Você consegue não (parar de) se apaixonar por ela?
- Angers Moorse
- 7 de out. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 6 de nov. de 2020

Salve, salve, galera! Neste momento, faço um desafio a você: olhe fixamente para esta foto e tente não ficar apaixonado dentro de quinze segundos… valendo! Tic… tac… tic.. tac… tempo esgotado! Agora, confesse: impossível não se apaixonar por Camila Morgado!
Esse olhar, essa voz e esse sorriso me conquistaram desde sua primeira aparição em A Casa das Sete Mulheres, em 2003, na pele da doce e encantadora Manuela. Foi amor à primeira vista pela personagem e, principalmente, pela atriz que a interpretava. Um misto de meiguice, doçura, encanto e magia, mas que escondia tanta força, tantos sentimentos e tanta história para contar.
Camila Morgado é muito mais que apenas um rostinho bonito na TV, como muitos podem dizer por aí. Ela consegue impor tanta personalidade, tanta força e carisma a qualquer personagem que interpreta que - atrevo-me a dizer - seria uma blasfêmia não a colocar em toda e qualquer lista de Top5 atrizes brasileiras, ao lado de estrelas como Fernanda Montenegro, Nicette Bruno, Glória Pires e Cláudia Raia.
Da doce e encantadora Manuela à forte e intensa Olga Benário, no filme Olga, passando pela personagem lésbica Ana na minissérie J.K., a vilã May em América e contracenando com Leandro Hassum em Até que a Sorte nos Separe 2 e 3, ela é, praticamente, um camaleão atuando, adaptando-se aos personagens como se fossem partes dela mesma.
Mas você conhece a história dela? E sua filmografia? Sabia que ela começou sua carreira artística bem antes do seriado de 2003? Então, a partir de agora, vamos passear um pouco sobre os diversos elementos que a cercam. Pronto para se apaixonar? Então, boa viagem!

Biografia
Camila Ribeiro da Silva é natural de Petrópolis/RJ, nascida aos 12 dias do mês de abril de 1975. Filha de Orlando Ribeiro Morgado e Regina Ribeiro, a jovem Camila já tinha a convicção de que queria ser atriz. Assim, logo após formar-se no ensino médio, aos 17 anos, mudou-se para a capital, onde iniciou os estudos na Casa das Arte de Laranjeiras.
Seu trabalho de graduação foi a peça Casa das Arte de Laranjeiras, em 1997, protagonizada por Bete Coelho e com texto e direção de Gerald Thomas. Ali, dava os primeiros passos rumo a uma carreira extremamente promissora. Ingressou no curso de Artes Cênicas da UNIRIO, porém, sem concluir o curso. Mais tarde, mudou-se para São Paulo, onde aprofundou os estudos em interpretação, com o apoio do diretor paulista Antunes Filho.
Uma curiosidade: ela chegou a trabalhar como garçonete para pagar os estudos, demonstrando forte responsabilidade e determinação, características que seriam suas marcas registradas nos personagens que a aguardavam em anos vindouros.

Carreira
Suas primeiras atuações foram no teatro, atuando nas peças Ventriloquist (2000), Nietzsche Contra Wagner (2000), Esperando Beckett (2000) e O Príncipe de Copacabana (2001), protagonizado por Reynaldo Gianecchini. Nessas duas últimas, atuou ao lado de Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini, respectivamente, que eram os protagonistas.
O que algumas (ou muitas) pessoas não sabem é que Camila fez testes para a novela O Clone (2000) e, apesar de ter sido aprovada e extremamente elogiada, acabou ficando fora do elenco. Contudo, o melhor estava reservado para ela e, em 2003, protagonizou aquela que pode ser considerada como uma das melhores séries brasileiras de todos os tempos: A Casa das Sete Mulheres. E foi nesse momento que minha paixão por ela surgiu!
Mesmo com a experiência acumulada nos teatros, era muito insegura, segundo ela mesma. E, para complicar as coisas, logo em seu primeiro papel na TV, foi incumbida de representar a doce e encantadora Manuela de Paula Ferreira, atuando ao lado de um elenco de peso, com nomes como Thiago Lacerda, Giovanna Antonelli, Mariana Ximenes, Werner Schünemann, Eliane Giardini, Marcello Novaes, José de Abreu e Daniela Escobar, entre tantos outros. Aliás, está para nascer outra série com um elenco tão poderoso quando essa!
Embora com o início inseguro - logo nas primeiras cenas, acabou gravando de costas para as câmeras -, conquistou quase que instantaneamente direção, elenco, crítica e público. O jeito meigo e sereno, o olhar encantador e aquele sorriso de derreter iceberg foram conquistando cada coração que via as cenas da talentosa e bela jovem atriz.
Mas engana-se quem pensa que Manuela era personagem fraca… havia uma força incomensurável dentro de si e Camila soube explorar cada pequena gotícula dessa seiva, sendo capaz de construir uma das personagens mais amadas e impactantes das séries brasileiras (quem não torceu para o final feliz entre ela e Giuseppe!?).
Com todo o talento reconhecido por crítica e público, o reconhecimento veio com o Prêmio Qualidade Brasil - RJ (em 2003) e o Prêmio Contigo! de TV (2004) como Melhor Atriz… mais que merecidos, por sinal! A partir daí, a carreira nunca mais parou e acumulou sucesso após sucesso… e assim segue até hoje!

