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Love Never Dies - uma grata surpresa

  • Foto do escritor: Angers Moorse
    Angers Moorse
  • 30 de abr. de 2020
  • 6 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2021



Salve, salve, galera! Para quem já leu nossa resenha de The Phantom of The Opera, trouxemos hoje a continuação dela, Love Never Dies. Sabe o musical que te arranca todas aquelas lágrimas impensáveis? Pois bem, apresento-o a partir de agora!


Para quem ainda não sabe, recentemente, a Universal liberou várias das grandes peças de teatro da Broadway em seu canal oficial no YouTube, “The Shows Must Go On”. A iniciativa foi para oferecer uma experiência única aos espectadores e, da mesma forma, valorizar as pessoas envolvidas nesses espetáculos. A cada semana, sempre às sextas, uma peça é liberada na íntegra e fica disponível por até 48 horas para visualização. Depois disso, ela fica indisponível e outra peça entra no lugar.


A primeira peça a ser exibida foi “Jesus Christ Superstar”, no dia 03 de abril. Depois, foi a vez de “Joseph and the Amazing Technicolor® Dreamcoat”, no dia 10 de abril. No último dia 17 de abril, quem abrilhantou foi “The Phantom of The Opera”. Agora, no dia 24, foi a vez dessa grata surpresa, “Love Never Dies”, realizada no The Regent Theatre, em Melbourne, Austrália.


E por que eu digo “grata surpresa”? Confesso que Não conhecia essa continuação e fui pego de surpresa quando vi do que se tratava no anúncio feito no canal, no dia 22. Sou apaixonado por The Phantom of The Opera e não perderia por nada a chance de ver a continuação… e valeu a pena!


A história se passa 10 anos depois da trama original. Christine Daaé, casada com Raoul e mãe de Gustave, é convidada para cantar em Phantasma, uma atração da cidade de Coney Island em Nova Iorque. Contratada por um empresário anônimo conhecido apenas como Mister Y, ela reencontra sua grande amiga Meg Giry, agora uma performer que trabalha em Phantasma e é assessorada por Madame Giry. Entre todos esses reencontros, há o Fantasma e um segredo que mudará a vida de todos para sempre.


Esse musical teve uma história bem conturbada, com muitas idas e vindas, alterações em roteiro, elenco e trilha sonora, críticas negativas, rejeição por parte de público e por aí vai. A principal reclamação foi a mudança da essência dos personagens e de algumas letras das músicas. Até que, em 12 de janeiro de 2011, finalmente teve sua estreia. E, dessa vez, agradou tanto crítica quanto público.



A peça começa mostrando a que veio, com visual completamente ousado, moderno e arrebatador. Trouxe grandes lembranças da época áurea dos espetáculos circenses. A mistura de cores e estilos funciona muito bem ao longo de todo o musical. Confesso que estranhei um pouco no início, mas logo me acostumei com essa nova identidade.


Logo no começo, descobrimos quem é nosso querido anfitrião… isso mesmo, o próprio! Achou que ele tivesse morrido no final de The Phantom of The Opera? Pois bem, tanto você como eu achamos errado! Afinal, Love Never Dies… ou seja, o Amor Nunca Morre.


Sua presença é marcante em todo o musical. A primeira cena entre ele e Christine já causa arrepios… até mesmo para ela, que não esperava por essa surpresa. Reencontrar seu grande tutor e amor do passado só fez com que seu coração ficasse completamente despedaçado e perdido. Destaque para a atuação incrível de Ben Lewis no papel, um show à parte do início ao fim.


Um elemento realmente marcante e que já pode ser percebido no início é a mudança da personalidade do Fantasma… aliás, dos três personagens principais, que foi certamente o que teve mudança maior nesse aspecto. Isso foi bom ou ruim? Vai depender da interpretação de cada pessoa. Da minha parte, achei bem mais intenso e sombrio.


Da mesma forma que no espetáculo original, o Fantasma e Raoul travam uma verdadeira batalha pelo coração da bela Christine, que se vê completamente perdida e dividida entre ambos. Se, por um lado, Raoul é seu marido e “pai” (logo mais, você entenderá o porquê das aspas) de seu filho, ela ainda sente o poder de sedução que o Fantasma exerce sobre si, reacendendo os sentimentos de outrora.


Sobre Raoul, ele teve imensas perdas financeiras, envolveu-se em jogos e bebedeiras e está muito aquém do que Christine esperava… o cara é muito “mala” (continuo não gostando dele). Senti ele mais apagado que no original, talvez pela presença não tão relevante dele ao longo da peça. Teve momentos em que brilhou, mas foi muito abaixo do esperado.


Que fique claro que essa pouca relevância não foi por causa do ator Simon Glesson, que é excelente. É o próprio papel que não o ajudou muito… mas isso é opinião pessoal, volto a frisar. Nos momentos em que o papel permitiu que ele brilhasse, foi fantástico.


Agora, vamos falar de quem trouxe as maiores emoções… Christine Daaé! Amei a personagem em todos os momentos, foi divina! Frágil e forte, assustada e corajosa, submissa e imponente… Sofrendo uma avalanche de sentimentos e acontecimentos, que balançaram a cabeça da jovem desde sua chegada em Coney Island.


