem não é mais carismático para a audiência. De fato, eu não me incomodo com essas mudanças, ainda mais quando temperadas com elementos do ciclo medieval, mas, de novo, o que incomoda não são as mudanças em si, mas a propaganda que apontava para uma história real, quando nem mesmo a lenda eles seguiram ao pé da letra.

E aí, o que vocês acharam do filme, curtiram a forma como os cavaleiros foram apresentados? E sobre o triângulo amoroso, também notaram os flertes entre Guinevere e Lancelot? Comentem aí embaixo tudo o que pensaram sobre o longa, quero muito conversar com vocês! Enquanto espero, deixo um beijo e um queijo a todos, e uma esperança forte de que possamos nos encontrar em outras resenhas pelo site. Até a próxima!
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