Filmografia
Quem pensa que a filmografia de Camila Morgado é relativamente pequena, comete outro engano. A atriz acumulou experiências em teatro, cinema e televisão (entre séries, participações especiais e novelas). Só para você ter uma ideia da versatilidade dela, segue abaixo o rol de atuações até hoje:
TELEVISÃO:
A Casa das Sete Mulheres (2003)
Um Só Coração (2004)
América (2005)
JK (2006)
Programa Faixa Comentada (entre 2007 e 2009, como apresentadora)
Dicas de Um Sedutor (2008)
Casos & Acasos (2008)
Faça Sua História (2008)
Viver a Vida (2009)
Amor em 4 Atos (2011)
Programa Saia Justa (2011, como apresentadora da 10ª temporada)
As Brasileiras (2012)
Avenida Brasil (2012)
O Canto da Sereia (2013)
A Grande Família (2013)]
Por Isso Eu Sou Vingativa (2014)
O Rebu (2014)
Gentalha (2014)
Babilônia (2015)
A Lei do Amor (2016)
Malhação: Vidas Brasileiras (2018)
Hebe (2019, interpretando Rita Lee)
Bom Dia, Verônica (2020)
CINEMAS:
Olga (2004)
Vinícius (2005, como leitora do poema)
Até que a Sorte nos Separe 2 (2013)
Bem Casados (2015)
Até que a Sorte nos Separe 3 (2015)
Vergel (2017)
O Animal Cordial (2017)
Divórcio (2017)
Albatroz (2018)
Domingo (2019)
TEATRO:
Ventriloquist (2000)
Nietzsche Contra Wagner (2000)
Esperando Beckett (entre 2000 e 2001)
O Príncipe de Copacabana (entre 2001 e 2002)
Paixão de Cristo (2006)
Doce Deleite (entre 2008 e 2009)
Igual a Você (2011)
Palácio do Fim (entre 2011 e 2012)
Certamente, dentro do vasto currículo da atriz, posso destacar suas atuações na minissérie Um Só Coração, na qual interpretou brilhantemente uma das pioneiras do teatro brasileiro, Cacilda Becker, em J.K., no papel da lésbica Ana Rosenberg, a também lésbica Mara Moreira em O Canto da Sereia (amei a interpretação dela na minissérie) e nos filmes Vergel, O Animal Cordial e Albatroz (com atuações dignas de Oscar).
Outros destaques que não podemos deixar passar são as atuações na peça Paixão de Cristo, no papel de Maria (impossível segurar a emoção), a vilã Miss May Silver em América, a professora Gabriela Santos em Malhação: Vidas Brasileiras (outro papel apaixonante dela) e nos filmes Até que a Sorte nos Separe 2 e 3, no papel de Jane.
Aliás, houve várias pessoas que não curtiram muito a escolha da atriz para substituir a atriz Danielle Winits. O que aconteceu foi um conflito de agenda profissional para Danielle, o que a impediu de dar prosseguimento à série. E Camila Morgado optou por não fazer a mesma abordagem à personagem (aquele jeitão louco e desvairado de Jane), mas sim uma mulher mais madura e mais mãe de família.
Nesse ponto, é preciso dar méritos à Camila por não tentar ser uma caricatura da personagem anterior, mas dar a ela nova roupagem. É difícil tentar fazer qualquer tipo de julgamento ou condenação… ouço as pessoas dizerem “ah, mas a personagem ficou muito séria”, “ah, mas a Camila não serve para o papel”, e por aí vai. Embora, realmente, tenha havido certa quebra de estilo da personagem, não se pode colocar a culpa na atriz, afinal, ela entregou seu melhor à personagem e isso merece ser respeitado.
Aproveitando a “polêmica” acima, àqueles que a criticam por suas atuações (sou o primeiro a sair em defesa dela quando isso acontece), recomendo que assistam ao filme Olga… uma aula de interpretação! A própria personagem Olga Benário Prestes carrega consigo uma história densa, cercada por sentimentos complexos e profundos e um destino trágico.
E o que Camila faz com a personagem é elevar ainda mais essas características, entregando-nos uma personagem inesquecível, memorável e digna de todos os adjetivos possíveis (se você não chorou em, ao menos, uma cena do filme, provavelmente, é porque tem uma rocha no lugar do coração). As cenas dela no campo de concentração são de dar um aperto enorme no peito e espremer o coração até doer, haja vista tamanha carga sentimental e profundidade.
O grau de imersão e empatia criado com a personagem é quase surreal… você sofre junto dela a cada minuto. Tamanho talento não poderia ter outro resultado: conquistou três premiações pela personagem… Prêmio Qualidade Brasil (2004), Festival SESC (2005) e Prêmio 100% Video (2005), ambos na categoria Melhor Atriz… e merecia outros mais!

