The Phantom of The Opera - uma experiência única
- Angers Moorse
- 24 de abr. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021

Salve, salve, galera! Quem disse que só das telinhas e telonas vive o mundo do entretenimento? As grandes peças de teatro ao redor do mundo têm sua grande e vital importância, afinal, muitos dos astros e estrelas que amamos fizeram suas primeiras aparições nos palcos. E, aqui No Escurinho Do Cinema, temos espaço para todas as artes!
Recentemente, a Universal liberou várias das grandes peças de teatro da Broadway em seu canal oficial no YouTube, “The Shows Must Go On”. A iniciativa foi para oferecer uma experiência única aos espectadores e, da mesma forma, valorizar as pessoas envolvidas nesses espetáculos. A cada semana, sempre às sextas, uma peça é liberada na íntegra e fica disponível por até 48 horas para visualização. Depois disso, ela fica indisponível e outra peça entra no lugar.
A primeira peça a ser exibida foi “Jesus Christ Superstar”, no dia 03 de abril. Depois, foi a vez de “Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat”, no dia 10 de abril. Mas, no último dia 17 de abril, quem chegou para gastar o meu estoque de lenços foi “The Phantom of The Opera”!
Não tem como eu esconder… sou APAIXONADO por esse espetáculo! Sempre tive o sonho de assistir a essa obra-prima na Broadway, com toda a pompa e circunstância que ela merece. Mas, enquanto esse dia não chega, tive a imensa alegria de vê-la via streaming… e a emoção bateu, não teve jeito! Logo nos primeiros acordes de Masquerade, coração começou a pulsar acelerado.

Para comemorar os 25 anos da peça, um dos maiores templos dos teatros - o Royal Albert Hall, em Londres - foi escolhido para receber um espetáculo sem igual, num show de som, luzes, efeitos especiais e muita, muita garbosidade. Quer sentir toda a emoção? Então, vem comigo!
Se você não conhece a trama, The Phantom of The Opera traz a misteriosa relação entre Christine Daaé (uma bela soprano que desperta a atenção de seu misterioso tutor), Raoul, Visconde de Chagny (o patrono da Ópera de Paris e amor de infância de Christine) e um homem misterioso conhecido como Fantasma da Ópera (que se torna tutor de Christine e, com o tempo, apaixonado por ela).
Agora, falemos sobre a peça em si. A obsessão do Fantasma por Christine é, ao mesmo tempo que odiosa, desesperadora. Você vai da raiva à angústia à medida que conhece a história dele. Quanto mais se apaixona pela bela jovem, mais perto do verdadeiro amor ele chega, e isso o assusta e machuca… mas, ao mesmo tempo, o faz se sentir livre como nunca foi. Para mim, um dos personagens mais complexos da história do cinema (e, ao mesmo tempo, o mais fascinante deles).
Quem já leu o livro escrito por Gaston Leroux (publicado em 1911), fica mais fácil detectar alguns fatos que justificam a raiva que o Fantasma carrega dentro de si. Ele foi abandonado pela própria mãe e desprezado pela sociedade, sem ser amado por ninguém e sem sentir o que é o verdadeiro amor. Junte tudo isso e misture mais algumas doses de talento e um pouco de loucura e… voilà! Temos nosso antagonista perfeito (para mim, ele sempre foi o protagonista… mas tudo bem). Méritos totais ao ator Ramin Karimloo, que deu um verdadeiro show de interpretação!
Por sua vez, o papel de mocinho cabe ao jovem Raoul, amigo e amor de infância de Christine. Por mais que eu sempre tenha odiado ele, é o herói da trama (não me pergunte o porquê, pois nem eu sei explicar direito). Entretanto, ao ver a peça, consegui sentir certa simpatia pelo moço, talvez, pela brilhante atuação do ator que o interpreta (Hadley Fraser).
Vi nele um misto de arrogância, suavidade, autoritarismo, esperteza e amor incondicional a Christine. essa mistura peculiar quase me levou a deixar de odiar Raoul (ainda não foi dessa vez). Por mais que eu quisesse ver ele ter um pouco de compaixão pelo Fantasma e, quem sabe, abrir mão de Christine e a deixar aos cuidados de seu tutor, uma vez que a peça segue fielmente o livro, não posso criticar essa parte da história (pelo que vocês já perceberam, torço sempre pelo Fantasma).
Sobre Christine? Ah… Angel of Music! É a definição perfeita para essa personagem tão encantadora e única. Como não ficar apaixonado por ela, com tanta suavidade, encanto e ingenuidade? E a voz e beleza, o que falar sobre isso? Ora doce, delicada e frágil, ora firme, decidida e segura. Essa oscilação entre o Fantasma e Raoul, as inseguranças e certezas na carreira como soprano e nas atuações nos palcos, e o coração dividido entre dois amores a tornam, na minha opinião, uma das mais cativantes personagens que já conheci.
A atriz Sierra Boggess é quem dá vida à personagem. Com vasta experiência em Broadway e algumas premiações no currículo, ela foi simplesmente maravilhosa na atuação. Parece que a personagem caiu como uma luva para ela… é como se as duas fossem a mesma pessoa!
Outros personagens também se destacam na trama, tais como Carlotta Giudicelli (Wendy Ferguson), Meg (Daisy Maywood), Monsieur Richard Firmin (Barry James), Monsieur Gilles André (Gareth Snook), Ubaldo Piangi (Wynne Evans) e Joseph Buquet (Nick Titular). Destaque para Meg e Carlotta… aliás, achei ela muito divertida!
Embora haja alguns momentos cômicos, drama, terror e suspense dão o tom predominante o tempo todo. Nas cenas da queda do lustre (isso realmente aconteceu na Ópera de Paris, em 1896, e foi uma das inspirações para o livro), e nas cenas envolvendo o Fantasma, isso fica ainda mais evidente.
Destaque mais que especial para a trilha sonora da peça… simplesmente espetacular, épica e única! Andrew Lloyd Webber, Charles Hart e Richard Stilgoe conseguiram construir uma masterpiece, diríamos… mitológica! Canções como All I Ask of You, Masquerade, Think of Me, The Music of the Night, Angel of Music, Wishing You Were Somehow Here Again, The Point of No Return e The Phantom of The Opera (óbvio!) são verdadeiros clássicos e peças únicas!
Menção honrosa a toda a equipe de cenografia, maquiagem, figurino, orquestra, corpo de bailarinos, atores e atrizes coadjuvantes e figurantes, produção, som, vídeo e efeitos… são muitas pessoas trabalhando juntas e com um sincronismo absurdo para que tudo se encaixe tão perfeitamente, sem falhas ou deslizes. Fico pensando no tempo de ensaio, estudos e dedicação de cada um para fazer aquilo… é fabuloso!