Tanto nas interações com Raoul e o filho quanto com Madame Giry e Meg, teve o equilíbrio certo para não roubar a cena. Nas cenas com o Fantasma, ora assumiu brilhantemente o comando, ora se deixou ser magistralmente guiada. E isso é méritos totais da talentosa e belíssima atriz Anna O’Byrne! Ainda acho a Sierra Boggess mais conectada com a personagem, mas a Anna também se encaixou muito bem no papel.


Outros personagens também mereceram destaque, tais como Meg (Sharon Millerchip) e Madame Giry (Maria Mercedes). Aliás, Meg esteve fantástica em toda a peça e, ao lado de Christine e o Fantasma, foi o destaque do musical. Mas quem acabou roubando a cena foi Gustave (Jack Lyall)... que talento e voz desse moleque... mandou bem demais!



Quanto aos cenários, achei fantásticos! Trouxeram um clima bem mais sombrio e misterioso, misturando terror, fantasia e certa dose de ficção nos ambientes, principalmente no mundo secreto do Fantasma, no qual Gustave é levado para passear. A maior parte dos cenários é bem arrojada e marcante, então, se você estiver muito conectado com os cenários mais românticos e sofisticados de The Phantom of The Opera, certamente vai estranhar… mas logo se acostuma e acha fantástico o visual.


A trilha sonora é bem encantadora, com músicas bem agradáveis e, ao mesmo tempo, agressivas e ousadas. Destaque para a pegada mais rock e a ausência do clássico som de órgão de seu antecessor… há apenas pouquíssimos momentos em que ele aparece, e isso é algo que senti falta. Músicas como Only for Him/Only for You, Why Does She Love Me?, Dear Old Friend e Once Upon Another Time nos conduzem e nos fazem viajar ao longo do musical.


Outro destaque para duas canções em especial: Look with Your Heart e Love Never Dies… são as letras mais incrivelmente belas que já ouvi em musicais! Se puderem, tirem um tempinho para lerem essas letras, pois tocam fundo em nossos sentimentos e nos fazem refletir sobre nós mesmos e nossos sentimentos… impossível não se emocionar ouvindo essas duas belíssimas canções!


Outro ponto que merece medalha de ouro é o corpo de balé e dançarinos da peça… simplesmente demais! Ah, não podemos esquecer de toda a equipe de cenografia e efeitos visuais, que são arrebatadores! Phantasma trouxe-me a lembrança do filme Labirinto - A Magia do Tempo… não me perguntem o porquê, mas veio essa lembrança. Provavelmente, pela pegada sombria e fantasiosa dos cenários… nota 1000!


ALERTA DE SPOILERS!!! Dois detalhes que não revelei (quase ia esquecendo): lembram quando falei acima que vocês iriam entender o porquê das aspas na palavra “pai”? Então… é que Gustave não é filho de Raoul, mas sim, adivinhem de quem? Pensem… alguém aí disse Fantasma? Na mosca! Dei um pulo do sofá quando Christine revelou ao Fantasma a verdade. Só fiquei pensando no que passou pela cabeça dele nessa hora… rolou uma lágrima nessa hora!


O segundo detalhe é que foi impossível não me emocionar com o final… mas, dessa vez, é por causa da morte de Christine, que dá um último beijo em seu grande amor e morre nos braços dele (sério, só sacaneiam o Fantasma… morre no primeiro musical, dez anos depois, descobre que é pai e ainda tem seu grande amor morrendo nos braços… e ainda me perguntam porque tanto sofrimento meu por causa dele!).


Resumo da obra (no caso, da ópera): assustadora, arrebatadora, sombria, tocante, misteriosa e angustiante… ah, belíssima, incrível e maravilhosa! Embora a trilha sonora ainda perca (e com grande distância) para The Phantom of The Opera, a masterpiece Love Never Dies faz muito bonito no conjunto da obra. Meu coração bate mais forte pela original (não tem jeito), mas essa sequência assumiu a segunda posição na minha lista de musicais favoritos... uma grata surpresa!



Gostou da resenha? Ficou curioso sobre algum detalhe? Algum personagem favorito? Então, deixe nos comentários o que achou do musical. Nos encontramos na próxima resenha!


2 Comments


Gerson Moraes
Gerson Moraes
Jun 27, 2020

Confesso que fico curioso para ver esse musical adaptado para os cinemas. E acho que poderia até se tornar uma trilogia, pois ficou uma lacuna a ser preenchida e que pode vir a ser trabalhada futuramente.

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Gisele Alvares Gonçalves
Gisele Alvares Gonçalves
Jun 27, 2020

Como alguém que só sabia da existência do fantasma da ópera por causa do filme de 2004, posso dizer com toda a certeza que fiquei chocada ao saber que existe uma continuação! Com essa resenha, eu fico me perguntando por que Hollywood ainda não investiu em Love Never Dies... Ia ser incrível se fizessem isso! Aliás, na minha opinião, todas as peças da Broadway que tu resenha poderiam virar filmes. Vou aguardar com o baldinho de pipoca no colo.

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