Vida pessoal
A atriz é reservada quanto à vida pessoal e, vez ou outra, abre o coração para comentar sobre o assunto. Defensora da liberdade e igualdade de gêneros, sempre condenou veementemente a cultura machista, e deixa isso muito claro em seus personagens, levando muito de suas convicções a eles, o que aprofunda ainda mais as camadas de cada personagem e os torna sempre memoráveis.
Temos um bom exemplo disso na série da Netflix, Bom Dia, Verônica, na qual temáticas como relacionamento abusivo, violência doméstica, sexismo e corrupção policial são abordados de forma muito séria e intensa. Ali, vemos um pouco das convicções de Camila em algumas falas da personagem. Aliás, essa série é fantástica… super recomendo!
Extremamente alegre, divertida e brincalhona, acaba gerando vários momentos de descontração e risadas durante as gravações. Mariana Ximenes e Thiago Lacerda, em entrevistas, contam algumas dessas passagens envolvendo a atriz… muito fofa! Dificilmente, envolve-se em confusão e é muito querida em todas as produções nas quais atua.
Em relação aos fãs, é sempre simpática e atenciosa, parando para fotos, autógrafos ou conversas rápidas. Foi envolvida em duas pequenas polêmicas recentes, mas tudo foi devidamente esclarecido e a atriz provou que não teve culpa em ambas as ocasiões.

Conclusão
Falar de Camila Morgado é falar de talento, garra, força, determinação, ousadia, profissionalismo e versatilidade. Mas, ao mesmo tempo, é falar sobre singeleza, leveza, suavidade, doçura, meiguice, encanto, magia e (muita) beleza! Pausa para dar aquela suspirada aqui…. enfim, falar dela é falar sobre tanta coisa, que seria praticamente impossível adjetivar tantas qualidades.
Não à toa que apaixonei-me por ela desde a primeira cena… tanto que, para mim, foi de longe uma das três personagens que mais me marcaram (ao lado de Linda Inês, da novela Fera Ferida, interpretada pela maravilhosa Giulia Gam, e de Juma Marruá, da novela Pantanal, interpretada pela também maravilhosa Cristiane de Oliveira).
E mais, por causa das personagens Manuela e Olga Benário, Camila Morgado acabou por me inspirar na criação de uma das personagens do meu primeiro livro (a personagem Luna Collins, mãe da protagonista Grace Collins). E, se as forças do universo conspirarem em meu favor e o livro for adaptado aos cinemas ou streaming (não custa sonhar, né!?), minha única exigência será a escalação da atriz para o papel… quanto a isso, não haverá negociações!
Bem, depois de destacar tantos atributos, é impossível não finalizar essa matéria falando sobre a beleza de Camila… é um exagero de beleza!!! Acho que nunca meu coração suspirou tanto ao escrever sobre uma atriz quanto sobre Camila Morgado. Em resumo: Camila foi, é e será, eternamente, o meu crush!!!
Commentaires