Poderia ficar aqui por horas e horas falando um milhão de maravilhas sobre essa peça (acho que já falei demais, até… foi mal pela empolgação) mas, quem me conhece, sabe o quanto essa peça é importante para mim (até para escrever sem me emocionar tá difícil). Tanto que tenho o disco de vinil com a trilha sonora original e, por várias vezes, coloco ele para tocar e viajar nos pensamentos!
Em resumo: se alguém me perguntar “O que faz The Phantom of The Opera ser tão especial assim?”, certamente, minha resposta será “TUDO!”. Ah… antes que eu esqueça, a próxima peça a ser exibida no canal do YouTube será “Love Never Dies”, que é uma continuação de The Phantom of The Opera. Está disponível desde sexta (24/07), às 15:00 horas, e ficará por 48 horas no ar. Não percam!
Gostou da resenha? Ficou curioso sobre algum detalhe? Quer que eu faça uma matéria comparando a versão do teatro com a do cinema (lançada em 2003)? Ou prefere que eu fale sobre a continuação Love Never Dies? Então, deixe nos comentários, que traremos algo no futuro.
Nos encontramos na próxima resenha!
Então... o filme tem algumas cenas até melhores que no musical, como a do cemitério (Wishing You Were Somehow Here Again) mas, no geral, o musical é ainda melhor que o filme!
Nunca vi a peça da Broadway, mas sou fanática pelo filme de 2004. Que roteiro, senhoras e senhores, que profundidade de construção de personagens! O início dos anos 2000 foi uma espécie de anos dourados para o cinema, na minha opinião. Confesso que também amo o Erik e shippo muito ele com a Christine. Que zé Raul sem graça, nada! O negócio da protagonista tinha que ser ceder à tentação e ficar com o fantasminha não tão camarada, mas incrível mesmo assim!